Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Após professores (as) e técnico-administrativos (as) da UFSM terem tomado a segunda dose da vacina para imunização contra a Covid-19, já se percebe uma pressão pelo retorno totalmente presencial, seja dos órgãos do governo federal, ou até mesmo em notas na imprensa regional. No que se refere às aulas, a pró-reitoria de Graduação (Prograd) destaca que as disciplinas teóricas seguirão através do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE) até fevereiro de 2022, conforme definido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).
Entretanto, as práticas vêm sendo retomadas aos poucos, a partir de avaliação de cada Unidade, que elabora os planos de contingenciamento através das comissões setoriais de biossegurança. Na sequência, esses planos são submetidos à aprovação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para Educação – (COE-E UFSM), que ainda encaminha para análise e aprovação do COE Regional, que é externo à UFSM, explica o professor Jerônimo Tybusch, titular da Prograd.
Em função disso, comenta Tybusch, a tendência é de que os planos das Unidades sejam liberados e que eles comecem a colocar seus calendários suplementares, que são adequados conforme os planos de contingência. O que são os planos de contingência? Eles se referem à planificação de cada Unidade, com a previsão de espaço físico, de quantas pessoas estarão no local, qual o distanciamento possível, a necessidade de uso de álcool em gel, etc.
Quando forem aprovados os planos, os cursos podem fazer a proposta de seus calendários suplementares para recuperar a parte represada das práticas. O prazo para recuperar essas atividades é bem largo, segundo disse o pró-reitor. Começou em junho de 2021, em função da necessidade do Centro de Ciências da Saúde, e vai até dezembro de 2022. Além do CCS, o Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) está com seu plano de retorno de atividades práticas em avaliação. Na visão da Prograd, até dezembro deverão estar aprovados os planos de todas as Unidades.
Como será o segundo semestre letivo de 2021?
Em resposta bastante didática à assessoria de imprensa da Sedufsm, o pró-reitor explicou que, no segundo semestre letivo de 2021, que começa em 13 de outubro, o que vai ocorrer, para evitar aglomeração, é que continuarão as atividades teóricas remotas através do REDE. E as atividades práticas, quando liberadas pela Unidade, presenciais. “Será misto, para que o retorno presencial seja gradual”, frisa Tybusch.
Esse formato vigora até fevereiro de 2022 e depois haverá recesso e um retorno, provavelmente em abril, já com a previsão de totalmente presencial, caso não haja entraves em consequência das variantes do novo coronavírus. O titular da pró-reitoria de Graduação faz questão de enfatizar: “Tudo isso é uma previsão a partir de um olhar de como está a pandemia hoje, ouvindo as autoridades sanitárias. E, na UFSM, a nossa autoridade máxima é o COE-E”.
O que é preciso pensar sobre a volta ao presencial?
Para o epidemiologista e professor da UFSM, Marcos Lobato, quando se projeta o retorno das aulas integralmente presencial é preciso levar em conta alguns aspectos. Ele diz que é preciso levar conta que o retorno é de uma população que tem maior risco de adoecer e também de transmitir o vírus, pois têm idade acima de18 anos. A questão da idade é o diferencial em relação às crianças, que já se sabe, têm menor risco de adoecimento grave e muito menos chance de transmissão.
Um outro aspecto destacado por Lobato se refere às variantes do vírus, especialmente a Delta, já detectada na região de Santa Maria em transmissão comunitária. “A gente precisa tomar cuidados nas próximas semanas. Em pouco tempo essa variante causa um problema grande. E isso é o que tem acontecido no resto do mundo”, frisa o médico e docente da UFSM.
Marcos Lobato ressalta que mesmo em países que têm uma proporção de vacinados muito maior que no Brasil, e muito maior que em Santa Maria, a variante Delta tem causado estragos. Portanto, diz ele, mesmo admitindo que não tem mais como impedir uma variante como a Delta, é preciso impedir a aglomeração de pessoas e a circulação de pessoas o máximo que for possível.
Por essa ótica, o epidemiologista avalia que, dentre as prioridades não está a educação dos adultos. “Tem que trabalhar com as pessoas que são mais vulneráveis e que têm mais prejuízo nesse momento enquanto coletivo para o retorno às aulas, como aconteceu com a educação infantil. A educação superior é bem mais complicada, pois os adultos, mesmo os sem comorbidades, são os que mais adoecem e os que mais transmitem”, sublinha Lobato…”
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