Por Bruna Homrich / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Por volta das 17h30 da última quarta-feira, 1º de fevereiro, uma caminhada de estudantes, docentes, técnico-administrativos em educação e representantes de movimentos sociais saiu da frente do Planetário, na UFSM, e se dirigiu até o prédio que abriga a reitoria da instituição. Lá, diversas vozes – estudantes, trabalhadoras, pretas, indígenas, de gêneros e sexualidades dissidentes – se alternaram ao microfone, no hall de entrada, para dizer, cada uma a seu modo, o quão contrárias são ao retorno do vestibular e do processo seletivo seriado (PSS), atualmente apresentados pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) como caminhos para resolver o problema da evasão estudantil.
Evasão, disseram as e os participantes da Assembleia Unificada, combate-se com políticas efetivas de assistência estudantil, que garantam condições para que estudantes trabalhadores e trabalhadoras mantenham-se na universidade; com atenção à saúde mental das e dos discentes; com combate efetivo ao racismo, ao machismo, à xenofobia e à lgbtfobia; e com a elaboração de currículos mais acolhedores e alinhados com a realidade das mais diversas gentes e povos que, graças ao Enem e às ações afirmativas, têm ingressado na universidade.
Representando a Sedufsm ao microfone, o presidente da seção sindical, Ascísio Pereira, lembrou que participou ativamente do processo de implementação do SiSU na UFSM, em 2014. À época, a reitoria defendia que 70% do ingresso ocorresse via ENEM/SiSU, porém uma proposta levada ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) pelo DCE foi vencedora e garantiu que 100% do ingresso fosse via SiSU. Após batalha judicial, a nova forma de ingresso foi implementada, em 2015.
Naquele momento, relembra o dirigente sindical docente, foi realizado um amplo debate não só com a comunidade interna da UFSM, mas com a população de Santa Maria.
“Fizemos audiências na universidade e também na Câmara de Vereadores. Falavam, na época, que a economia e a rede hoteleira de Santa Maria iriam quebrar com o fim do vestibular. Também disseram que a universidade ia perder sua regionalização. Com o vestibular, a regionalização era de 46%. Hoje, com o ENEM/SiSU, a regionalização é maior que 90%. Ou seja, os argumentos não se sustentaram. A regionalização aumentou e a rede hoteleira da cidade não quebrou. Devemos debater e amadurecer esse tema. Nós da Sedufsm achamos que o momento seja de diálogo com o Ministério da Educação para recuperação da matriz orçamentária, e não de discussão sobre mudanças nos processos seletivos”, disse Pereira.
“Não seremos moeda de troca”
Na minuta de resolução apresentada pela Prograd constam, além do retorno do vestibular e do processo seletivo seriado, a proposta de processos seletivos específicos para ingresso de pessoas de comunidades quilombolas; com 60 anos ou mais; atletas de alto rendimento; estudantes medalhistas em competições de conhecimento; pessoas transgênero; pessoas com deficiência; refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade; indígenas, entre outros.
Contudo, nem o movimento negro nem o movimento indígena que militam na UFSM concordam com o atrelamento de tais processos seletivos ao retorno do vestibular e do PSS. Anderson Santos, docente do departamento de Geociências e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da UFSM (NEABI), criticou o fato de as pró-reitorias não terem convidado as e os estudantes negros e indígenas para construírem a proposta de resolução…”
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Kuakuakuakuakua! Só a vanguarda do atraso. E a forma de ingresso? Tanto faz.