CIDADE. Cercados por discurso de ódio, líderes religiosos lançam Campanha da Fraternidade 2021
Tema da campanha deste ano é Fraternidade e diálogo: compromisso de amor
Por Maiquel Rosauro
“Temos a necessidade de construir pontes e não muros; e dialogar as nossas diferenças”. Foi assim que o arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert resumiu a polêmica que vem cercando a Campanha da Fraternidade 2021, lançada nesta Quarta-Feira de Cinzas (18). A iniciativa é alvo de discurso de ódio nas redes sociais por se posicionar em defesa de grupos minoritários, como o LGBTQI+.
Nesta edição, como ocorre a cada cinco anos, a campanha ultrapassa as fronteiras da Igreja Católica e torna-se um culto ecumênico, envolvendo outras igrejas cristãs. O tema deste ano é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema escolhido foi “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14).
A proposta visa dialogar sobre polarizações e violências vividas por minorias. O texto-base, alvo de críticas nas redes sociais, defende a importância do diálogo frente às polarizações e ressalta que algumas populações, como aquela formada por mulheres negras e indígenas, são as maiores vítimas da violência.
O texto ainda diz que “outro grupo social que sofre as consequências da política estruturada e da criação de inimigos é a população LGBTQI+”. Esse trecho é o principal motivo das campanhas que pedem o boicote da Campanha da Fraternidade.
“Tenho ficado surpreso com manifestação de minorias contra essa campanha. Fico pensando, meu Deus, o que esse povo tem na cabeça. Qual é o objetivo desta campanha? É justamente a unidade”, afirma dom Francisco de Assis da Silva, bispo da Igreja Anglicana.
O vigário geral da Arquidiocese, padre Ruben Dotto, relatou que desde o texto-base chegaram diversos elementos para reflexão que acabam, querendo ou não, contribuindo para o debate.
“As pessoas não querem falar nisso, por isso reagem desta maneira. O bonito da Campanha da Fraternidade, e que me emociona como cristão e padre, é a verdade que está subjacente. Não há nada que justifique a inimizade e anulação da diversidade humana”, comentou padre Dotto.
O pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Reinoldo Gluck Neumann, ressaltou que é preciso agir com sabedoria, tolerância e respeito.
“Queremos derrubar muros, ou que eles nem sejam construídos. Queremos pontes de união e comunhão”, disse o pastor Neumann.
O lançamento da campanha em Santa Maria foi transmitido ao vivo pelo Facebook. Confira:
Por não ser restrita a Igreja Católica, a campanha deste ano não foi preparada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
Leia a íntegra do texto-base da Campanha da Fraternidade 2021.
Briga de minorias. Ontem vi um estatística, 80% dos tweets são produzidos por 10% dos usuários. Nas outras redes sociais não deve ser diferente.
Aposto que os críticos não vão na missa todo domingo. Papa Xico fez opção pelos poucos e bons católicos. Vai ter exatamente o que quer. Ênfase nos poucos.
Eu? Já me auto excomunguei faz tempo.