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ARTIGO. Michael Almeida Di Giacomo e o jeito único para enfrentar a pandemia: primeiro a saúde, depois…

A importância do isolamento social para combater a disseminação do Covid-19

Por MICHAEL ALMEIDA DI GIACOMO (*)

Embora o Covid-19 não seja o primeiro vírus a assolar a humanidade, a atual pandemia tem provocado uma reação de proporções jamais vista em crise sanitária. E o resultado é uma verdadeira transformação no trato de questões no âmbito cientifico e até em outras áreas como, por exemplo, a política, a economia e nas relações sociais.

Por ser um vírus novo, extremamente letal a determinadas pessoas, muitas das ações indicadas por infectologistas e pelas autoridades sanitárias acontecem à medida em que se tem maior conhecimento na forma de combater a sua disseminação e a doença em si. E isso nos têm feito enfrentar muitos problemas e inquietações.

Um exemplo, embora simples, mas que marcou a minha convicção a respeito, é o uso da máscara facial. Logo no início da pandemia no Brasil, o uso era indicado somente para os profissionais de saúde. Hoje a determinação é que todos a usem, pois se mostra eficaz na prevenção.

A dificuldade inicial em lidar com essa nova realidade tem fundo na forma como a China procedeu, tentando esconder os fatos quando ocorreu o surto na cidade de Wuhan. Esse é um dos fatores que levou especialistas e dirigentes de outras nações a não dar a devida atenção à gravidade do que estava por vir. Aliás, alguém acredita que no gigante asiático, com uma população de 1,4 bilhão de pessoas, ocorreram somente 4.634 mortes? Nada crível.

Enquanto a onda do vírus ainda não tinha presença no continente americano, mais especialmente em nosso país, cientistas renomados e autoridades políticas tranquilizavam as pessoas dizendo ser só uma “gripezinha”. A narrativa nos levava a crer que seria algo parecido com o que foi o H1N1. Na verdade, ainda há alguns que se apegam a essa tese para fugir de suas responsabilidades e servir a interesses diversos daqueles que realmente importam, cuidar da saúde dos brasileiros.

Lembro que o Drauzio Varella, no final de fevereiro, até fez essa afirmação em uma entrevista à rádio Gaúcha. Em março reconsiderou e alertou para a gravidade da situação. Recordo que comentei com o amigo Claudemir Pereira, nesse mesmo período, em nosso último café, que em 2021 a vacina anual contra a gripe já viria com a prevenção à nova Covid-19. Hoje é fácil afirmar que não será tão simples assim.

E nessa falta de conhecimento, informações corretas e buscas por acertos, até o momento, a única medida que realmente se mostrou eficaz no combate à disseminação do vírus é o isolamento social. Foi o que países que tiveram melhores resultados na prevenção à contaminação usaram como método. É o que algumas cidades estão se obrigando a fazer após terem realizado um distanciamento controlado.

É uma lógica bem simples. Se houver menos aglomeração de pessoas, menor será a intensidade de propagação do vírus. Há uma clara diminuição na capacidade de uma pessoa contaminar a outra.

Mas os efeitos em outras áreas, como a economia das comunidades, chegam a ser devastadores. A necessidade de manter espaços públicos e privados fechados ou com atendimento reduzido, tem o condão de um verdadeiro tsunami nos postos de trabalho e resultará em um contingente de desempregados jamais tido em nossa história.

E a dissonância de ideias a respeito do isolamento social tem muitos adeptos. Entre os quais, o professor da FUG, Cristiano Oliveira, PhD em economia. Ele defendeu, em um seminário promovido pela Unoesc, que o procedimento deveria ter sido adotado somente com o agravamento da crise sanitária. Em seu raciocínio, a testagem em massa era a melhor política pública a ser adotada desde o início.

Observando no dia de hoje, a assertiva parece ser válida. No entanto, a testagem em massa é uma realidade muito distante. Em regra, só é testado quem apresenta os sintomas com muita evidência ou já morreu. E nesse gargalo de prevenção sanitária, é preciso lutar com as armas que se apresentam.

Por isso, a necessidade de isolamento social logo no início da pandemia era a única atitude mais sensata. Mas, é de considerar que no decorrer do inverno gaúcho a velocidade pela demanda de leitos em UTI’s será motivo de atenção, para que não haja um colapso no sistema de saúde. E, assim, aquele período inicial de suspensão de atividades terá um reflexo muito forte, pois irá afetar ainda mais a economia gaúcha.

E, queiramos ou não, iremos conviver com períodos de maior flexibilidade do distanciamento controlado, outros com a imposição de restrições. O termo exato é esse, não existindo vacina, nem remédio, teremos que conviver com o vírus a circular em nosso meio por um longo tempo.

Aos governantes fica uma verdadeira “escolha de Sofia”. Ou cuidam da saúde das pessoas, ou da saúde financeira das empresas, que já apresentam reflexos negativos na capacidade econômica e financeira das cidades.

No sábado à tarde, Santa Maria ingressou pela primeira vez com a cor vermelha na tabela conferida pelo governo do estado às regiões. É um alerta. Ficaremos, no mínimo, duas semanas nessa bandeira. A escolha do prefeito Jorge Pozzobom pela saúde das pessoas tem sido exemplar. Vamos salvar vidas, passada a pandemia, salvaremos a economia.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15.

Observação do editor: A foto é uma reprodução de internet. Você a encontra originalmente AQUI

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2 Comentários

  1. Iniciativa mais sensata era fechar os pontos de entrada do estado, os pontos de grande fluxo e os lugares onde já havia casos confirmados. A decisão tomada, errada, foi fechar tudo. Resultado é o que se vê, criou-se impacto econômico onde não era necessário. Os próprios números mostram isto, mais de 100 municípios ainda não foram atingidos.
    Salvar vidas depois economia. Frase bonita de quem ganha a vida escrevendo textos. No mundo real a questão é que economia restará. Como na saúde, nem todos se salvarão. Pessoal do jurídico, pessoal das concordatas e falências, vai encher os bolsos.

  2. China tem o seu próprio ‘Google’. As palavras mais buscadas em outubro de 2019 foram ‘diarréia’ e ‘tosse’. Com base nesta informação foi levantamento das fotos de satélite dos estacionamentos dos hospitais de Wuhan. A partir de outubro de 2019 lotaram. A base de comparação foi os 12 meses anteriores.
    Os números da Rússia e da India também não são bem os que são divulgados. Sistema de saúde no Subcontinente Indiano entrou em colapso em muitos lugares. Há perturbação na fronteira entre as duas Coréias. Ocorreu uma refrega entre China e India, também na fronteira, com pelo menos 20 soldados mortos. Do outro lado não se tem noticia.
    Para 80% (ou mais) da população é uma gripezinha.
    Cristiano Oliveira não é Ph.D., fez doutorado na UFRGS. Equivalem-se os títulos, mas os requisitos são diferentes. Onde foi feito o curso e quem foi o orientador contam. Não é o balaio de gatos que os ignorantes gostam de propalar. Alás, existem universidades em países de língua inglesa que o titulo conferido é o doutorado e não o PH.D. Que difere do pós doc.

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