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CÂMARA. Grupo que elegeu Givago presidente do Parlamento de Santa Maria sofre a primeira baixa

Juliano Soares diz que não integra mais a aliança, mas continua no governo

“Eu não sou do grupo da Mesa Diretora da Câmara (já que não respeitam meu nome, não tem motivo para permanecer lá), mas continuo governo”, afirmou o tucano Juliano Soares (Foto Guilherme Superti/Câmara/ Arquivo

Por Maiquel Rosauro

O líder do governo na Casa, Givago Ribeiro (PSDB), foi eleito presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, na quinta-feira (22), com 13 votos contra oito da líder da oposição, Roberta Pereira Leitão (PP). Porém, o grupo que elegeu o tucano não contará com 13 nomes em 2023. A primeira baixa é a do vereador Juliano Soares – Juba (PSDB).

Durante as negociações para a montagem das chapas à eleição da Mesa Diretora, o nome de Juba chegou a constar em uma lista preliminar da oposição encabeçada por Tubias Callil (MDB). Durante a votação, que concorreu de forma nominal, Juba foi cabisbaixo até o microfone de aparte e com um tom de voz nitidamente contrariado votou na chapa 1, liderada por Givago. Terminado o pleito, enquanto Givago era cumprimentado por vereadores da situação e da oposição, Juba permaneceu sentado na bancada.

O tucano está em seu segundo mandato consecutivo na Câmara e, há alguns meses, atuou como secretário municipal de Habitação. Tecnicamente, na ‘fila tucana’, estaria à frente de Givago para ser o candidato a presidente do Parlamento, já que o colega está estreando na Casa. Mas, não foi o que aconteceu.

Nome do tucano chegou a constar em lista preliminar da oposição à Mesa, mas nominata acabou descartada (Foto Reprodução)

No entendimento de Juba, os vereadores Manoel Badke – Maneco (UB) e Luci Duartes – Tia da Moto (PDT) são os responsáveis pelo seu revés. Ele também afirma que o seu partido, PSDB, se omitiu em defendê-lo.

“Quem vetou meu nome foi a Luci, por causa da abertura de uma representação contra ela, e o Maneco devido ao relatório da comissão especial do prédio inacabado. Ou seja, foram revanchistas. Mas quando eles vetaram meu nome, eu não estava na Casa. Meu partido não fez questão de me defender e, quando voltei, a situação estava posta”, afirma Juba.

A representação contra Luci, que o tucano se refere, foi feita em 20 de junho de 2018, pelos autônomos Alain Machado Maciel e Maurício Bianchim, que alegavam um suposto caso de improbidade administrativa (a denúncia dizia que Luci participaria de comissões do Parlamento na condição de vereadora, ao mesmo tempo em que teria batido ponto para atuar na Prefeitura). À época, Juba era o ouvidor do Legislativo e liberou o andamento da ação na Casa. Investigações foram abertas tanto na Câmara quanto no Ministério Público; e ambas foram arquivadas (AQUI).

O tucano, também em 2018, foi o relator comissão especial que investigou a obra de ampliação do Poder Legislativo. Em seu parecer, Juba apontou não restar dúvidas que houve indícios de atos de improbidade por parte dos gestores da Casa, sobretudo, em relação à compra de móveis para a nova sede e sua conservação (AQUI). O mobiliário foi comprado em 2012, ano em que Maneco era o presidente.

O vereador, apesar de ter votado na chapa encabeçada por Givago, diz que não integra o grupo que, hoje, comanda o Poder Legislativo.

“Eu não sou do grupo da Mesa (já que não respeitam meu nome, não tem motivo para permanecer lá), mas continuo governo”, afirma Juba.

Outro lado

Procurado pelo Site, o vereador Manoel Badke não quis comentar o posicionamento de Juba. Luci, por outro lado, confirmou que barrou o nome do tucano à presidência. Porém, disse que sua decisão se deve ao fato de ter indicado para o posto Givago e Lorena Santos, primeira suplente do PSDB.

“Realmente, me posicionei contra o nome do Juba para presidente da Câmara. Primeiro porque eu fui uma das que indiquei o nome do Givago e o da Lorena, já que tínhamos assumido o compromisso de ser a presidência do PSDB no ano de 2023. Segundo, o Juba tinha se afastado do Parlamento para assumir uma secretaria e não estava participando de nenhuma decisão tomada pelo grupo durante a legislatura. Não tem nada a ver com o encaminhamento dele como ouvidor no meu processo”, afirma Luci.

O líder da bancada do PSDB, Admar Pozzobom, explica que não foi apenas Maneco e Luci que foram contra a candidatura de Juba. Ele cita que Ricardo Blattes (PT) e Rudinei Rodrigues – Rudys (MDB) também foram contrários. A decisão por Givago seria para manter o grupo unido e não correr o risco de perder a eleição.

“Ficou definido pelo grupo que venceu a Mesa que o PSDB escolheria o presidente. O meu candidato era o Juba, tinha me comprometido com ele e o Gigavo também. Não foi só o Maneco e a Luci, teve mais dois vereadores, Rudys e Blattes, que achavam que ele não tinha bom trânsito para ser presidente. Para manter o grupo unido explicamos isso para o Juba. Entendemos o descontentamento dele. Baseado nisso, trocamos Juba por Givago”, explica Admar.

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