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PROPAGANDA. Prefeitura investiu, só em maio, R$ 133 mil extras na mídia de Santa Maria

Definitivamente, a mídia santa-mariense não tem do que se queixar da administração municipal. Bem, pelo menos no que se insere ao troco recebido por conta de ações publicitárias e de imagem do governo de Cezar Schirmer. O que não tem faltado, vamos combinar, é dinheiro para as emissoras de rádio e televisão e os jornais da comuna.

Nessas alturas, o menor dos investimentos acaba sendo o que beneficia as quatro emissoras comerciais AM, cada qual recebendo R$ 4 mil mensais para retransmitir o programa semanal de uma hora, nas manhãs de sábado, complementado por inserções institucionais. Só aí, por ano, são R$ 48 mil para cada uma delas.

Em março, como noticiei no dia 19 daquele mês (releia AQUI), entraram mais R$ 65 mil (no total invertido na mídia), por conta do Plano de Recuperação de Receitas da comuna. Nada grandioso, conceda-se, diante do objetivo: recapturar pelo menos R$ 11 milhões em impostos não pagos pelos contribuintes (pessoas físicas e jurídicas).

Isso tudo é pequeno, porém, diante do que a prefeitura despejou na mídia da boca do monte agora em maio. Segundo apurei, com fonte muito próxima ao principal gabinete do Centro Administrativo Municipal, foram recursos para bancar as festividades dos 152 anos na cidade. E as inserções (em rádio, jornal e TV) se deram num período máximo de sete dias, de antes até o final do festerê na Praça Saldanha Marinho.

Bueno, e como sei de tudo isso? Informo: como o Portal da Transparência (exigência legal a ser cumprida até o dia 29) ainda não saiu, o que resta é ler o Diário Oficial do Estado. Pois foi lá, no DOU/RS, que encontrei, na edição de sexta-feira, o seguinte edital, mandado publicar pela prefeitura de Santa Maria:

INEXIGIBILIDADE Nº 26/2010 – Objeto: Inserções Rede TV, Jornais e Rádios. Vencedor: Zero Hora Editora Jornalística S/A, Valor: R$ 4.900,00; Rádio Guarathan, Valor: R$ 700,00; Rádio Medianeira Ltda., Valor: R$ 700,00; Valdemar Roveda & Cia Ltda – ME, Valor: R$ 2.080,00; Rádio Imembui S/A, Valor: R$ 700,00; RBS – Zero Hora Editora Jornalística – Diário de Santa Maria, Valor: R$ 29.056,16; Sociedade Rádio Santamariense, Valor: 700,00; Rádio Cultura de Santa Maria, Valor: 700,00; Rádio Atlântida FM – Antena 1, Valor: 700,00, TV Santa Maria Ltda. Valor: R$ 35.000,16; Televisão Imembui SA, Valor: R$ 35.000,40, Nativa Rádio Difusão S/A, Valor: R$ 700,00, Rádio Santuário FM, Valor: R$ 700,00; A Razão Editora Ltda., Valor: R$ 15.120,00, Santa Maria Vídeo Produtora Ltda., Valor: R$ 7.000,00. Base Legal Art. 25, Caput, da Lei 8.666/93. Comissão de Licitação.”

VAMOS SIMPLIFICAR: esqueçam as razões sociais (uma delas, inclusive, com equívoco). Vamos traduzir, por veículo, o que cada um receberá:

JORNAIS: Zero Hora (R$ 4.900), A Cidade (R$ 2.080), Diário de Santa Maria (R$ 29.056.16), A Razão (R$ 15.120). Total: R$ 51.156,16.

TELEVISÕES: RBS (R$ 35.000,40), Pampa (R$ 35.000,16), TV Santa Maria (R$ 7.000). Total: R$ 77.000,56.

RÁDIOS: Guarathan (R$ 700), Medianeira (R$ 700), Imembuí (R$ 700), Santamariense (R$ 700), Antena 1 (R$ 700), Atlântida (R$ 700), Nativa FM (R$ 700), Medianeira FM (R$ 700). Total: R$ 5.600,00.

DITO ISTO, cá entre nós, a mídia santa-mariense não tem razão alguma para se queixar da administração municipal. Desconsiderando-se as verbas habituais (vide programa de rádio e outras programações nos demais veículos), só nesta primeira quinzena de maio, os veículos tiveram 133.756,72 ótimos motivos adicionais para demonstrar sua alegria com o aniversário de Santa Maria.

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Um Comentário

  1. O silencio custa caro! E a bajulação outro tanto!Só que tapa olhos no povo todo não tem dinheiro que chegue para por,mordaças também custariam caro, portanto a voz do povo fará seu trabalho.

