ARTIGO. Débora Dias e o, por que não, direito ao ócio
Temos o direito de esvaziar a mente, mesmo na desordem!
Por DÉBORA DIAS (*)
Meu artigo dessa semana, depois de pensar e refletir e observar que estou cansada com tanta notícia ruim, de política, da pandemia, de desgoverno, de falta de empatia, de tristezas, de pobrezas de espírito e econômica, ponderei que deve ter muita gente assim pensando como eu, fatigada.
E é tanta live (já assisti muita live legal) sobre todos os assuntos, que você quer ver todas ou quase todas e não tem tempo porque tem live demais! Percebo que há uma enxurrada de informações e desinformações, mas que tudo isso, nessa época sensível e difícil em que vivemos, cansa a mente e o coração, e ficamos na “obrigação” de saber tudo, participar de tudo; ah…lembrei, tem o Zoom, Skype, GoToMeetings, etc. todas as reuniões e encontros possíveis. Será que podemos esvaziar a mente e respirar, ou não?
A preocupação com a desordem em nosso país, quando falo em desordem, falo no caos de acontecimentos, de fatos, não bastando a pandemia do coronavírus, há a sensação de que tudo está muito solto, sem direcionamento, que nosso país está vivendo um momento de ausência de liderança positiva. E eu que disse que não queria falar de notícias ruins, mas percebo como é difícil então esvaziar a mente, mas penso que temos o direito, sim, de respirar, de pensar ou fazer nada por momentos, porque isso também deve necessariamente fazer parte da vida.
É o direito ao ócio, sabe? A minha sensação, que não deve ser isolada, é de mente abarrotada e ao mesmo tempo de um vazio. Acho que esse vazio é a falta das gargalhadas presenciais dos amigos, dos abraços não virtuais, do aconchego de dividir uma refeição juntos, de sentar na mesa do bar e simplesmente jogar conversa fora, sem nenhuma pretensão, coisa boa isso, saudades desse tempo não tão longe mas ainda distante.
E, analisando as situações, entendo que vamos dar muito mais valor a coisas cotidianas que fazíamos quase no automático, como a aula na academia, o aperto de mão quando alguém entra em nosso trabalho, a roda de chimarrão no final da tarde de domingo, o sentar no bancos da UFSM e olhar o céu bem azul, sentindo o vento e fazendo nada, absolutamente nada.
A saudade das coisas simples vem juntamente com o sentimento de ocupar o tempo face a todas as oportunidades oferecidas em tempos de pandemia. Mas acho que dá para parar e ter o direito de nada fazer, simplesmente respirar e agradecer. O agradecimento é por estar vivo. Sou muito otimista. Falei do caos, mas acredito em fênix, em luz no fim do túnel, em pote de ouro no final do arco-íris e que depois de muita coisa ruim necessariamente vão vir coisas boas, porque a vida é cíclica, e aprendemos com esse girar da existência.
(*) Débora Dias é a Delegada da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICoi), após ter ocupado a Diretoria de Relações Institucionais, junto à Chefia de Polícia do RS. Antes, durante 18 anos, foi titular da DP da Mulher em Santa Maria. É formada em Direito pela Universidade de Passo Fundo, especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes, Ciências Criminais e Segurança Pública e Direitos Humanos e mestranda e doutoranda pela Antônoma de Lisboa (UAL), em Portugal.
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