ELEIÇÕES. O que está por trás da escolha do PDT em apoiar Sergio Cechin à Prefeitura de Santa Maria
Presidente municipal da sigla diz que campo ideológico não está em discussão
Por Maiquel Rosauro
O PDT de Santa Maria é o mais novo partido a abraçar a campanha de Sergio Cechin (PP) à Prefeitura. A sigla confirmou seu apoio ao progressista na tarde desta segunda-feira (23), com direito a forte mobilização nos bastidores de lideranças estaduais.
De acordo com o presidente municipal do PDT e candidato a prefeito no 1º turno, Marcelo Bisogno, o apoio é uma decisão oficial do partido, com respaldo da ampla maioria dos candidatos a vereador da legenda e do Diretório Municipal da sigla. Dos nove membros da Executiva da agremiação, sete foram favoráveis a Cechin, um se absteve e outro defendeu a neutralidade e liberação dos filiados.
“Todos os filiados estão orientados a votarem no 11, no domingo (29), chapa Sergio Cechin e Francisco Harrisson. É uma decisão partidária. Estamos seguindo uma orientação da Direção Estadual. Romildo Bolzan e deputados do partido entraram em contato conosco nos orientando para que tomássemos uma orientação a favor do Cechin em Santa Maria. Isso aconteceu na quinta à tardinha, na sexta de manhã, no final de semana e hoje (segunda) pela manhã”, disse Bisogno.
De acordo com Bisogno, o que está em discussão não é o campo ideológico, uma vez que tanto o PP de Cechin quanto o PSDB de Jorge Pozzobom não se aproximam dos ideais pedetistas. O foco do debate são os próximos quatro anos de Santa Maria.
Também pesou a favor de Cechin (além da pressão vinda de Porto Alegre), o fato de o progressista representar a mudança defendida pelo PDT em relação ao governo Pozzobom.
“Quem pode fazer algo de novo e mudar a atual gestão na cidade é o Cechin, que nunca foi prefeito. O atual governo a gente já sabe qual é a capacidade e o que já foi feito”, explica Bisogno.
Os pedetistas ainda entregaram para Cechin uma carta com os três eixos defendidos pela legenda: escola em tempo integral, cidade digital e travessia urbana.
Não aprovaram
Tão logo o Site divulgou a decisão tomada pelo PDT (AQUI), centenas de comentários foram postados nas redes sociais sobre o tema. Boa parte, lamentando a decisão da sigla em razão das diferenças ideológicas com o PP de Cechin e sua aproximação com o bolsonarismo.
Alguns conhecidos membros da legenda demonstraram contrariedade. É o caso do 2º vice-presidente do partido, Marionaldo Ferreira.
“A quem interessar. Não sigo o mesmo caminho. Eu e alguns poucos, mas com conteúdo trabalhista não se dobram. Nossa visão é outra”, postou Marionaldo no Facebook.
Quem também não aceitou a decisão foi o candidato a vereador não-eleito Thiago Carrão. Ele afirmou não compactuar com o posicionamento.
“Sigo a luta junto às bandeiras da educação e trabalhismo, raiz de Leonel Brizola. Nossa visão é outra”, publicou Carrão.
Interessante que o símbolo do PDT (a mão segurando a rosa) lembra o símbolo utilizado na década de 70 pelos Socialistas Democráticos da América, uma organização ianque que também abriga os trabalhistas. Alás, haviam 10 chapas concorrendo, inclusive dos Verdes, Libertários e Socialismo e Liberação. Não aparecem porque não conseguem votos no colégio eleitoral.