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Os “soldados” brasileiros no front ucraniano – por Michael Almeida Di Giacomo

E tem os voluntários, que há de todos os tipos, inclusive os apenas midiáticos

A solidariedade é fundamento para que pessoas de várias nacionalidades prestem ajuda humanitária – de forma direta ou não, a nações e povos que estejam enfrentado algum tipo de dificuldade, seja por viver em um ambiente hostil, como conflitos internos, regimes ditatoriais, seja por ter sofrido algum desastre natural. 

Em um cenário de guerra não é diferente.

Há o voluntarismo, em muitos casos – por acreditar e defender uma ideologia, ou mesmo por sentir em si a injustiça a que a população de determinado país está submetida. Em outros tantos, são pessoas que formam milícias paramilitares com experiência em conflitos e aptas a oferecer “soldados” treinados para ações especificas, seja em guerras civis, seja em guerras de conquista de território.

No leste europeu, conflito atual, que está a vitimar milhares de homens, mulheres, idosos e crianças, não é diferente. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lidera uma campanha pelo alistamento de estrangeiros na recém-criada Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia.

No batalhão paramilitar ucraniano, como em outros conflitos contemporâneos, há brasileiros que se deslocaram do nosso território, e de outros continentes, a fim de engrossar as fileiras em defesa da soberania da Ucrânia.

Alguns afirmam que são mercenários, devidamente remunerados – uma reportagem da BBC trouxe a informação de que os “soldados” são contratados por um soldo de dois mil dólares. Só em nosso país, mais de uma centena de pessoas já teriam se cadastrado no site https://fightforua.org/ para seguir rumo ao leste europeu e lutar a guerra de uma outra nação.

E qual o perfil dessa turma?

Na sua maioria são ex-militares, ex-policiais, ex-integrantes da Legião Estrangeira Francesa, que estão a viver uma vida civil comum. Uns têm filhos, outros têm família constituída, mas entendem que sua vida só faz sentido se mantiveram-se em um permanente estado de guerra, e acabam por criar “um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação”.

E a contemplação, em tempos de mídias digitais, deve ser compartilhada com todos – senão, qual graça teria?  A necessidade de exposição fez com que os “soldados” midiáticos fossem monitorados pelo serviço de inteligência russo. É esse o modo que os paramilitares brasileiros e estrangeiros, conhecidos como caça-likes -, que têm junto consigo os seus smartphones, usaram para anunciar nas redes sociais a ida para a Legião Internacional.

Fernando Montenegro, Coronel da reserva do Exército Brasileiro, atualmente professor na Universidade Autônoma de Lisboa, em entrevista ao canal CNN Portugal, relatou que a partir das referidas postagens, o exército russo conseguiu rastrear a localização do centro de triagem da Legião Internacional, na região de Lviv. O resultado foi que o centro acabou sendo bombardeado, deixando um total de cento e oitenta estrangeiros mortos.

A guerra, infelizmente, continua. 

Os paramilitares seguem com suas postagens nas redes sociais, agora, sem marcar a localização.  Vivem um cenário de espetacularização, no qual a guerra parece ser pura mercadoria.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.

Nota do Editor: a foto que ilustra este artigo, sem autoria determinada, é uma reprodução obtida na internet.

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Um Comentário

  1. ‘ex-militares, ex-policiais, ex-integrantes da Legião Estrangeira Francesa’ é mais um estereotipo do que fato. Alas, não só a França tem Legião Estrangeira, a Espanha tem uma que recruta nas antigas colonias. Comandante mais famoso dos Tercios foi Franco. O que também é relativo, Russia aceita estrangeiros nas forças armadas, assim como muitos outros paises, Australia por exemplo. Nem todos que se inscrevem são para combater, muitos paramedicos aderiram a causa. No meio do balaio também existem muitos ‘wannabes’, jogadores de videogame, atiradores, gente sem treinamento ou experiencia nenhuma. Fernando Montenegro é figura carimbada, ex-integrante das Forças Especiais, saiu da caserna e começou uma carreira academica, é doutor em relações internacionais. Caso do bombardeio é bem coisa de amadores. Alás, se o exercito ucraniano está indo tão bem para quê estrangeiros?

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