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Crise. Quebradeira, desintegração nas bolsas de valores, bancões falidos nos esteites. E daí?

Confesso que o tema é pra lá de complexo. Não me considero em condições de avaliar – exceto pelo fato de a gente, em vez de crises anteriores, não estar sentindo demais (se é que estamos sentindo) os efeitos da pneumonia gerada no país-pai do capitalismo. Por mais que leia, e tenho feito isso, reconheço (é a modéstia, enfim, se manifestando) incapacidade de ir mais adiante.

 

Assim, fui buscar alguém em quem confio. Para começar, é isento. Não tem vínculo com o mercado financeiro. E jornalista. Dos melhores. No caso, Luis Nassif. Leia o que ele escreveu acerca dos eventos que começaram há bastante tempo e, aparentemente, chegaram agora ao ápice. E, quem sabe, todos juntos consigamos entender melhor. A seguir:

 

“O Tsunami Financeiro…

… A certeza é que se trata da maior crise financeira em um século. A dúvida é sobre a intensidade com que o país será afetado por ela.

Vamos entender um pouco a gênese da crise, para analisar, depois, os desdobramentos no Brasil. Desde os anos 60, as políticas econômicas sempre tiveram preocupação com o nível de liquidez da economia – isto é, de dinheiro em circulação.

Com o avanço da Internet e de novas formas de transação financeira, os conceitos convencionais tornaram-se obsoletos. Surgiu, então, uma nova maneira de tentar articular políticas monetárias: o chamado regime de metas inflacionárias.

Em vez de tentar entender as causas das crises, o sistema propunha atuar diretamente sobre os efeitos. Se a inflação (ou as expectativas de inflação) subia, havia um aumento de juros trazendo a inflação para baixo. Se a inflação não era ameaça, reduziam-se os juros.

Com esse modelo, as políticas monetárias tornaram-se frouxas. Especialmente depois que a China inundou o mundo com produtos de baixo custo, exercendo um efeito deflacionário sobre os preços.

Foi essa situação cômoda que levou o presidente do FED, Alan Greenspan, a reduzir substancialmente os juros e a descuidar da liquidez da economia. Como resultado, havia um excesso de dinheiro em circulação sendo carreado para os chamados ativos reais. Esses recursos iam de mercado em mercado, provocando bolhas especulativas.

É nesse contexto que um dos ativos demandados passaram a ser as economias dos emergentes.

Esse período de lambança desarmou os órgãos reguladores. Sempre que a situação permite ganhos financeiros para muitos, há uma tendência a afrouxar os controles e a considerar normais situações de claro descontrole, como a oferta absurda de crédito dos últimos anos.

Bancos, empresas, tomavam dinheiro emprestado, adquiriam ativos. Depois, com a valorização dos ativos tomavam mais dinheiro emprestado, em um círculo louco – semelhante ao que marcou a crise da economia japonesa…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – clique aqui para ler a íntegra do elucidativo artigo de Luis Nassif, comentarista da TV Cultura, titular de uma agência de notícias econômicas e um dos analistas de maior credibilidade no jornalismo brasileiro.

 

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