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As benesses da ditadura saudita – por Michael Almeida Di Giacomo

“Hoje conhecemos mais uma das facetas da trupe que governou o país”

O capitão, ex-presidente da república, durante seus anos de mandato, era expert em tentar fazer crer que, ao usar chinelos havaianas, bermudão, uma camiseta de time de futebol, comer pão com leite condensado ou cachorro-quente na esquina, assinar documentos com caneta bic, faria ser visto como um igual entre os desiguais.

Na verdade, sempre foi um esforço – uma narrativa – populista a fim de alimentar o imaginário cognitivo de sua massa de seguidores e adoradores.  Só que a realidade não é bem essa.

O que realmente se constata é que os bens patrimoniais da família claramente demonstram que além de “liberais” convictos, o clã Bolsonaro também é modelo acumulação de capital, onde a base da pirâmide sustenta os que se valem de sua posição política para enriquecer a si e aos seus convivas.

Essa é a parte visível da hipocrisia da família Bolsonaro.

Também notório era o fato de que o ex-presidente tem ditadores de estimação, como o é o caso de adoração a Mohammad bin Salman, da Arábia Saudita.

Hoje conhecemos mais uma das facetas da trupe que governou o país – a forma sorrateira como se comportavam ao receber presentes da ditadura saudita, as quais “esqueciam” de declarar – como, por exemplo, joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões, que ingressavam no país por meio do uso das bagagens de viagem de membros da comitiva.

É claro que a forma de agir de Bolsonaro e sua família não é uma novidade na história do país. Desde o período do Império parte das riquezas da nossa nação tem como destino servir aos que nos governam.

Por isso, sob uma república democrática, ao serem eleitos governantes que buscam equalizar o acesso a parte das riquezas produzidas em nossa nação – por meio de políticas públicas de alcance às camadas sociais mais pobres – a elite se levanta com sua verve belicosa a “denunciar” que o sistema não suportará “tamanho” gasto público.

É uma prática comum daqueles que têm a nefasta convicção de que o “bolo deve primeiro crescer, para depois ser repartido”. Contudo, na verdade, o que se vê é que agem para que nossas riquezas nunca cheguem ao alcance de todos.

Agora, graças a fiscalização da Receita Federal, as joias poderão ser incorporadas ao acervo presidencial, como patrimônio de todo o povo brasileiro – frustrando a fome de enriquecimento do clã Bolsonaro.

Ou seja, é só aguardar para que respondam pela prática de crimes contra a Administração Pública.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15. Ele escreve no site às quartas-feiras.

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4 Comentários

  1. O que leva a outro assunto da canhota. Uma historia contada por muitos, inclusive Pedro Simon. Tancredo estava no hospital e pairava duvida sobre a posse. Fonte mais fácil de encontrar é o JC de 16/09/2022. José Paulo Cavalcanti Filho, então futuro secretario-geral do Ministerio da Justiça, descreve uma reunião. Fernando Lyra fala: ‘Vai assumir Ulysses (Guimarães), como presidente da Câmara dos Deputados.’ Dizem que também era opinião do Figueiredo, mas este não estava presente e já não podia fazer nada. Total zero, controversia juridica, muitos achavam que deveria assumir Sarney. Afonso Arinos, Brossard, Saulo Ramos, Leitão de Abreu. Leonidas Pires Gonçalves puxa uma edição de bolso da Constituição. Larga um ‘Devemos seguir o que diz esse livrinho.’. Fernando Lyra larga um ‘Meu Secretário Geral também diz que assume Sarney, como vice. E nem vai ficar no cargo, se a gente escolher Ulysses’. Leonidas Pires Gonçalves dá um tapa na mesa e solta ‘Então está resolvido. Assume Sarney. Alguém é contra?’. Silencio. ‘E não se fala mais nisso’. Leonidas Pires Gonçalves era comandante do 3º Exercito e futuro ministro. Depois foram para a casa do Sarney e lavraram uma ata.

  2. Cavalão esta resolvido, vão torna-lo inelegivel e com grande probabilidade será preso. O Procurador Federal que fez o ‘L’ de Cacimbinhas vai pedir para o juiz federal que fez o ‘L’ da mesma comarca e está feito o carreto. Querem continuar na mesma toada da campanha politica, ‘derrotamos nas urnas e vamos derrotar nas ruas’. Olhando daqui é cortina de fumaça. População não presta atenção na briga pela substituição da diretoria do SEBRAE por exemplo. Orçamento de 7 bilhões. O que lembra um juiz aposentado que fez o ‘L’, ‘em janeiro o Molusco com L., o honesto, já vai ter maioria no Congresso para mudar a CF’. Tentou mudar a dita diretoria e não tinha voto. Vai ter que rolar um.

  3. Kuakuakuakua! Assunto das joias está ‘espichado’! Guerra de bugios não é bom chegar perto, pode respingar! Kuakuakuakuakua! O ‘espelho’ funciona! Para o ditador da Nicaragua o ditador da Arabia Saudita. Para as joias, moedas (186 itens) do cofre do Banco do Brasil os que ficaram presos na alfandega. Cereja do bolo, as usuais teorias da conspiração e afirmações sem provas. Propina? Seria mais facil mandar via mala diplomatica e entregar depois. Investigue-se e puna-se se for o caso. Sergio Cabral responde processos sem fim e depois de 6 anos já pode desfrutar a fortuna acumulada. Inquerito das Fake News já fez aniversário de 4 anos, daqui a pouco vão ter que matricular na escola.

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