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UFSM. Reunião pública na Câmara expõe números da UFSM e as consequências do corte orçamentário

Administração e entidades estiveram representadas e expuseram suas posições

Reunião pública e os prejuízos para a economia local com cortes orçamentários da instituição (Foto Guilherme Superti/Câmara)

Por Camila Porto / Da Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores

Na noite desta segunda-feira (20), a Câmara de Vereadores de Santa Maria sediou reunião pública sobre o impacto regional dos cortes no orçamento da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A plenária foi promovida pela Sedufsm – Seção Sindical dos Docentes da UFSM e teve a participação de vereadores, entidades classistas, professores, alunos e comunidade em geral.

O presidente da Câmara, vereador Valdir Oliveira, destacou que o impacto da redução orçamentária não será só para a cidade, mas para a região, que também sofrerá com os cortes previstos. Além disso, defendeu que se lute por uma Universidade cada vez mais pública, com a ampliação de infraestrutura e acesso à população.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Valdeci Oliveira, argumentou que o tema não diz respeito somente à comunidade acadêmica, mas a toda sociedade. Defendeu que, nesse momento, dever-se-ia estar buscando mais investimentos em educação e não realizando redução de verbas.

O reitor da UFSM, Luciano Schuch, apresentou o panorama atual da Universidade. Informou que, independente de bloqueio e cortes, o orçamento previsto para a instituição nesse ano, não seria suficiente para todas as atividades, apresentando um déficit de R$ 38 milhões. Referente ao anúncio feito pelo Governo Federal no dia 27 de maio, atualmente, já houve a redução de R$ 4,6 milhões e mais R$ 4,6 milhões de bloqueio. Schuch pontuou que o capital disponível em 2022 é um dos menores da última década e, dessa forma, pela primeira vez, a gestão estaria discutindo diminuição dos investimentos na parte acadêmica, refletindo na redução de bolsas de estudos, viagens, entre outros. Outros dados apresentados pelo reitor:

– O orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) para a UFSM em 2022 é de 1.306.727.253.00. Para manter as atividades de forma integral, faltariam mais de 38 milhões;

– Em 2022, 98 profissionais terceirizados foram demitidos. Entre 2014 e 2021, foram cerca de 290 demissões;

– Entre 2016 e 2021, houve uma redução de 20% dos serviços de limpeza, 63% dos serviços de vigilância e 53% no apoio administrativo;

– Houve a perda anual de mais de R$ 232 milhões com salários de servidores e terceirizados. Valores esses que deixaram de circular na economia local;

– Redução de 225 técnicos administrativos, devido à extinção de cargos. Nesse contexto, deixaram de circular na cidade e região cerca de R$ 24 milhões;

– Redução de 19% das bolsas de mestrado e doutorado, representando cerca de R$ 5,5 milhões, montante que poderia movimentar o comércio e serviços;

– Viagens nacionais e internacionais com financiamento da Universidade estão suspensas, medida a qual poderá impactar no aeroporto local.

O presidente da Sedusfm, Ascísio dos Reis Pereira, acredita que os cortes na instituição são intencionais de governantes que veem a universidade como inimiga da sociedade. Ressaltou a importância do trabalho dos docentes e dos técnico-administrativos para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão.

A representante da ATENS/UFSM – Seção Sindical dos Técnicos de Nível Superior – Gleci Coser observou que os impactos dos cortes afetam toda a sociedade. Disse que muitos alunos estão voltando às cidades de origem devido ao corte na assistência estudantil, essa que propicia moradia (na Casa do Estudante) e bolsas de estudo, que possibilitam o transporte e a alimentação dos discentes. 

A assistente social da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UFSM, Tânia Flores, relatou que trabalha há quase 40 anos na UFSM e que o período atual é o mais crítico em relação à assistência estudantil. A servidora defendeu que as forças vivas da cidade devem se mobilizar para defender a manutenção das atividades da instituição.

Como encaminhamento da reunião pública, o presidente da Câmara deliberou realizar um manifesto contrário aos cortes ao orçamento da UFSM a ser enviado ao Governo Federal. O documento ficará disponível para a assinatura dos 21 vereadores da Casa Legislativa.

Os vereadores Givago Ribeiro, Luci Duartes, Manoel Badke e Ricardo Blattes participaram da plenária. Diversas entidades classistas e a comunidade em geral também se manifestaram na Tribuna a respeito do tema. Confira todas as manifestações, clicando abaixo:

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