CÂMARA. Helen não vai à reunião da CPI da Covid e agora será convocada na condição de testemunha
Petista alega que, com a chegada de Luci, governo tomou conta da Comissão
Por Maiquel Rosauro
A gelada manhã de segunda-feira (19) começou de forma inesperada na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Convidada a participar de uma reunião pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Helen Cabral (PT) não apareceu na Casa. Frente a sua ausência, ela agora será convocada na condição de testemunha.
A petista é a proponente da CPI, que surgiu com intuito de investigar ações e possíveis omissões do governo de Jorge Pozzobom (PSDB) na pandemia. Ela foi a relatora até o final de junho, quando o vereador Valdir Oliveira (PT) retornou para o Legislativo, após longa luta contra o covid-19. Valdir, ainda debilitado, não assumiu o lugar de Helen no colegiado e o Bloco Propositivo (formado por vereadores do PT e PCdoB) acabou indicando Luci Duartes – Tia da Moto (PDT), do Bloco de Oposição, para o cargo.
Luci, que não era a favor da abertura da CPI, aceitou o posto. Um de seus primeiros passos foi se debruçar sobre os depoimentos realizadas.
“Já olhei mais de 46 horas de oitivas. Eu assisto, paro, anoto, faço os apontamentos e volto a assistir de novo. Estou fazendo isso porque quero entender certos questionamentos que não têm relação com o objeto da CPI”, explica Luci.
Como ainda sobraram dúvidas, a pedetista teve a ideia de convidar Helen para a reunião pública. A petista foi notificada e respondeu, oficialmente, na sexta-feira (16). No ofício enviado à Câmara, ela questionou os motivos da agenda e de quem partiu o requerimento.
“Eu convidei para tentar entender. Seria muito mais prático para mim do que ficar pesquisando. Ela não veio por que fui eu que convidei? Ela não teve nem a delicadeza de dizer que não vinha”, relata Luci.
Devido à ausência, Luci propôs a convocação de Helen na condição de testemunha. A presidente do colegiado, Roberta Pereira Leitão (PP), votou contra. Mas Luci e o vice-presidente, Givago Ribeiro (PSDB), votaram a favor.
“Ela disse, quando apresentou o pré-relatório que não iria seguir como vereadora devido a volta de Valdir, mas iria continuar acompanhando e ajudando a CPI, prestando todo o apoio porque ela foi a proponente. Mas no primeiro momento em que ela é convidada para vir colaborar ela não vem. Que tipo de ajuda é essa?”, questiona a pedetista.
O testemunho de Helen deverá ser agendado para o dia 2 de agosto, às 10h30min. No mesmo dia, Luci estuda convocar também a imprensa local, incluindo rádios, sites e jornal. A ideia é saber se as ações do governo ajudaram os veículos de comunicação a divulgar ações no combate à pandemia.
“Não participarei de um circo governista”, afirma Helen
O Site entrou em contato com Helen e questionou o motivo de sua ausência na reunião da CPI. A petista, então, encaminhou uma manifestação de oito páginas, datada desta segunda-feira (19), que foi encaminhada ao colegiado.
“Quando recebi a informação de que a solicitação para a referida reunião pública foi feita pela nova relatora da CPI da Covid-19, a vereadora Luci Duartes, ficou muito claro tratar-se de manobra governista, que com sua entrada forma maioria na comissão parlamentar na companhia do vereador Givago Ribeiro”, diz Helen em trecho do documento.
A petista alega que, enquanto esteve na Casa, Luci em nenhum momento mostrou interesse em conversar sobre os rumos da CPI ou tirar qualquer dúvida sobre a investigação.
“Quando assumiu a relatoria da CPI da Covid, sob aplausos da base governista na Câmara, que passou a ter maioria na Comissão, a vereadora Luci não descartou publicamente “desqualificar teses apresentadas”, “desqualificar documentos e oitivas”, arvorando-se ainda, em autoridade com o poder de determinar o que é ou não objeto da CPI, que curiosamente ela negou-se a assinar”, diz no documento.
Ao final de sua manifestação, Helen diz que não participará de um “circo governista”.
“Estou à disposição para prestar quaisquer informações, mas não participarei de um circo governista, que parece tentar transformar a CPI, que é um instrumento democrático tão importante de investigação das ações e omissões daqueles que ocupam postos de poder, em um instrumento de blindagem destes, e de ataque e perseguição política a uma vereadora que estava em pleno exercício de um mandato parlamentar, no ápice do cumprimento do seu dever de fiscalizar, em busca da verdade e em defesa da saúde, do SUS e da vida da população de Santa Maria”, finaliza Helen.
A oposição das Estelas já não é mais como antigamente. Que coisa esquisita.
Mas a vereadora que a tempos atrás teve o assessor que foi preso não foi indicação dos trabalhadores para entrar na cpi?!
Vai entender o baião da casa da Vale….