Professores escolhem o ofício por amor? – por Roberto Fantinel
O articulista reflete sobre a data que lembra os mestres de todos nós
Não podemos romantizar os desafios enfrentados pela classe.
Não importa o lugar do mundo, eles são essenciais para que todo e qualquer ser humano consiga chegar onde almeja. Na semana em que celebramos o dia do professor, não podemos nos contentar com palavras de carinho e pequenas homenagens.
A educação precisa ser pauta constante, não só nas salas de aula, mas fora dos muros da escola. Dentro das políticas públicas que debatam a descentralização do ensino, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender, o direito à educação de qualidade, como os professores deveriam ser contratados, tratados e também os seus salários.
Reconhecimento: “Ato de reconhecer o mérito”. Ou seja, ao reconhecer alguém você está valorizando uma característica, competência, habilidade ou talento e é justamente a falta do termo diante do profissional da educação que leva a uma insistente insatisfação da categoria, que, mal remunerada, enfrenta o desafio de permanecer no magistério em condições antagônicas.
A data é imprescindível para comemorarmos tudo aquilo que já foi conquistado, mas, essencialmente, para redundar a visão romântica da profissão. A pandemia, que se reduz aos poucos, mas ainda não acabou, foi mais um momento de colocar professores e educação à prova e, apesar de todas as adversidades, eles seguiram firmes, longe de perpetuar uma cultura de que o professor escolhe o ofício por amor, e não por crescimento pessoal e profissional.
Como um eterno aluno das salas de aula, do mundo virtual, da vida, proponho que, independente da nossa profissão, saibamos reconhecer o valor de professores, homens e mulheres aguerridos que difundem o conhecimento e proporcionam que meninas e meninos possam ser o que quiserem em um futuro logo à frente.
(*) Roberto Fantinel é deputado estadual pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Ele escreve no site, semanalmente, aos sábados.
Os alunos da medicina escolhem o curso por ‘amor’ (deixando a ocitocina de lado)?