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REGIÃO. Prefeitos da AMCentro e a Corsan sem entendimento sobre novo contrato de concessão

Nove chefes de Executivo estiveram reunidos com presidente da Companhia

“Em 50 anos de vida pública, nem na ditadura tive minha palavra cassada”, disse o prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas, que criticou a postura da presidência da estatal que o governo do Estado quer privatizar (Foto Camila Fogliarini/Divulgação)

Por Giulianna Belmonte

Na manhã desta terça-feira (22), os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Central do Rio Grande do Sul (AMCentro), estiveram reunidos na sede da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em Porto Alegre para reunião com o diretor-presidente da estatal Roberto Barbuti. Com o intuito de debater a respeito do novo contrato de concessão imposto pela Companhia e esclarecer pontos que não ficaram claros aos municípios que a Associação propôs a discussão. O prazo para a adesão dos municípios a privatização da Companhia foi postergado mais uma vez.

Nove dos 33 municípios que compõe a AMCentro, que não assinaram o contrato, além dos que não são atendidos pela estatal, estiveram presentes na reunião afim de questionar a proposta da Companhia em relação à privatização. O presidente da AMcentro, prefeito de São João do Polêsine, Matione Sonego, buscou esclarecimentos em relação aos municípios onde a Corsan não atua, e um panorama de como ficará a situação dos mesmos, caso seja privatizada. Segundo o prefeito, o debate deve ser amplo para discutir todas as possibilidades, antes de tomar decisões seja ela conjunta ou individual.

Houve questionamentos do prefeito de Nova Esperança do Sul, Ivori Guasso, Paulo Ricardo Salerno, de Restinga Sêca e o prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas que ao levar a pauta sobre a tentativa da direção da Corsan de suspender a perfuração de um poço do município, por conta da não assinatura do contrato, teve a palavra cassada pela diretoria da Companhia que interveio e não permitiu a discussão deste ponto na reunião.

Os prefeitos também questionaram a falta de transparência e clareza nas informações do contrato e no processo de privatização da companhia, que estava agendado para este mês e foi adiada. Conforme o prefeito João Luiz Vargas, o presidente da estatal e sua equipe de advogados presentes não deram segurança e saíram sem esclarecer pontos divergentes do aditivo contratual.

“Estou aqui para falar sobre o boicote que nossos municípios estão sofrendo da Companhia, mas mandaram eu me calar porque esse assunto não era pauta da reunião. Virou e mexeu, ele não esclareceu nada publicamente e depois ficou chamando os prefeitos, um a um, para negociar a venda da Corsan. Em 50 anos de vida pública, nem na ditadura tive minha palavra cassada”, concluiu indignado.

Na região Central, a maioria dos municípios são atendidos pela Corsan, que de acordo com os prefeitos presentes recebem o atendimento adequado, o que gera conflito, pois na visão da direção da Companhia o serviço prestado não dá conta das demandas, argumento contrário do prefeito Beto Turchiello, de Jaguari, que avalia o serviço como sendo de excelência.

O prefeito Matione ressalta que ainda restam dúvidas e que há muito o que discutir em relação à pauta, pois se trata de um assunto complexo, onde o Executivo precisa estar respaldado antes de qualquer deliberação. Dos 307 municípios onde a Corsan atua apenas 74 assinaram aos novos contratos de concessão que permitem a privatização. Estiveram presentes os chefes de Executivo de Jaguari, Formigueiro, Ivorá, Itaara, Silveira Martins, Nova Esperança do Sul, São Francisco de Assis, Unistalda, São Vicente do Sul e Restinga Seca.

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