Os Diários Oficiais têm muito a ensinar ao jornalismo (e aos cidadãos) – por Luiz Roese

Hoje escrevo sobre um tema ao qual me dedico bastante, estando ou não na função de repórter: a importância de se ler os Diários Oficiais. OK, é chato. Mas também pode ser muito útil.

Os Diários Oficiais contêm a publicação de todos os atos oficiais de uma administração pública. E isso, por vezes, ocorre antes de qualquer divulgação das assessorias de imprensa dos órgãos. Para jornalistas interessados, pode significar ao profissional a possibilidade de dar uma notícia antes de qualquer um.

Foi assim, por exemplo, no início da licitação para a duplicação da Faixa Velha de Camobi (ERS-509), em 2013. Como repórter de A Razão e leitor contumaz do Diário Oficial do Estado, pude antecipar várias informações em primeira mão. Claro que não basta só ler. O seu conhecimento prévio e suas fontes, nesse caso, ajudam a complementar o trabalho do repórter.

Ainda me lembro de uma época em que a única maneira de se ter acesso a um Diário Oficial era ir até um órgão público. E olhe lá. Hoje, não. Eles estão disponíveis para qualquer um na internet. De manhã cedo, eles já estão lá.

O Diário Oficial do Estado tem um sistema de busca bem eficiente. Basta digitar um nome ou uma palavra e escolher uma data ou um intervalo de tempo (no máximo, seis meses), e vai aparecer a lista de todas as publicações a respeito. Então, basta clicar em um dos itens para abrir ou baixar um PDF da página do Diário Oficial em que foi publicado. Isso pode ser feito de maneira fácil e rápida no endereço http://corag.rs.gov.br/doe.

A mesma coisa também vale para o governo federal. O Diário Oficial da União também tem sistema de busca e permite visualizar ou baixar os PDFs das páginas em www.in.gov.br.

Até agora, só puxei a brasa para o jornalismo. Mas a leitura de Diários Oficiais também pode ser útil aos cidadãos em geral. Uma nomeação em um concurso público, por exemplo, sai em Diário Oficial. Assim como as licitações de uma prefeitura. São só alguns exemplos.

Por vezes, as informações não têm muita utilidade. No Diário Oficial do Estado de quarta-feira, por exemplo, só tem o resultado de uma licitação da prefeitura de Santa Maria para “chapas de policarbonato” e o credenciamento, pelo Conselho Estadual de Educação, de um curso técnico em radiologia de uma faculdade particular. Mas nem sempre é assim, não dá para desanimar.

Um cidadão bem informado é melhor capacitado para cobrar de seus governantes. E isso também pode passar pelos Diários Oficiais. A nomeação do ex-presidente Lula como ministro, por exemplo, já foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, como pode ser conferido na internet.