KISS, 10 ANOS. Trabalho da TV Ovo, na série da Globoplay: ‘produção de memória’, diz Marcos Borba
Coletivo audiovisual de Santa Maria participou da produção do documentário
Do portal especializado Coletiva.Net
Em parceria com o jornalista Marcelo Canellas, a TV Ovo realizou a série documental ‘Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria’, que ESTREOU na quinta-feira, 26, no Globoplay. A reportagem de Coletiva.net conversou com o sócio-fundador do coletivo audiovisual de Santa Maria, Marcos Borba, que afirmou que o trabalho da produtora com a tragédia é o de “produção de memória”.
O profissional explicou que, por ser santa-mariense, sempre esteve envolvido com o caso, como toda a cidade, e que não podia deixar de acompanhar a luta da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Por isso, como contou, desde o início do processo de construção do memorial aos mortos “tomamos a decisão que teríamos que registrar todo esse processo”. Além disso, ele, que atuou como diretor de Equipe e produtor executivo da obra, foi quem deu a ideia da realização para Canellas, com quem mantém amizade.
Mas, o trabalho da produtora com o episódio vai além e objetiva ser uma “produção de memória” para a cidade. “É necessário para que Santa Maria entenda a tragédia, saiba como ocorreu e como lidar com isso”, opinou. A proposta da série, de acordo com o produtor, vai ao encontro dessa visão. “Ela consegue chacoalhar esse lugar comum e as pessoas que assistirem se sentirão obrigadas a pensar sobre”, comentou.
Para Marcos, do ponto de vista profissional, trabalhar na docussérie traz uma “satisfação incrível”. “Não é o simples fato de ser um registro, é questionar o que estão fazendo com a nossa identidade, já que, muitas vezes, acaba-se criando formas de apagamento da memória”, pontuou. Ele ainda destacou o fato da produção ser o “maior registro em audiovisual para aprofundar a questão da tragédia”.
Desafios
O processo de criação da ‘Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria’ demorou cerca de um ano e meio. Durante esse período, o mais desafiador, segundo Marcos, foi acompanhar o julgamento junto aos pais e sobreviventes, que se tornaram amigos dele durante esse tempo. “Criamos vínculos de amizade e de apoio mútuo. Tivemos que lidar com o sofrimento das pessoas e o reviver dessa dor”, relatou.
Outro momento de desafio foi saber quando cada um precisava ficar sozinho e quando a equipe deveria se aproximar para captar imagens. “Então essa dualidade e a parte do registro do tribunal, dos 10 dias de julgamento, foram muito difíceis”, completou.
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