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O PT não aprendeu nada – por Giuseppe Riesgo

Não bastou quebrar o país e entregar resultados sociais pífios. O PT, mesmo depois de governar por 16 anos, continua negando-se a aprender com os erros que nos levaram a uma crise econômica histórica e a uma escalada da corrupção nunca vista, mesmo para os padrões brasileiros.

Há poucos meses das eleições nacionais e tendo na figura de Lula o seu candidato principal, o partido deixa claro as diretrizes de um futuro retorno ao poder: recrudescimento de políticas sociais à esquerda e da irresponsabilidade fiscal como um todo. Segundo a presidente do partido, Senadora Gleisi Hoffmann, nós teremos uma revisão dos avanços trabalhistas oriundos da última reforma de Temer, o abandono do teto de gastos e um governo menos voltado ao mercado que, nas palavras da senadora, estaria de “mimimi”.

Lula chegou ao poder dialogando com os setores produtivos. Sua guinada à ortodoxia econômica, em 2003, propiciou um governo de continuidade e aprofundamento das boas diretrizes do “tripé macroeconômico” do governo FHC (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário). O continuísmo entregou resultados fiscais que foram abandonados a partir de seu segundo governo, com a chegada de Guido Mantega (seu atual guru). O resultado nós todos colhemos no governo Dilma Rousseff: inflação em alta, desemprego, endividamento das famílias e queda na renda real. O PT afirma ter tirado alguns milhões da pobreza, mas convenientemente não conta que, em poucos anos, os devolveu a mesmíssima condição. Uma desumanidade, para dizer o mínimo.

Agora, aparentemente, as ideias são outras. Dando as favas para o mercado – ou, talvez, o grande capital –, Lula e seu partido sinalizam com um governo realmente à esquerda. A promessa é de mais endividamento, gastos públicos de toda ordem, mais crédito estatal e a revisão dos atuais pactos que modernizaram as relações de trabalho e a nossa política fiscal. Ou seja, nada de novo no front desenvolvimentista: a velha receita já tentada no governo Dilma Roussef e, agora, na Argentina, no patético governo de Alberto Fernández. Os resultados estão aí: crise social e econômica com pitadas de hiperinflação. Sofre o povo, ganham os rentistas (que eles dizem combater).

Lula já deixou bem claro como governará. A irresponsabilidade fiscal e a estatização econômica serão cotidianas para os próximos anos. O fato de já estarmos endividados e com sérios problemas sociais não passa de um papo chato de liberais insensíveis que só pensam em austeridade fiscal. Pelo visto, o PT não aprendeu nada com os equívocos do passado. O maior problema é que a conta dos erros e do populismo dos petistas é sempre paga pelo povo brasileiro. É isso que precisamos evitar, nas urnas, em 2022.

*Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

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5 Comentários

  1. Cavalão elegeu-se com perto de 40% dos votos. Não adianta vir com argumentos sobre a legislação, aspectos formais. Uma ou duas manifestações com mais de um milhão de pessoas nas ruas e a chapa esquenta, não tem quem segure o governo. Simples assim. Conjuntura, as perspectivas, não são das melhores. Resultados da pandemia (histtoricamente acontecem). Instabilidade global. Não deve acontecer outro boom das commodities, quando o Brasil ganhou na loteria e jogou o bilhete fora. A CF88 continua no telhado. Podem falar o que quiserem pois como dizia o Conselheiro Acácio, o problema das consequencias é que vem depois. Alás, Dilma, a humilde e capa, estava eleita senadora até não estar.

  2. Dilma, a humilde e capaz, pediu para o presidente de um grande banco para assumir a Fazenda. Vermelhinhos, com sua capacidade cognitiva, falam em colocar uma raposa para cuidar do galinheiro. O certo é colocar uma galinha para cuidar do raposeiro segundo dizem. Problema é que Joaquim Levy só estava lá para enfeite e levar a culpa, quem tocava a economia eram Mercadante e Arno Augustin. Deu no que deu. Prometem revogar a Reforma Trabalhista? Junto vai ser anunciada uma ‘politca publica’ furada. Prognostico é aumento de desemprego e culpa jogada nos empresários. Como sempre. Até prova em contrário, no entanto, não passa de marketagem. Mobiliza a militancia cabeça de bagre, cria espaço na midia, meio que balão de ensaio, não dá para fazer campanha só sentando a pua no Cavalão (até a seca no RS é culpa dele, o maldito). Resumo da ópera? Muita calma nesta hora.

  3. Marketeiros na politica servem basicamente para criar expectativas e desalinhar a realidade percebida dos fatos nus e crus. Criar ‘narrativas’. Esquerda precisa muito disto para sobreviver porque as ‘idéias’ deles não funcionaram em lugar algum do mundo. Não tem como funcionar um plano ruim implementado por cabeças de bagre. Mentiras, meias verdades, teorias da conspiração, dados inventados, numeros tirados do bolso, táticas usuais. Obvio que existe a ALBA, CELAC, Grupo de Puebla, os ‘democraticos’ que não acreditam em alternancia no poder das instituições. Mas há que distinguir a ‘propaganda’ da realidade.

  4. Separar o sinal do ruído é sempre complicado. Numa eleição, com marketeiros atuando, é mais ainda. Pleito vira desculpa para qualquer coisa. Comerciantes fazem apitaço por conta do Calçadão. ‘Oposição’ (provisório, há um acordão na urb, um pacto para atingir a submediocridade) comparece, logo os imbecis dirão que é um ato politico. Apesar da ‘obra’ estar parada há anos, Alás, muito anuncios, muitas c@g@f@s na cidade, para tudo tem desculpa bonita e o silencio ensurdecedor de alguns. Alás, CACISM, Camara de Comercio e Industria, logo representa o comercio. Presidente é amigo do vice-prefeito, candidato a sucessão da administração que não consegue arrumar 150 metros de Calçadão mas promete arrumer todo o Centro Historico.

  5. Antes de mais nada, moda agora é falar em ‘politicas publicas’. Precisamos de ‘politicas publicas’ para isto ou para aquilo. ‘Politica publica’ significa nada, pessoas usam quando não sabem como resolver um problema ou têm idéias imbecis a respeito do assunto e não querem ‘queimar o filme’ falando bobagem. Segundo, só porque a maioria não dá a minima ou nunca ouviu falar não significa que não exista. Enquanto o MST capta grana no mercado financeiro emitindo tituloa de renda fixa, uma corrente que rachou a lá PSOL ‘quebra tudo em Rondonia’. Trata-se da Liga dos Camponeses Pobres, movimento de inspiração maoista no estilo Sendero Luminoso. Ocorrem invasões de propriedades em Rondonia, desmatamento ilegal e por ai vai. Fronteira com a Bolivia, controlam parte do territorio, cobram ‘pedagio’ e o PCC agradece. Ideologia boa é a que favorece o bolso, ainda mais com um trotskistmo de cartilha, ‘pela causa tudo vale’.

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