Do portal especializado Congresso em Foco / por Sandy Mendes e Edson Sardinha
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro oficializou nesta quarta-feira (10) sua filiação ao Podemos. Em discurso, Moro se colocou à disposição para concorrer às eleições de 2022, seja como senador ou presidente da República. O ex-juiz resgatou os planos do pacote anticorrupção, defendeu o combate às drogas e o fim do foro privilegiado.
“Esse não é um projeto pessoal de poder, mas sim um projeto de país. Nunca tive ambições políticas, quero apenas ajudar. Se, para tanto, for necessário assumir a liderança nesse projeto, meu nome sempre estará à disposição do povo brasileiro. Não fugirei dessa luta, embora saiba que será difícil”, disse.
O ex-ministro deverá definir sua posição de candidatura nos próximos meses. O discurso, no entanto, foi de presidenciável. Sergio Moro falou de questões como combate à pobreza, segurança pública, educação, saúde e, claro, corrupção. Moro também fez críticas aos governos do PT e de Jair Bolsonaro, ao qual serviu. “Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”, discursou.
Moro, que teve sua atuação na Lava Jato contestada, com a anulação de condenações do ex-presidente Lula, fez menção ao petrolão. “A Petrobras foi saqueada, dia e noite, por interesses políticos, como ‘nunca antes na história deste país’. Apartamentos forrados de dinheiro roubado em espécie, e uma persistente recessão provocada pelos mesmos governos que permitiram tudo isso, com as pessoas comuns desempregadas e empobrecendo.”
O ex-juiz disse que entrou para o governo Bolsonaro por acreditar que aquele era um momento de mudança no país. Depois de enaltecer sua participação à frente do Ministério da Justiça, em 2019, Moro disse que foi boicotado pelo governo.
“Quando aceitei o cargo, não o fiz por poder ou prestígio. Eu acreditava em uma missão. Queria combater a corrupção, mas, para isso, eu precisava do apoio do governo e esse apoio me foi negado. Quando vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, sem proteger quem quer que seja, continuar como ministro seria apenas uma farsa. Nunca renunciarei aos meus princípios e ao compromisso com o povo
brasileiro. Nenhum cargo vale a sua alma.”
O evento do Podemos foi marcado pela presença de parlamentares do partido, além de deputados e senadores do Cidadania, DEM, PSL e Novo…”
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Não esperava esta. Resta saber quem apoia, ninguém é candidato de si mesmo. Não são só lavajatistas, pessoal anti-establishment pode ser atraido. Pauta da corrupção entra na pauta.