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SAÚDE. Profissionais cobram a implementação urgente das leis sobre Teste do Pezinho Ampliado

Tema tratado nesta quarta em audiência pública na Comissão de Saúde da Al

Audiência Pública da Comissão de Saúde do parlamento gaúcho tratou do tema, nesta quarta-feira (Foto Reprodução/ALRS)

Da Assessoria de Imprensa do Deputado Valdeci Oliveira

A efetivação das leis estadual e federal que dispõem sobre a ampliação do teste de triagem neonatal (Teste do Pezinho) na rede pública do RS pautou a audiência pública realizada nesta quarta-feira, 20, pela Comissão de Saúde e de Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa. De modo virtual, os participantes do encontro defenderam a urgência na implementação, por parte do governo estadual, dessas legislações que ampliam de seis para mais de 50 as moléstias detectadas pela testagem, assim como a disponibilização dos respectivos tratamentos.

Como deliberação aprovada, ficou estabelecido que a CSMA irá buscar o agendamento de audiência com o governador Eduardo Leite e com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, para tratar da questão.  Além disso, será elaborado um documento, em nome de todas as representações participantes da audiência e da própria CSMA, a ser enviado, já no início da próxima semana, à coordenação da bancada gaúcha no Congresso Nacional. O objetivo com essa iniciativa é dar subsídios para a elaboração de emendas parlamentares que colaborem no financiamento das ações previstas nas leis.  

“A  intervenção precoce pode prevenir a mortalidade prematura, morbilidade e deficiências. Inclusive, com o objetivo muito forte de fazer valer essas legislações aqui no estado, nós já dialogamos com o relator do Projeto de Lei do Orçamento estadual para 2022, o deputado Matheus Wesp, no sentido de defender que sejam incluídos, na peça orçamentária do ano que vem, os recursos necessários para a execução da primeira etapa dessa política pública fundamental”, afirmou Valdeci, na abertura dos trabalhos. 

O mesmo documento que será destinado aos representantes do estado no Congresso também terá seu encaminhamento feito junto aos integrantes da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia gaúcha, como forma de chamar a atenção dos parlamentares à solicitação de Valdeci feita a Wesp.

Proponente do encontro, Valdeci é o autor da lei 15.470, sancionada em 2019, que estabelece que o número de doenças a serem detectadas em recém-nascidos no RS passe de seis para mais de 50 moléstias. Até o momento, o governo do estado não colocou a legislação em prática, apesar desta ter recebido o aval da Assembleia Legislativa em março do ano passado – com 45 votos favoráveis e nenhum contrário – e sancionada pelo governo gaúcho no mesmo mês.  

“Precisamos que a lei saia do papel para que mais diagnósticos sejam feitos e mais pacientes sejam tratados. Dias ou horas são fundamentais para (o tratamento) certos tipos de doença”, alertou Deise Zanin, do Instituto Atlas Biosocial.

“A lei é uma garantia, mas a etapa mais importante agora é colocá-la em prática”, defendeu Simone de Castro, coordenadora do Laboratório de Referência em Triagem Neonatal do RS. “E é necessário a sensibilização (dos gestores) para que os recursos destinados sejam direcionados exclusivamente para a implementação não só do diagnóstico, mas para a garantia de tratamento”, assinalou ela, que avalia que para a primeira fase da implantação do programa são necessários cerca de R$ 15 milhões.

“Não é preciso justificar a importância (da legislação), pois ela é óbvia. É mais do que um teste, mas um programa”, destacou Ida Schwartz, chefe do serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Segundo ela, a não implementação das leis estadual e federal gera o aumento de uma desigualdade já vista, pois, ao contrário daqueles que dependem exclusivamente do SUS, quem tem plano de saúde privado tem acesso à testagem ampliada na rede particular.  

“O diagnóstico faz toda a diferença, seja em óbitos ou retardos mentais e deficiência no aprendizado. Queremos que as crianças tenham oportunidade de se desenvolverem e crescerem nessa perspectiva”, destacou Cristiane Kopacek, endocrinologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal Erros Inatos do Metabolismo
“Não é se é ou não para ser feito. Tem de ser feito. Nasceu faz o teste. Diagnóstico tardio faz perder tempo. Se trata de desenvolver o direito a ter direito”, sustentou Derivam Brito da Silva, do Conselho Nacional de Saúde.No Distrito Federal, desde 2012, já é possível encontrar o teste do pezinho com a capacidade de detecção de 31 doenças.

Segundo o Boletim Epidemiológico da Mortalidade Infantil de 2015, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, constatou que houve uma queda de 26,4% na taxa de mortalidade dentro do período de 2000 a 2015. O Brasil não tem dados concretos, mas, segundo alguns especialistas, uma em cada duas mil crianças nasce com erros inatos do metabolismo (EIM), o que pode culminar em danos irreparáveis. “Na maioria das vezes, a falta de diagnóstico e a falta de tratamento adequado causam a morte de uma criança. A realização da versão ampliada do teste do pezinho na rede pública de saúde trará um enorme benefício para a população”, destacou Valdeci ao final do encontro.

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