O País que merecemos para 2021 – Por Michael Almeida Di Giacomo
A utopia sonhada pelo articulista, que gostaria de vê-la realizada no ano novo
É dia 1º de janeiro e o Presidente da República faz o seu primeiro pronunciamento do ano à nação. A mensagem de que teremos dias melhores tem como pauta principal o anúncio mais esperado pelos brasileiros que desejam ter suas vidas de volta ao normal: a vacina de prevenção à contaminação da Covid-19 estará à disposição da população.
O Presidente, tendo ao seu lado o ministro da Saúde, detalha a grande campanha nacional que será realizada a fim de elucidar dúvidas a respeito da eficácia e da segurança no desenvolvimento de anticorpos ao vírus que ceifou abruptamente milhares de vidas em 2020. As pessoas ficam confiantes.
Uma grande concertação nacional entre os poderes da República torna-se a matriz dessa pujante campanha. Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em todos os níveis da Federação, irão promover a campanha, cada qual no exercício de suas funções, e irão instrumentalizar os meios, o acesso e as medidas legais para que a empreitada tenha êxito.
Especialistas na área, tanto representantes dos órgãos públicos, quanto da iniciativa privada, estarão à disposição da mídia de massa. A ideia é orientar às pessoas de como devem proceder caso tenham algum sintoma distinto que possa trazer algum nível de preocupação com sua saúde.
Artistas nacionais e regionais, músicos populares, influencers digitais, atletas, professores, políticos de todas matizes ideológicas, enfim, formadores de opinião, dedicaram um tempo do seu labor a fim de incentivar às pessoas que participem da necessária imunização.
As universidades, com toda sua expertise e estrutura, estarão na linha de frente do combate a esse inimigo invisível que assola nossas vidas. As escolas do ensino médio e fundamental irão trazer conteúdos sobre a campanha e informarão os alunos sobre a importância da vacinação.
A campanha será realizada em todas as plataformas de comunicação e a sociedade civil, por meio de organizações não governamentais, associações, institutos, entidades de classe, movimentos sociais, de forma voluntária também irão auxiliar e mobilizar seus pares.
E mesmo que a vacinação inicie no mesmo dia em todo o país, uma caravana do governo federal, liderada pelo nosso Presidente, percorrerá as capitais dos Estados da federação impulsionando o engajamento, agradecendo e homenageando os profissionais da saúde pelo trabalho prestado durante 2020.
O planejamento será amplo e deve se estender por todo o ano. Não será uma tarefa fácil. Levará tempo. Não será a totalidade da população que conseguirá ser atendida. É preciso proteger os grupos vulneráveis e seguir projetando o alcance da vacina aos demais.
Após o êxito da campanha, os índices que medem a circulação do vírus apontarão que a pandemia estará controlada. As famílias, finalmente, poderão reunir seus entes. As avós e os avôs poderão abraçar e beijar seus netos. Os pais e mães, que tiveram bebês durante o período de isolamento social, poderão tranquilamente passear com seus filhos sem medo de colocar a saúde de sua prole em risco. A vida juvenil voltará ao ambiente de ensino. É provável que na Páscoa, diferente do Natal, as famílias possam novamente reunir-se sem receio de que uma possível contaminação afete o bem-estar ou seja fatal aos mais idosos.
Empresas, indústrias e o serviço público voltarão a sua rotina normal de atendimento às pessoas e às demandas de produtos. A economia nacional irá refletir esse momento e postos de trabalho serão abertos ou reabertos.
A triste experiência de termos enfrentado uma pandemia nos fará mais fortes e estaremos mais preparados para ultrapassar momentos de dificuldades. O governo federal decretará um dia nacional para homenagear aqueles que foram vítimas da doença. Nunca iremos esquecer, pois constará nos livros de história.
Políticas públicas de enfrentamento a futuras crises sanitárias farão parte efetiva das ações governamentais. A atenção aos segmentos sociais vulneráveis ganhará força e os invisíveis que saltaram aos olhos dos governantes serão respeitados em sua dignidade.
Esse é o Brasil que penso ser o ideal para 2021, o país de um governo responsável que tenha na proteção e no bem-estar da sua população o principal objetivo da sua gestão.
Uma utopia? Sim. Porém, é como escreveu Mario Quintana: “se as coisas são intangíveis… Ora! Não é motivo para não querê-las”.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15.
Observação do editor: a foto que ilustra este artigo é de livre publicação, oriunda de um site de fotos gratuitas. O crédito é para Kovop58/istock.
Detalhe relacionado apesar de não parecer. Leite, o impostor, é cotado para candidatura à presidência da Republica. Único motivo, é bastante marketavel. Pessoal lá para cima não conhece a figura.
Intangíveis ao quadrado. Coisa que a população já está de saco cheio. Vejamos o texto. Pronunciamento. Campanha. Medidas legais. ‘Formadores de opinião’ ‘incentivando’. Conteúdos educacionais e informação. Caravana impulsionando, agradecendo e homenageando. Planejamento e projeção. Dia nacional de homenagem. Politicas publicas de enfrentamento (que têm histórico de sucessos no Brasil).
Tipico do pessoal do jurídico. Só falam e produzem textos. Como os jornalistas. Como os economistas.
Elon Musk, empresário americano, critica com outro viés. O pessoal que sai dos MBA ianques tocam a nação. Esquecem que lá embaixo existem as operações. Não é hipocrisia. Como Bill Gates já dormiu muito num colchonete largado no chão do escritório (condições diferentes, um já bilionário, outro quando secundarista).
Antes que esqueça, Yoval Harari é um historiador. Até onde sei não tem bola de cristal. Entendedores entenderão.