Por Maiquel Rosauro / Da Assessoria de Imprensa do SindBancários de Santa Maria e Região
Funcionários do Banrisul e diretores do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região participaram (foto acima) de uma audiência pública, na noite desta quarta-feira (12), sobre a proposta de privatização do Banrisul e da Procergs. O evento, realizado na Câmara de Vereadores de Santa Maria, promovido pela Comissão de Políticas Públicas do Legislativo.
A audiência foi motivada pela tramitação da PEC 280/2019, que retira a exigência de realização de plebiscito para a venda do Banrisul, Corsan e Procergs, aprovada em 1º turno, em 27 de abril, na Assembleia Legislativa, por 33 votos favoráveis e 18 contrários.
Para que seja aprovada de forma definitiva, a PEC apresentada pelo deputado Sérgio Turra (PP) e assinada por outros 24 parlamentares, precisa ser submetida a um segundo turno de votação, no intervalo de três sessões, recebendo novamente o voto favorável de, pelo menos, três quintos dos votos dos deputados (33 votos favoráveis).
A audiência pública teve início com a participação, em vídeo, da diretora da Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), Cristiana Garbinatto. Ela disse que o Banrisul, a Procergs e a Corsan pertencem ao povo gaúcho e que se o governador Eduardo Leite (PSDB) deseja vender, que mostre os motivos ao invés de promover negociatas às escondidas.
“Querem passar por cima da população e não aceitaremos isso de manheira nenhuma. Os verdadeiros donos dessas empresas precisam ser ouvidos”, afirmou Cristiana.
A diretora de Saúde do Sindicato dos Bancários, Margarete Thomasi, ressaltou na audiência que o banco tem uma forte atuação no agronegócio e no setor imobiliário, sendo uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento dos municípios por intermédio de projetos sociais. Ela também fez referência à campanha eleitoral de 2018.
“Além de ser lucrativo, o Banrisul é um símbolo do nosso Estado, mantém uma identidade histórica e cultural com o povo gaúcho. Sempre dizemos: o Banrisul é nosso, é do Rio Grande. Mas agora está na iminência de ser entregue. Na campanha eleitoral Eduardo Leite prometeu que não venderia nem o Banrisul e nem a Corsan”, disse Margarete.
O diretor de Comunicação do Sindicato, Marcio Kolinski, destacou que, com uma única cartada, o governo Leite tenta privatizar a água, o sistema financeiro e os dados dos gaúchos. Também afirmou que a precarização no atendimento à população tem sido a principal característica do atual governo.
“Somente no ano passado perdemos quase mil colegas em um programa de demissão e sem reposição, em uma clara medida de diminuição do tamanho do banco. Fato esse que dificultou muito o trabalho dentro das agências. Os colegas estão adoecendo pela extrema carga em seus ombros e as dificuldades laborais e familiares já conhecidas que a pandemia nos trouxe”, disse Kolinski.
O Banrisul está presente em 96% dos municípios gaúchos, sendo que em 117 municípios do Estado existe apenas uma única agência bancária, que não por acaso é do Banrisul. Além disso, 1/3 da população gaúcha tem conta no banco, sendo que 2/3 dos clientes ganham até um salário mínimo.
O temor dos bancários é o possível fechamento de todas as agências em pequenos municípios caso o banco seja privatizado. Tal prática seria uma catástrofe para milhares de famílias.
O delegado sindical Ronei Miorin lembra que o banco é altamente lucrativo e fomenta a economia gaúcha. Ele questiona os interesses que estariam por trás da venda da instituição.
“Uma privatização, hoje, do Banrisul seria por 1/3 do valor real de mercado. O cidadão gaúcho seria lesado em dezenas de bilhões (de reais). Vamos voltar um pouco na memória, o que aconteceu com a privatização da Vale do Rio Doce, a empresa triplicou de valor vezes dez. Pergunte a um paulista o que aconteceu depois que o Banespa foi privatizado”, apontou Miorin.
Ao final da audiência pública foi aprovado a construção de um documento que será encaminhando aos deputados estaduais defendendo a realização de plebiscito para a venda do Banrisul, Corsan e Procergs.
“Se traírem o povo gaúcho, em 2022, não venham aqui pedir votos. Traduzindo, é isso que dirá o documento”, explica a vereadora Helen Cabral (PT), que conduziu a audiência.
Conforme a parlamentar, o texto será apresentado na reunião da Comissão de Políticas Públicas, nesta quinta-feira (12), e depois será levado a plenário. O objetivo é que se torne um documento oficial da Casa Legislativa para pressionar os deputados estaduais a votarem contra a aprovação da PEC 280/2019.
Além do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, a audiência pública também contou com a presença de representantes do Fórum em Defesa da Água e do Saneamento, Sindiágua, União das Associações Comunitárias (UAC) e Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (DCE/UFSM).
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