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Presidência. Não tem valor algum, mas este site é a favor de mandato de 4 anos com reeleição

Está em discussão, no meio político, a idéia de acabar com o instituto da reeleição, no caso da Presidência da República. E mais: o mandato presidencial seria ampliado de quatro para cinco anos. A idéia começa a agradar a base aliada do governo (afinal, se exige mudança na Constituição) e tem como origem, incrivelmente, os partidos oposicionistas, com destaque especial para o PSDB.

 

Olha, gente, já vi este filme. Mais de uma vez. E não gostei do final, em nenhuma delas. Os mais experientes devem lembrar. O presidente José Sarney, que entrou pela porta dos fundos no Palácio do Planalto, com a doença de Tancredo Neves, em março de 1986, com a força da caneta que garantia emissoras de rádio Brasil afora teve seu mandato engordado em um ano (de quatro para cinco). Casuísmo puro, para não falar em sacanagem. Mesmo que indiretamente, fora eleito para um mandato quadrienal. E não qüinqüenal. Mas passou. Daquele jeito, como se viu, com a assunção de Fernando Collor, apeado do poder em 1992.

 

Mais tarde, preocupadíssimo com um eventual favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva, o tucanato (sim, o tucanato) deu um jeito de aprovar emenda instituindo a reeleição, após a vitória de Fernando Henrique Cardoso, pra lá de respaldado pelo Plano Real, uma idéia de economistas e de Itamar Franco, que o então ministro da Fazenda patrocinou. Isso, em 1994.

 

Vem, portanto, de 1996 ou 97 (não lembro a data exata) a decisão de permitir que Presidente, Governadores e Prefeitos pudessem ser testados uma segunda vez nas urnas. E o mandato seria de quatro anos. Pois é. E agora se quer mudar outra vez.

 

Com que objetivo? Kennedy Alencar (como você verá na sugestão de leitura) entende que se trata de uma idéia de tríplice interesse pessoal: Luiz Inácio Lula da Silva, que poderia voltar a candidatar-se em 2015; e a dupla tucana José Serra, candidato em 2010 e Aécio Neves, pretendente cinco anos depois.

 

Quer dizer: o interesse da trinca, com o patrocínio de seus partidos e de eventuais aliados, é o que conta, nessa história de mudança. Que, por sinal, valeria apenas para a Presidência, e não para Governadores e Prefeitos, que continuariam a ter o direito à reeleição. Sintomático, não?

 

Olha, não sei se é isso. É até possível que seja. Mas uma coisa eu sei: sou contra. Penso que o instituto da reeleição é democrático, e que o mandato de quatro anos (podendo chegar a oito) é o ideal. E não pode se mudar a Constituição apenas e tão somente atender interesses de ocasião. Não contem comigo.

 

Claro que ninguém vai dar a mínima para a opinião desta (nem sempre) humilde página de internet. Mas ela tem posição, nesse caso. E já está dada.

 

 

SUGESTÃO DE LEITURAConfira aqui o artigo “Fim da reeleição é casuísmo”, de Kennedy Alencar, publicado na Folha Online.

 

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