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UFSM. Projeto prevê desenvolvimento, adaptação e recuperação de respiradores para tratar da Covid-19

Por MARIANA HENRIQUES (com fotos e video de JOÃO CARLOS LIMA/Divulgação), da Assessoria de Comunicação do Reitor da UFSM

A infecção pelo Coronavírus é uma realidade no contexto brasileiro desde a confirmação do primeiro caso, em 26 de fevereiro de 2020. Com o crescimento do número de pessoas infectadas no país, a tendência é o aumento da demanda por respiradores artificiais, de tal modo que a necessidade pode vir a ser maior do que o número de aparelhos disponíveis.

Preocupados com essa situação, um grupo de docentes da UFSM e médicos da cidade criaram um projeto para recuperar, adaptar e desenvolver novos respiradores que serão disponibilizados para equipes de saúde. De acordo com o professor João Carlos Lima, do Departamento de Linguagens e Sistemas de Computação, do Centro de Tecnologia, “a ideia do projeto nasceu em uma interação de alguns membros do grupo da computação, com dois médicos da cidade. Esta conversa informal foi tomando ares mais conturbados à medida que novos casos foram sendo identificados no Brasil”, comenta Lima.

Após as conversas iniciais, foram definidas três frentes de atuação da equipe: recuperação de respiradores, adaptação de respiradores manuais e desenvolvimento de respiradores de baixo custo.

  1. Recuperação de respiradores: 

Atualmente, em Santa Maria, existe apenas um profissional de referência que atua na manutenção de respiradores, o que faz com que muitos aparelhos entrem em desuso, mesmo tendo conserto.

A proposta do grupo é buscar respiradores antigos e em desuso, testá-los e enviá-los para manutenção, para que possam ser colocados à disposição da comunidade.

  1. Adaptação de respiradores manuais:

Respiradores manuais, chamados de “AMBU” (do inglês Artificial Manual Breathing Unit), são equipamentos em que o profissional da saúde fica pressionando continuamente uma espécie de balão, que envia ar para o pulmão do paciente.

A proposta é criar um dispositivo que comprima o balão do AMBU automaticamente, sem a necessidade de um profissional para executar esta ação. Esta estratégia permite a utilização do respirador manual para manter a oxigenação do paciente, garantindo que as certificações necessárias sejam atendidas.

Um protótipo, batizado de “BalAir I”, está em desenvolvimento e, após testado, a equipe disponibilizará seu projeto com uma licença de código aberto, para que possa ser replicado.

  1. Desenvolvimento de respiradores

A terceira frente de atuação do projeto é no desenvolvimento de respiradores de baixo custo, mais simples que os disponíveis comercialmente, mas que possam ser usados no tratamento de pacientes com dificuldades respiratórias causadas pelo Coronavírus.

De acordo com os idealizadores, a proposta é desenvolver um respirador com dispositivos eletrônicos, com baixo custo de produção e que possuam a mesmas funcionalidades dos respiradores Takaoka antigos.

A primeira versão do protótipo, o “BalAir II” (foto ao lado), já está em fase de testes. A sua utilização deverá ser avaliada e aprovada pela comunidade médica.

O professor João Carlos Lima relata, ainda, que uma das barreiras iniciais do projeto foi o nivelamento e a padronização de conceitos entre as equipes, que são de áreas disciplinares diferentes, mas que deveriam encontrar um alinhamento em pouco tempo e de forma virtual. “Temos uma rede de pessoas maravilhosas que estão nos ajudando nesse momento. Encontramos solidariedade em todos os locais nos quais falamos do projeto. As pessoas estão dedicando todo seu tempo e sua vontade nisso, nossas expectativas são grandes para que tenhamos resultados positivos”, finaliza Lima.

Em breve, com o apoio de uma egressa da instituição, o grupo irá publicar uma página com informações do projeto, notícias e  artigos científicos, congregando diferentes experiências com respiradores desenvolvidas ao redor do mundo.

Além do professor João Carlos Lima, também integram o projeto os professores Benhur Stein, Celio Trois e João Vicente Ferreira, todos do Centro de Tecnologia da UFSM, e os médicos Marcos Tassinari e Odilon Vianna.

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

 

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