  2. agora dá para entender algums radialistas que defende o prefeito todo os dias em seus progamas e aquela grande midia que esta praticamente um anjo só da noticias boas do atual governo .

  3. Claudemir,
    essa nota é um exemplo de bom jornalismo; é uma nota de ‘utilidade pública’. Parabéns!
    Se a mídia gaúcha fosse séria, dificilmente a direita teria vez em nosso Estado. Está explicado o motivo pelo qual a “mídia grandona e a que se acha” é tão raivosa em relação a determinadas correntes políticas.
    Se a mídia estiver com as burras cheias de dinheiro público, a boca fica fechada e o interesse público que se exploda.

  4. Como diz um jornalista do centro do país: vamos privatizar a Globo e o restante dos meios de comunicação. Hoje a mídia se diz privada e independente, mas adora um recursinho público. Enquanto isso, os puxa-sacos das rádios AM locais matam a “fome e a sede” com migalhas jogadas do banquete dos poderosos.

  5. por isto é que a RBS (diario de santa maria)não falou sobre o erro das vacinas e as obras paradas e porque será que o lasier martins falou tão bem desta administração chegando ao ponto de dizer que foi gerado mais de mil empregos ( só se for para as pessoas de fora) balonismo artistas plásticos etc… diz o ditado PAGANDO BEM QUE MAL TEM tentem ligar para o programa de rádio e falar dos problemas da cidade e das promessas de campanha para ver NUNCA colocarão o teu comentário na ar, agora se você elogiar NOSSA eles colocam no mesmo momento, mas como diz aquela comediante QUE QUE É TÔ PAGANDO!

  6. Não desmerecendo os veículos de comunicação acima anunciado, mas na cidade temos duas rádios comunitárias e não sobrou nada para elas. Só para esclarecer alguns Elas são bem ouvidas e daria muito mais retorno. Mas td bem vai ver que o pessoal nao sabe que há rádios comunitarias na zona oeste e norte da cidade. Valeu!!!!!

  7. Fosse uma prefeitura que estivesse com os problemas da cidade encaminhados, até acharia justo a aplicação deste rio de dinheiro em propaganda. Mas nem os buracos da rua são tapados. Nem a vacina é aplicada corretamente. E se investe esta dinheirama nesta marquetagem schirmista. É demais.

  8. Inicio a minha manifestação destacando, das informações apresentadas na nota, os valores recebidos pela empresa RBS. Dos valores totais pagos pela Prefeitura na primeira quinzena de maio, R$ 133.756,72, 52% foram destinados à RBS, ou seja, R$ 69.656,16. Até aqui, nenhuma análise ou juízo de valor. Somente uma forma distinta à nota de apresentar a informação.
    Bem, mas lendo o site da Prefeitura Municipal, me deparei com um material que, segundo consta no próprio, circulou encartado no jornal ZERO HORA em 90 cidades. O INFORME COMERCIAL com título “SANTA MARIA 152 ANOS” pode ser visualizado no seguinte link: http://www.santamaria.rs.gov.br/docs/2010_informe_152_anos_zerohora.pdf.
    Da leitura do expediente do material deduzo que este é de responsabilidade da RBS. Quem é o financiador do material é que é a minha dúvida principal. Seria o material integralmente custeado pela RBS? Teria havido participação da Prefeitura Municipal no custeio do material?
    Esta minha dúvida é justificada pelo seguinte fator. Se o material foi integralmente custeado pela RBS, estamos diante de um conteúdo bastante questionável. Para um informe referente aos 152 anos de Santa Maria está paupérrimo. O que vemos é uma apresentação destacada do que ocorre em Santa Maria nos dois últimos anos, ou seja, na atual administração municipal. Nada de conteúdo histórico além de contar com informações bastante questionáveis. Como exemplo, cito a nota com título “UPA e Samu estão a caminho” da página 5, onde é exaltada a participação do governo do Estado e a atuação da Prefeitura Municipal, importantes no contexto, mas não os principais agentes, já que este programa e os recursos para a sua execução são de responsabilidade do Ministério da Saúde.
    Se por outro lado, o INFORME COMERCIAL teve participação no seu custeio da Prefeitura Municipal, bem, daí vejo a situação mais grave. Estaríamos diante de uma propaganda da atual administração utilizando como pretexto o aniversário de Santa Maria, custeada com recursos públicos.
    Deixo claro que nesta minha manifestação não estou fazendo afirmações de nenhuma natureza. Estou sim, buscando respostas para questionamentos como munícipe e contribuinte. Acredito estar exercendo meu direito de forma responsável.

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