Artigos

Estupro de paciente por médico anestesista no Rio de Janeiro: difícil preservar nossa saúde mental – por Débora Dias

A delegada da DP de Combate à Intolerância e o episódio em hospital carioca

Tenho evitado ler algumas notícias, até mesmo discussões em grupos de WhatsApp, porque estou procurando focar e preservar minha saúde mental. Penso que algumas coisas são inúteis de se discutir, outras desnecessárias. Mas hoje tive conhecimento de uma notícia que me abalou e não consigo não me manifestar: estupro de uma mulher em trabalho de parto (cesárea) por um médico no Rio de Janeiro.

Essa notícia é inimaginável em nossos piores pesadelos, mas é verdadeira. O médico/monstro estuprou a paciente em trabalho de parto, foi pego em flagrante, graças aos funcionários do hospital que já estavam suspeitando da conduta do médico anestesista, pelo excesso de sedativos aplicados às pacientes.

Em que mundo vivemos, que esse tipo de “gente” se sente autorizado a cometer crime mais sórdido dentro de um hospital, respaldado por um diploma, sob o jaleco de falsa proteção e preservação da saúde?

Já imaginaram a saúde mental dessa mulher depois, quando souber o que ocorreu?

Isso é violência de gênero, a violência que atinge de forma desproporcional as mulheres, de forma tão avassaladora, que atravessa séculos de nossa humanidade, e continua, persiste, insiste, assim como a violência doméstica.

Depois de ler e assistir essa notícia terrível, como tantas outras de estupros, assassinatos de mulheres em nosso país, fica o sentimento de impotência. O crime já foi consumado. Uma vida atingida, fica o vazio e a expectativa de que o criminoso seja condenado; fique muito tempo preso sim!!! E, nesse caso específico, que nunca mais exerça a medicina!

Difícil preservar a saúde mental!

(*) Débora Dias é a Delegada da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICoi), após ter ocupado a Diretoria de Relações Institucionais, junto à Chefia de Polícia do RS. Antes, durante 18 anos, foi titular da DP da Mulher em Santa Maria. É formada em Direito pela Universidade de Passo Fundo, especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes, Ciências Criminais e Segurança Pública e Direitos Humanos e mestranda e doutoranda pela Antónoma de Lisboa (UAL), em Portugal.

Nota do Editor: as imagens (obtidas através de reprodução da internet) no alto mostram a ação gravada e o médico preso em flagrante.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. Isto deve virar um processo que deve durar anos. Sistema, não fui eu quem criou, defende a reabilitação inclusive de homicidas e traficantes. CF veda penas de carater perpetuo (direitos humanos?). Logo ‘nunca mais’ é otimismo. Afinal isto aqui é Brasil. Pergunta: todos os/as enenvolvidos(as) sabiam do risco e deixaram a paciente ser estuprada para montar o flagrante?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo