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ARTIGO. Jorge Pozzobom, combate ao coronavírus e uma realidade diferente a qual é necessário se adaptar

A adoção de novos hábitos em ações rotineiras, como o uso de máscara de proteção contra o coronavirus (foto Diego Bortoluzzi/AIPM)

Precisamos nos adaptar ao “novo normal”

Por JORGE POZZOBOM (*)

Estamos vivendo, como eu costumo chamar, o “novo normal”. Desde março, nossas rotinas foram afetadas drasticamente. E, em meio a tantas mudanças, não há alternativa senão nos acostumarmos a todas elas. Nossas atividades cotidianas foram alteradas de um dia para outro. E, para que possamos dar continuidade às nossas vidas, estamos tendo de fazer ajustes diariamente. Podemos nos adaptar, mesmo que, para isso, o esforço seja grande, ou, simplesmente, resistir a essas mudanças. Mas, creio eu, ser a primeira opção muito mais sábia. Afinal, a vida mudou, queiramos ou não.

E, no contexto desse “novo normal”, desde o último sábado, Santa Maria escreve um novo capítulo em meio a esta pandemia mundial de Covid-19. Enquanto essa situação permanecer, nada será como antes. Cada santa-mariense terá um papel fundamental na busca do propósito comum a todos: frear a disseminação do novo coronavírus e sair fortalecido desta crise no âmbito da saúde, mas, que traz reflexos econômicos e sociais em grande escala.

De forma colegiada, tomamos a decisão de permitir a retomada gradual das atividades em nosso Município. Essa retomada foi respaldada por um rígido regramento das atividades até então proibidas de funcionamento na cidade, como o comércio em geral, shoppings e centros comerciais, a prestação de serviços considerados não essenciais, salões de beleza, barbearias, academias de ginástica, igrejas e templos religiosos. Todas essas condições e regras estão previstas no Decreto Executivo nº 71, emitido na sexta-feira, dia 17, publicado no site da Prefeitura e vigente desde o sábado, dia 18 de abril.

Essa abertura, mesmo que com restrições severas, só foi possível porque os números do boletim epidemiológico do coronavírus em Santa Maria e a situação atual do quadro das redes pública e particular de saúde da cidade para o tratamento da Covid-19 possibilitaram essa decisão. As medidas foram tomadas em conjunto com os setores diretamente envolvidos nessa equação, mas, principalmente, calcadas nos argumentos dos especialistas da área médica, que estão na linha de frente da pandemia. Decisões difíceis, mas tudo feito com absoluta responsabilidade e seriedade.

Mesmo que o nosso sistema de saúde esteja num patamar positivo de organização, com leitos sendo disponibilizados exclusivamente para receber pacientes com Covid-19, e que o número de casos confirmados de coronavírus na cidade esteja sob controle, nos últimos dias tivemos um aumento significativo de casos. Por isso, toda cautela se faz necessária neste momento. Em Santa Maria, 80% da população depende do Sistema Único de Saúde (SUS). Então, é necessário que a rede de saúde, principalmente a pública, conte com um número aceitável de leitos clínicos e de UTI para tratar os infectados por esse vírus – devemos ter, nos próximos dias, os primeiros 20 leitos clínicos em funcionamento no Hospital Regional, um reforço tão aguardado no enfrentamento à pandemia. São esses números, esses dados científicos que nortearão qualquer nova decisão que precise ser tomada pelo Poder Público, mesmo que isso signifique retomar medidas mais restritivas ainda. Nossa prioridade é a proteção e a preservação da vida.

O decreto assinado por mim permite a abertura de estabelecimentos e serviços considerados não essenciais, mas exige uma série de medidas de segurança sanitária e, cada setor, terá suas peculiaridades e responsabilidades. Entre as principais exigências, está a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção a todas as pessoas que acessarem esses estabelecimentos, incluindo os seus colaboradores. Essa é uma premissa da qual não abrimos mão para possibilitar a retomada da cadeia econômica e produtiva em Santa Maria. Inclusive, essa obrigatoriedade deverá ser estendida nos próximos dias a quem acessar o transporte coletivo urbano em Santa Maria.

Somam-se ao uso de máscaras ações redobradas de higiene pessoal e dos locais em questão, com constante limpeza e oferta de álcool em gel, redução da capacidade de público nos estabelecimentos, para evitar aglomeração de pessoas, manter a etiqueta respiratória e o distanciamento recomendado entre os freqüentadores desses locais, escalas e revezamento de colaboradores, horários reduzidos de funcionamento, entre outros.

O que estamos vivendo, sem dúvida alguma, é o “novo normal”. Ações que vão exigir de cada santa-mariense novos hábitos e adaptação. Eu mesmo admito que não é nada confortável usar máscara, mas não estamos tratando de conforto, e, sim, de necessidade nesta nova realidade a que fomos submetidos. Nossas ações têm o propósito de superarmos tudo isso o mais rápido possível.

E, para fazer valer o decreto, além de contar com a conscientização coletiva, vamos intensificar a fiscalização, primando pelo cumprimento de cada medida exigida. De modo que o não cumprimento dessas medidas poderá ter como consequência desde advertência, aplicação de multa ou mesmo a cassação do alvará de funcionamento de determinado estabelecimento.

Desde o último sábado e até 30 de abril, conto com a colaboração de cada morador e visitante de Santa Maria para fazer valer esse decreto. Por mais incômoda que seja a adoção de novos hábitos, muitos deles até desconfortáveis, essa prática se faz necessária agora, para que possamos superar tudo isso o mais rápido possível. Estamos falando em preservar vidas. E disso eu não abro mão.

(*) Jorge Pozzobom é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Ele escreve no site às terças-feiras.

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Um Comentário

  1. ‘Novo normal’ só o tempo dirá. Principalmente porque as condições podem se alterar novamente, para qualquer lado.
    Não vi nenhuma ação diferenciada de preservação da Vila Itagiba, Lar das Vovozinhas e similares. Porque se o vírus chegar nestes lugares haverá perda acelerada de leitos de UTI (com baixa rotatividade) e surgimento de casos de óbito. Tudo muito rápido. A mídia acéfala vai pressionar para fechar toda a cidade novamente por conta de foco no lugar errado.

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