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Olhos de outro mundo – por Bianca Zasso

Traumas de infância quase todo mundo tem. Seja o bicho-papão, o velho do saco ou o quarto escuro, cada pequeno teve os seus medos. E os meus sempre tiveram a ver com imagens. Eu tinha medo de olhar para os quadros da casa quando anoitecia e certos pôsteres que eu pendurava na minha parede me davam calafrios durante a noite. Porém, o meu maior temor durante os primeiros anos de vida era um pequeno ser de olhos enormes e cara enrugada.

E.T. – O extraterreste, de Steven Spielberg já era um clássico quando esta que vos escreve chegou ao mundo, lá pelos idos de 1987. Porém, só fui conferir o filme na metade dos anos 90, período em que a locadora virou meu parque de diversões. Mas o meu medo já existia. Quando imagens da produção de Spielberg apareciam na TV ou em revistas e jornais, eu tremia. Aquele bicho estranho me assustava, aqueles dedos compridos pareciam sempre querer esganar o meu pescoço, enfim, o E.T. era o meu monstro.

foto bianca zassoSó que além de medrosa, eu sempre fui teimosa. Parece um versinho, mas sou eu. Juntei forças e me coloquei na frente da TV para assistir E.T. – O extraterrestre achando que não iria aguentar quinze minutos. Quando os créditos finais surgiram, lá estava a garotinha que um dia eu fui chorando de soluçar. E.T., antes meu carrasco, tornou-se meu ídolo. Aqueles olhos enormes que antes eu temia eram agora a imagem da ternura. Era o cinema salvando mais uma vida.

Steven Spielberg, como muitos devem saber, entende da arte de prender o espectador dos 8 aos 80 anos. Seus “filmes de família” sempre arrastaram multidões para o cinema e envelheceram bem. Afinal, o próprio E.T. completou 30 anos recentemente e ainda conquista crianças e adultos. Mas como pode um personagem tão feio, de cores escuras, acalentar o coração das pessoas?

Beleza não põe mesa, já diria a minha avó. E.T. pode até assustar à primeira vista, mas com o tempo percebemos seu lado humano, carinhoso e tão medroso quanto os que acabaram de conhecê-lo. É como aquele vira-lata magricela que um belo dia para diante do nosso portão e torna-se essencial para os nossos dias. Eu sempre vi E.T. como um vira-lata do espaço.

O Natal está quase chegando e esta colunista parece cada dia mais sentimental. Esta época do ano mexe com nossas emoções e, assim como no cinema, não podemos fugir das lágrimas, das lembranças, dos planos que nos enchem de energia para começar uma nova etapa. Assistir E.T. – O extraterrestre, ao lado de quem a gente gosta, pode ser uma dose extra de motivação. Mesmo que ele tenha vindo de um planeta muito, muito distante, sua capacidade de amar é igualzinha a nossa.

E.T. – O extraterrestre

Ano: 1982

Direção: Steven Spielberg

Disponível em DVD e Blu-Ray

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