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A natureza cobra o preço do descaso. Seria essa a razão principal para a falta d’água na cidade

Técnicas agrícolas consideradas obsoletas, entre elas por exemplo o uso de arados, provocariam redução da taxa de infiltração de água no solo. Como resultado, ocorre o baixo nível dos rios. A opinião é de um especialista ouvido pelo jornalista Lucas Casali, que assina reportagem publicada nesta quarta-feira, por A Razão.

Como resolver isso? Mudando as técnicas de plantio, claro, modernizando a agricultura. Isso não está com todas as letras na notícia, mas também parece óbvio que a natureza, maltratada, dá sua resposta da pior forma para os seres humanos – privando-lhes da abundância da água.

A agravar o quadro está a ausência de chuvas (para as quais há “poucas certezas e muitas hipóteses”, como disse um pesquisador ao jornal) – mesmo que delas se aproveite apenas uma oitava parte, pelas dificuldades de absorção pelo solo. Mas leia você mesmo a notícia e tire a conclusão que considerar adequada:

”Por que está faltando água?
Pesquisadores apontam como responsáveis baixa infiltração no solo e o uso de técnicas agrícolas inadequadas

Como pode ter ocorrido uma crise tão grande no abastecimento de água? Pesquisadores apontam que a raiz do problema foi plantada pelo homem, com a destruição das matas e o uso de técnicas agrícolas inadequadas, que causam a exaustão e impermebealização do solo.

Para o professor do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário Franciscano (Unifra), Afranio Righes, a grande causa do baixo nível dos rios e do problema de abastecimento na cidade consiste na redução da taxa de infiltração de água no solo, que seria motivada por técnicas agrícolas consideradas obsoletas, como o uso do arado. Estas práticas teriam formado na superfície do solo e no subsolo uma camada que impede a penetração da água da chuva.

“Por exemplo, se durante uma hora cai uma chuva de 80 milímetros, que é uma chuva forte, esse solo só armazena 10 milímetros. O resto vai direto para os rios e para o mar”, diz Afranio. Dessa forma, a água não infiltra no solo, não vai para os mananciais, nem para as sangas nem para os rios. As águas da chuva que caem no inverno não são armazenadas para o verão. O baixo nível do Rio Vacacaí Mirim tem impedido a melhora da situação na barragem do DNOS. De acordo com ele, caem 1,7 mil milímetros de chuva por ano, o que seria suficiente para irrigar todas as culturas agrícolas do Estado.

O emprego de certas técnicas de plantio poderia progressivamente solucionar o problema. Entre elas estão o plantio direto, o uso de plantas reaproveitadoras do solo e o “mulching vertical”, técnica em que são feitos, de 10 em 10 metros, buracos de 8 centímetros de largura por 40 de profundidade. A recuperação do solo através dessas técnicas é, entretanto, demorada, precisando de três a cinco anos para gerar resultados.

O mesmo problema ocorre nas zonas urbanas. Seria necessário criar, em meio ao chão de concreto, espaços permeáveis à água em condomínios, casas e estacionamentos. Não sendo isso possível, como solução emergencial é necessária a construção de reservatórios para armazenar a água da chuva, tanto na cidade quanto no campo.

A coloração amarelada das plantas é um dos sinais da baixa umidade do solo, segundo o pesquisador do curso de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Everson Dal Piva. Quando a chuva cai, antes de ir para os rios, ela precisa saciar as necessidades do solo e das plantas.

Quanto à falta de chuva, o pesquisador afirma que há poucas certezas e muitas hipóteses. Elas passam pela oscilação periódica das ondas atmosféricas, a destruição progressiva da floresta amazônica até circulações de ar que poderiam estar impedindo a formação de frentes frias desde o Oceano Atlântico.

Neste ano não há a ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña, que, respectivamente, aumentavam e baixavam o volume de chuvas no Brasil e em outras partes do mundo. No prognóstico climático trimestral do 8º Distrito de Meteorologia, há previsão de que chova entre 100 e 150 milímetros nos meses de julho, agosto e setembro.

Chuva não foi suficiente

Em comparação com a última segunda-feira, a barragem do DNOS baixou mais 5 centímetros, confirmando a média dos últimos dias. Ela ficou 9,75 metros abaixo do vertedor, o seu nível máximo. O Departamento de Meteorologia da Base Aérea de Santa Maria registrou ontem, até as 18h…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas nas primeiras horas desta quarta-feira.

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