PEC da transição e o Brasil real – por Michael Almeida Di Giacomo
O papel do Estado diante dos que ainda vivem em situação de hipossuficiência
O Senado aprovou na última quarta-feira a denominada “PEC da Transição”, que prevê um impacto estimado em 145 bilhões de reais/ano no orçamento federal.
A emenda constitucional, comumente citada como uma proposta que irá “furar” o teto dos gastos, tem por objetivo viabilizar promessas de campanha do agora presidente eleito e será apreciada na Câmara Federal.
O teto dos gastos foi criado com o objetivo de manter controladas as contas públicas do país. Ou seja, o restabelecimento da economia, no longo prazo, estaria aliado à necessidade de conter gastos e diminuir a dívida pública.
Agora, qual a necessidade de romper a previsão orçamentária e ampliar as despesas do tesouro federal? A resposta é de fácil cognição quando se vê qual a destinação a ser dada ao valor estimado.
Entre os segmentos beneficiados, ter-se-á os cidadãos e cidadãs que recebem o Auxílio Brasil, o qual retornará a ser chamado de Bolsa Família, com investimento avaliado em R$ 70 bilhões. Também há a previsão de aumento real do salário mínimo, reajuste de servidores e recursos destinados à pasta da saúde.
É uma ideia de gasto público que não contenta o Brasil oficial – a classe dos privilegiados, pois legitima a verdade de que somos uma nação rica, mas que ainda tem uma gigantesca dívida econômica e social a ser adimplida com o Brasil real, o povo.
É também uma ideia que rompe com o liberalismo anacrônico que busca implantar nos países do terceiro mundo o princípio de que o indivíduo – a pessoa humana – deve prover o seu bem-estar, em especial no que se refere a sua capacidade de alimentar a si e aos seus, sem a presença do Estado.
Diferente do que o Brasil oficial entende ao defender o estado liberal – o qual só deve intervir para socorrer a classe abastada quando ocorrem crises financeiras – o estado de bem-estar social ainda é o modelo a garantir oportunidades iguais e dignidade aos cidadãos e cidadãs do Brasil real.
A aprovação da PEC da Transição servirá como um marco do papel do Estado frente ao enorme contingente de brasileiros que, em pleno século XXI, ainda vivem em situação de hipossuficiência.
(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Nota do Editor: a foto (de Maryanna Oliveira, da Agência Câmara de Notícias) que ilustra este artigo foi publicada originalmente no portal da Câmara dos Deputados (AQUI).
OAB se movimentando para barrar a criação de novos cursos de direito por 5 anos. Mercado para la de saturado, OAB que se vendeu por um Supersimples no governo petista anterior agora busca reserva de mercado para quem já esta na profissão. Isto que a maioria dos que fazem o curso são concurseiros. Que precisam de tres anos de pratica juridica para acessar as carreiras judidicas que têm os melhores salarios. Até oficial bombeiro tem que ser bacharel em direito. Os burocratas ‘essenciais a administração da justiça’ que se virem.
https://www.conjur.com.br/2022-dez-09/crise-advogados-projetam-reformulacao-carreira-lei
Na calada da noite aprovaram um jabuti que retira os requisitos profissionais para ocupar cargos em estatais. Gente sem qualificação sera nomeada. Chamam de ‘emenda Mercadante’. Foi aprovada no governo Temer para evitar aparelhamento e corrupção. Bolsa familia esta entre 50 e 60 bilhões, os 70 já são inflados. Ou seja, algo como 100 bilhões não são ‘para os pobres’. São para outras coisas. Na iniciativa privada a frase mais ouvida é ‘todo mundo ja sabe como este filme termina’.