ENTREVISTA. Cidade apresenta todas as condições para receber a ESA, afirma o vice-presidente Mourão

Por Fabricio Minussi e Mateus Facco / Da Rádio Imembuí

Santa Maria deu um importante passo para receber o investimento de R$ 1,2 bilhão projetado para a implantação da nova Escola de Formação de Sargentos das Armas (ESA). Na manhã desta terça-feira, em entrevista exclusiva ao programa Controle Geral da Rádio Imembui, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o município reúne todas as condições para sediar a escola. Segundo Mourão, a cidade tem a seu favor todos os requisitos militares e educacionais necessários para dar o apoio e suporte necessários à nova ESA.

“A gente conhece muito bem Santa Maria. Existem características que são extremamente importantes para sediar a nova escola. Trata-se de uma formação que será provida por técnicos de ciências militares e, consequentemente, um primeiro degrau de curso superior. Por isso, esse investimento vai ao encontro da cidade de Santa Maria sob o ponto de vista educacional e cultural, integrando a nossa escola às instituições de ensino superior no município. Pelo lado militar, a ESA se justifica pela presença na cidade e região de unidades blindadas e mecanizadas do exército com material moderno, com um centro de adestramento, dois campos de instrução e todo o espeço físico na região do Bairro Boi Morto”, comentou o vice-presidente.

Durante a entrevista concedida a Vicente Paulo Bisogno, o vice-presidente Hamilton Mourão alertou sobre o componente político presente em articulações dessa natureza.

“Os deputados dos estados onde estão as cidades que disputam a nova ESA se movimentam para fazer o seu lobby para essa decisão. Mas a escolha se dará, exclusivamente, sob os aspectos militar e educacional”, avaliou Mourão.

Além de Santa Maria, estão na disputa pelo investimento da nova ESA as cidades de Ponta Grossa (PR) e Recife (PE). Ao todo, serão dois mil alunos, mais todo o corpo docente envolvidos nessa operação, assim que a escola estiver funcionando a pleno. Somados salários e outros investimentos que devem ser feitos pelo órgão de defesa no projeto, o município que receber o investimento pode ter a injeção de até R$ 250 milhões na economia.

Havia uma expectativa da divulgação do nome da cidade que receberá o investimento ocorresse neste mês de maio. No entanto, em virtude da troca do Alto Comando do Exército, o anúncio ficou para o agosto. Em entrevista concedida à Rádio imembui, o prefeito Jorge Pozzobom afirmou que a cidade será novamente apresentada à cúpula do Exército em Julho.

Durante a entrevista concedida ao programa Controle Geral, o vice-presidente também projetou a vacinação de toda a população brasileira contra a Covid-19 até o final de 2021, a gestão de soberania da Amazônia e o seu futuro político, que poderá ser o de concorrer a uma cadeira no senado pelo Rio Grande do Sul. Confira a entrevista na qual ele começa falando sobre a questão da vacina:

Qual a sua avaliação sobre o avanço da vacinação contra Covid-19 no brasil. O senhor acredita que será possível vacinar toda a população ainda em 2021?

“Essa questão da vacinação ela tomou uma discussão muitas vezes sem se olhar de forma mais completa o que está acontecendo no mundo inteiro. A maioria dos países com muita dificuldade para vacinar, você vê ai nosso vizinho do sul a Argentina que num primeiro momento se enalteceu que tinha começado a se vacinar antes da gente, mas não conseguiu avançar no processo porque realmente aqueles países hoje que produzem insumos e vacinas, na sua maioria priorizaram a sua própria população exceção feita a China e a Rússia, a índia que é outro grande produtor também teve que suspender suas exportações em virtudes das dificuldades que está vivendo.

Esse primeiro semestre é um semestre difícil para todos, recentemente vimos o diretor da OMS ontem reclamando dessa questão da não colocação de vacinas para aqueles países mais pobres, e isso desequilibrando a situação num todo. No nosso caso o que eu vejo é que estamos avançando em uma progressão aritmética mais pelos dados do ministério da saúde que o ministro Queiroga tem colocado o tempo todo, nós a partir do segundo semestre vamos avançar numa progressão geométrica, e eu espero, tenho essa visão, de que vamos chegar no natal, até o final do ano, com 150 milhões de brasileiros vacinados, em consequência com toda a população que tem que ser vacinada, já devidamente imunizada”.

General Hamilton Mourão, qual a sua avaliação e suas expectativas em relação a vinda da Escola de Sargento das Armas para Santa Maria? 

“A gente que conhece bem a nossa região e Santa Maria, ela alia algumas características que são extremamente importantes para  sediar uma escola de nível, como é a escola de sargento das armas, lembrando que os nossos sargentos hoje eles recebem uma formação de técnicos em ciências militares que consequentemente é um primeiro degrau de curso superior, então ai vai ao encontro do que é Santa Maria, que é uma cidade universitária, onde há também essa possibilidade de integração né da própria escola com as nossas universidades existentes ai, isso estou falando do lado do conhecimento e da cultura.

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Quando você olha o lado militar, Santa Maria ela alia a presença de unidades blindadas e mecânicas com o material mais moderno além de um centro de adestramento, a proximidade de dois campos de instrução, como o próprio campo de Santa Maria (CISM) e também o Saicã ou seja ela tem além do espaço físico lá na região do Boi Morto ela tem todas as condições de receber a nova escola e ser realmente um grande centro da difusão da formação dos militares do exército brasileiro”.

O que o senhor acha que vai ser decisivo para confirmar qual será a sede da Escola de Sargento das Armas?

“Existe um componente político nisso ai porque a gente vê que parlamentares dos estados onde estão as cidades que estão disputando a nova escola, eles se movimentam para isso, buscando interferir na decisão, não vou dizer interferir né, mais fazer o seu lobby ali pra essa decisão porque uma cidade que receba uma escola do porte da ESA que tem dois mil alunos e mais todo seu corpo docente, isso é um incremento em termos de renda muito grande na cidade, mas o que eu acho que vai ser colocado na decisão são esses fatores que eu apresentei anteriormente…”.

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