Covid-19 e o processo de desindustrialização da economia brasileira
Por DANIEL ARRUDA CORONEL, NELSON GUILHERME MACHADO PINTO e LEONARDO SANGOI COPETTI (*)
O setor industrial é o motor do crescimento econômico. Contudo, a indústria de transformação brasileira vem perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB) conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), visto que sua participação, que chegou a perfazer 30% do PIB na década de 1980, passou para 13,3% em 2012 e, caso continue nesse ritmo, a projeção para 2029 é de menos de 10%.
Essa forte queda acendeu o debate de que a economia brasileira está passando por um processo de desindustrialização. Este pode ser entendido como a redução persistente da participação do emprego industrial relativamente ao emprego total, bem como queda da participação do setor industrial no PIB.
Como forma de estancar este processo, desde 2014 foram implantadas três políticas industriais: Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e Brasil Maior, que deixaram a desejar, dada a baixa competitividade e inserção internacional do setor industrial brasileiro, principalmente os de alta intensidade tecnológica.
Não obstante a isso, com os efeitos deletérios da Covid-19, este quadro tende a se agravar, visto que, conforme dados do IBGE, divulgados no final de maio do corrente ano, o PIB do primeiro trimestre apresentou uma retração de 1,5%, em relação ao último trimestre do ano passado, sendo que o PIB do setor industrial apresentou uma redução de 1,4%.
Os resultados expostos anteriormente tendem a piorar nos próximos meses devido ao epicentro da crise estar no Brasil, no presente momento, sem uma previsão de retomada da economia e das atividades industriais. Dessa forma, algumas projeções apontam que o PIB total de 2020 deve apresentar decréscimos que vão de 6% a 10%.
Neste contexto, fica a indagação: qual a alternativa para sair desta crise? Esse questionamento ocorre em virtude de que o setor industrial há muito tempo passa por um processo de desindustrialização. A resposta passa por cinco variáveis: câmbio competitivo, redução dos juros, aumento dos investimentos públicos e privados, o que, por sua vez, necessita, o quanto antes da revogação da PEC dos gastos públicos, maiores investimentos em ciência e tecnologia e principalmente em capital humano, visando aumentar a eficiência, a eficácia e a produtividade. Caso estas ações não sejam colocadas em prática, a desindustrialização tende a aumentar com reflexos no emprego, nas exportações na renda e no consumo das famílias.
(*) Daniel Arruda Coronel é Professor Associado do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: [email protected].
Nelson Guilherme Machado Pinto é Professor Adjunto e Chefe do Departamento de Administração do Campus de Palmeira das Missões da UFSM. E-mail: [email protected]
Leonardo Sangoi Copetti é Mestre em Administração e Aluno da Especialização em Estatística e Modelagem Quantitativa da UFSM. E-mail: [email protected]
Observação do editor: a foto que ilustra este artigo é uma reprodução da internet.
Globalização deve entrar num ciclo de retração (ninguém tem bola de cristal, é o que as informações disponíveis sugerem). O conceito de vantagem comparativa vai ser discutido, principalmente devido aos respiradores e EPI’s. China deve perder em parte o status de almoxarifado do mundo. As cadeias globais de fornecimento devem ser rediscutidas.
Em que medida estas coisas ocorrerão? Esperar e ver.
Estado brasileiro tem um problema serio de RH. Por isto não adianta falar em intervenção do Estado na economia, fala-se em ‘politica industrial’ (palavras mágicas!) sem observar quem elaborou a politica, quem vai tirar a mesma do papel e quem são os atores da iniciativa privada destinatários da tal politica. Deste jeito não tem como dar certo.
Outro fator: governantes não observam o ciclo, só querem implementar o que manda a ideologia. Há momentos nos quais é vantajoso abrir a economia e outros nos quais é melhor fechar. Contexto não é observado. Brasil, que tem uma economia fechada, é campeão de fazer justamente o que o bom senso desaconselha.
A ‘resposta’ dos autores, cartilha desenvolvimentista, é risível. cambio competitivo (real esta desvalorizado, mas nunca chega no patamar que eles julgam adequado, se o dólar chegar a 7 reais o valor adequado é 10, se chegar a 10 o valor adequado é 15); juros nunca estiveram tão baixos; aumento dos investimentos públicos (governo não tem dinheiro e aumentar impostos para colocar na mão de incompetentes não é aceitável); gastos públicos explodiram este ano, PEC é instrumento para não dar cheque em branco na mão de incompetentes; investimentos em capital humano, ciência e tecnologia, embora necessários, levam décadas para dar retorno, pais não tem este tempo.
Muito bom o artigo professor Daniel. Realmente a decadência de nosso país na indústria é algo imensurável, mas plenamente capaz de se rastrear as causas que a meu ver não são poucas. Pelas datas vimos que a _ DEMOCRACIA” não foi capaz de melhorar os números criando programas sem capacidade de absorção pela indústria, onde oa produção primária a carregou mas Costas quando houveram pequenos superávit. Hoje usaram a malfadada epedemia com a famigerada ” Fique em Casa” abençoados por STF totalmente ESQUERDA, tornaram o país em frangalhos com o infinitas republiquetas onde síndicos, presidentes de bairro Prefeitos e governadores a usam em da calimidafe pra
, corromper e roubar o dinheiro do povo como vimos diariamente nos telejornais . Para liquidar a grande parcela da indústria que já vinha cambaleando . Ainda aposto na agroindústria para escorar este elefante que em nome da Democracia seus defensores queimam sua bandeira em atos públicos.