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DATA. Setembro pra lá de atípico para os gaúchos e como preservar as tradições em tempos de pandemia

Karine Dias, dançarina integrante do CTG Querência das Dores e a lamentação por setembro bastante diferente: “é muito difícil que, justamente no mês farroupilha, a gente não consiga ir a bailes e fazer apresentações para que todos apreciem a nossa arte”

Por ANDRIELE HOFFMANN DA CRUZ (com fotos de Arquivo Pessoal), Especial para o Site (*)

O mês de setembro, período do calendário mais festivo para os gaúchos, neste ano de 2020 está sendo atípico: sem calor humano, sem olho no olho e sem mãos dadas para dançar. As entidades tradicionalistas de Santa Maria estão sentindo os reflexos da pandemia e, visto este novo cenário, precisaram readaptar-se para manter viva as tradições do Rio Grande. No mês mais tradicionalista do ano, que seria de bailes, desfiles, jantares e comemorações, ficar em casa é um desafio.

Os grupos de invernada artística de Santa Maria, desde março estão com suas atividades presenciais suspensas e alguns passaram a interagir pelos meios virtuais, na busca por preservar a união e a motivação neste momento difícil.

Para Karine Dias, dançarina integrante do Departamento Tradicionalista Querência das Dores de Santa Maria, a maior dificuldade é – após muitos anos com o setembro lotado de eventos e apresentações -, ficar longe do grupo e não ter esse contato físico que a dança proporciona.

A internet tem sido uma forma eficaz de contato e aproximação do grupo, em que trocam mensagens, vídeos de dança e fazem reuniões virtuais. “É muito difícil que, justamente no mês farroupilha, a gente não consiga ir a bailes e fazer apresentações para que todos apreciem a nossa arte, mas a internet está aí para nós ajudar neste período de novo normal”, desabafa Karine.

Confira, NO VÍDEO, a invernada do DT Querência das Dores, dançando em casa:

O instrutor de invernadas artísticas Iuratan Rodrigues, que coordena grupos em toda região, relata sobre a calmaria atípica de setembro que, diferente dos anos anteriores, nesta época já seria de ensaios extras, viagens e até três apresentações por dia. “Seria um período cansativo, suado, porém muito gratificante. Receber o carinho do público e ver os dançarinos com brilho nos olhos tem feito muita falta”, relata Iuratan.

O CTG Sentinela da Querência de Santa Maria costumava receber durante a Semana Farroupilha mais de 3 mil pessoas, mas este ano foi necessário planejar uma programação virtual e pegue e leve. “É muito triste para nós vermos o CTG fechado, sem podermos nos reunir, fazer nossos ensaios, participar dos eventos tradicionalistas”, desabafa Renato Bisaque Pereira, patrão da entidade.

Respeitar o isolamento social em um período que seria de muitos eventos não é a única dificuldade para os tradicionalistas. As medidas de contenção do vírus afetou de forma significativa o setor cultural e artístico, incluindo clubes e entidades que promovem eventos sociais. A pandemia também causou impacto financeiro nas entidades tradicionalistas da cidade, visto que suas atividades têm como mantenedor as festas e eventos com um grande número de pessoas. O CTG Sentinela da Querência de Santa Maria é uma das entidades tradicionalistas da cidade que vivencia de perto as dificuldades financeiras geradas pela pandemia. Conforme o patrão do CTG, a entidade está conseguindo manter as atividades com as mensalidades dos sócios e a uma pequena reserva adquirida, mas que agora estão esperançosos em receber o recurso oriundo da lei da Aldir Blanc.

A lei 14.017/2020, que está em vigor desde 29 de junho de 2020, vai inserir R$ 3 bilhões na cadeia produtiva da cultura em todo território nacional. Os recursos devem chegar a Santa Maria por meio do Sistema Nacional de Cultura. A Prefeitura de Santa Maria abriu as inscrições para os espaços culturais, os artistas e os profissionais da Cultura que pretendem pleitear os recursos federais oferecidos pela Lei Aldir Blanc. As entidades tradicionalistas podem se inscrever no cadastro disponibilizado pelo site da prefeitura municipal, podendo ser acessado através do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScZ3FyPolLlLoGXECjmDsFi30S0htvpmuinCUmfn8Gt_H-bSg/viewform

De acordo com a Secretária da Cultura, Esporte e Lazer de Santa Maria, Rose Carneiro, ainda não está definida uma data para o encerramento das inscrições, pois a secretaria aguardava a aprovação do plano de ação – que define como será utilizado o recurso – enviado ao governo federal – o que aconteceu apenas nesta semana, como este site NOTICIOU. A secretária ressalta que preencher o cadastro não significa ter a aprovação para receber os valores, pois dependerá dos critérios definidos pela regulamentação.

(*) Andriele Hoffmann da Cruz é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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