
Pra ser bem franco, e sujeito a todas as pedradas, por conta da ignorância, o editor reconhece: é a primeira vez que leu essa expressão. Mas, afinal, o que é esse tal de Hackathon? Mais, que laboratório de hacker permanente é o tal que a Câmara dos Deputados pode criar?
Tudo isso está na edição de hoje, do Jornal da Câmara, inclusive a foto que ilustra esta nota. E o material foi distribuído pela assessoria de imprensa do deputado Paulo Pimenta. Em tempo: depois de ler o texto, o editor já sabe o que é. E, mais que isso, considera importante. E não é pouco. Vale conferir, a seguir:
“Câmara pode ter laboratório hacker permanente
Em premiação dos três primeiros colocados no concurso Hackaton, ontem, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, informou que vai tentar aprovar em Plenário, na próxima semana, um laboratório hacker. A Mesa Diretora tem que apresentar, antes, um projeto de resolução com esse objetivo.
A maratona hacker, batizada de Hackathon 2013, foi promovida pela Câmara, em parceria com o Tribunal de Contas da União e o Sindicato dos Servidores do Legislativo (Sindilegis), com o objetivo de usar as tecnologias digitais para ampliar a transparência do trabalho parlamentar e aumentar a compreensão sobre o processo legislativo. Foram desenvolvidos, ao todo, 22 aplicativos para celulares e computadores.
Os três primeiros colocados receberam, cada um, R$ 5 mil pagos pelo Sindilegis, patrocinador da maratona. O baiano Kellyton Brito venceu o Hackthon com o aplicativo “Meu Congresso”, que reúne informações sobre o mandato dos parlamentares e garante o controle social sobre os gastos de deputados e senadores. Em segundo lugar ficou o aplicativo “Monitora, Brasil”, que permite ao cidadão acompanhar, via celular, a assiduidade e as propostas dos parlamentares.
Seu autor, o brasiliense Geraldo Figueiredo, disse que se inspirou nas manifestações populares de julho para oferecer uma opção que ampliasse a participação da sociedade na política. O terceiro colocado no Hackathon 2013 foi o aplicativo “Deliberatório”, um jogo de cartas offline que simula o processo de discussão e deliberação das propostas em tramitação na Câmara. O projeto foi desenvolvido por Valéssio Soares.
Encontro de parlamentos – Durante a premiação, o presidente Henrique Alves lançou outro desafio aos participantes: pensar em iniciativas que possam ser divulgadas no primeiro semestre do próximo ano, quando o Congresso for sediar o encontro dos 20 principais parlamentos do mundo. “Quanto mais a Casa se abrir, mais ela será compreendida e nós, parlamentares, vamos procurar acertar mais”, defendeu o presidente.
Único parlamentar integrante da comissão julgadora do Hackthon 2013, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o concurso é pioneiro no mundo. “A primeira maratona hacker proporcionou a identificação de experiências vindas de todo o Brasil.” Os aplicativos vencedores do concurso serão disponibilizados no portal da Câmara.
Relatório – Durante a premiação, o presidente recebeu relatório preparado pelo site Votenaweb sobre as manifestações de cidadãos em relação a projetos em discussão no Parlamento. O aplicativo, que já existe há quatro anos, oferece em linguagem simplificada informações sobre as propostas legislativas.”
O termo não surgiu aqui no Brasil, óbvio. O primeiro foi em 1999 nos Estados Unidos. Depois não tem nada a ver com hacker (que é outra coisa) e um hacker não perderia tempo fazendo aplicativos bobinhos para melhorar a imagem do congresso. O “hack” no termo tem mais uma conotação de programação inovadora. Para os americanos é também uma tentativa de pausterizar o termo. Para os deputados é marketing. Marketing do pior tipo, o que explora a ignorância tecnológica da população média.
Resta saber o motivo do congresso necessitar de um laboratório “hacker”, quanto irá custar e quantos CC’s irão ser criados nesta brincadeira.