A máquina de vingança ganha combustível – por Giuseppe Riesgo
O articulista e a decisão do ministro do STF, Dias Toffoli, tomada nesta quarta
O ministro do STF Dias Toffoli, ex-advogado do PT e ex-consultor jurídico da Central Única dos Trabalhadores escreve mais um triste episódio do autoritarismo no Brasil. Decretou ontem (06/09/2023), de forma monocrática, a nulidade de todos os atos tomados no acordo envolvendo a construtora Odebrecht na operação Lava Jato, de forma que todos os processos que utilizaram provas obtidas nos sistemas da empresa foram considerados imprestáveis, assim como tudo o que decorreu deles. Tenta, assim, inocentar Lula, seu ex-chefe, de todos os seus atos de corrupção.
Curioso é o fato da advogada que assina a reclamação geradora da decisão ser Valeska Zanin Martins, esposa do outro ex-advogado de Lula, Cristiano Zanin, que hoje também é ministro do STF. Coincidência também, diga-se de passagem, o fato de tanto Zanin quanto Toffoli terem sido indicados ao STF pelo beneficiário da decisão, o “amigo do meu pai” – como Marcelo Odebrecht se refere a ele – Lula. Em resumo, um grande grupo de amigos e familiares se defendendo e protegendo enquanto roubam e zombam do povo.
Não suficiente a tentativa de livrar Lula, a anulação das provas move a máquina de vingança criada pelo líder da quadrilha. Seu principal bajulador do momento, o Ministro da Justiça Flávio Dino, já anunciou que enviará à Polícia Federal ordem de “cumprimento da determinação de apuração de responsabilidade criminal de agentes públicos”, ou seja, utilizará da Polícia Federal para perseguir os servidores públicos envolvidos na investigação. Não suficiente a vingança com Deltan Dallagnol, agora virará o canhão para qualquer um que tenha ousado cumprir seu papel de investigação criminal. Perseguirá politicamente quem atreveu-se a investigar Lula e sua quadrilha.
Seguindo a cartilha das ditaduras tanto louvadas pelo PT, o Brasil caminha para o autoritarismo. A maior corte do país, tomada por seguidores indicados pelo partido, governa com mão de ferro e pune os detratores. Persegue adversários e protege o soberano. Aos moldes do “ministério da verdade” de George Orwell, tenta reescrever a história e enganar o povo enquanto pune todos que entrarem em seu caminho. Tudo, claro, com flores e rosas do “governo do amor” que aceita as diferenças e age de forma democrática. E assim a máquina de vingança do PT ganha mais força e combustível para atropelar seus adversários.
(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site às quintas-feiras.
Finalmente o que interessa. Orçamento do ano que vem é ficção. Pelo menos no lado da receita. Gastança não vai ser pouca, ainda mais em ano eleitoral. Classe politica, como usual, vai tentar esconder a propria incompetencia com marketing e promessas furadas. Pode até ocorrer um voo de galinha, mas vem crise na economia, não é questão de ‘se’ e sim de ‘quando’. Dizem que se algo acontece uma vez não é certo que acontecerá de novo. Mas se aconteceu a segunda vez é quase certo que acontecerá a terceira. Mensalão, Petrolão,,,,
Alas, se abrirem uma vaquinha virtual para pagar as ‘indenizações’ (nunca vi gente gostar mais de dinheiro do que comunista, principalmente se não tiver que trabalhar) são capazes de abrir uma investigação na PF para ver quem doou. A punição é o proprio inquerito/processo. Há que gastar com causidicos (que também gostam de dinheiro).
Se hipoteticamente Dallagnol e Moro cometeram ilegalidades, benditas ilegalidades. Sem elas o establishment não ficaria tão nu. Lembra o caso da nomeação do Rato Rouco para evitar prisão, o Bessias que agora é AGU. No que o pessoal falacioso do juridico, que vive em Narnia, berraria ‘as garantias são para todos, vale para o corrupto e para voce ou um parente seu se um dia for preso’. Além de chavão é muito pouco ‘inteligente’, estatisticamente criminosos são minoria, o resto é conto de fadas. A verdade é que para soltar os corruptos acabam tendo que soltar traficantes, assassinos e traficantes, mas isto é outra historia.
‘Narrativa’ no STF é que a Lava a Jato gerou Cavalão (e seu ‘fascismo’). Obvio que não, a ‘narrativa’ não cola. O que gerou Cavalão foi a corrupção generalizada (que para uns ‘faz parte do jogo’) e a incomPeTencia do governo Dilma, a humilde e capaz. Não precisa ir longe, CPI do Banestado (a ultima que acompanhei), Mensalão (suborno burlando o sistema democratico dos que agora ‘defendem a democracia’), desenvolvimentismo e pais quebrado. Uma das bandeiras do Cavalão é o anti-establishment, por isto e por outras vai acabar preso. Vide insistencia no caso das joias (que é vazio até prova em contrario) e o parcial encobertamento do caso do ministro das comunicações. Alas, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), coisa que Cirão da Massa (que está em campanha de longo prazo) já tinha ‘cantado’ há meses. Ou seja, já devia ser caso conhecido em BSB e o Conglomerado de Midia de apoio ao governo amorcegou.
Excertos da decisão do Balatoffee dão conta de ‘erro judicial historico’. Não é novidade magistrado fazendo juizo de valor na decisão. Questão é que ‘importaram’ institutos do common law (com ‘adaptações’ de rotina) e concentraram poder demais no STF. Constituição, não importa o texto, é o que a composição atual do Tribunal diz que é. CF88 esta na beirinha do telhado, mais cedo ou mais tarde cai.
Volta a mente ‘Os donos do poder’ de Faoro. Patrimonialismo, corrupção. Vermelhos torcem o nariz, é analise weberiana, não marxista. Não tenho o poder de ler a mente dos outros, mas fica a curiosidade, qual a desculpa que inventaram para si mesmos. Sim, os ‘revolucionarios’ que aderiram ao establishment.
Capivara da Odebrecht não é pequena. No Peru também receberam Alejandro Toledo, Pedro Paulo Kuczynski, Keiko Fujimori e Alan Garcia (que cometeu suicidio). Na Venezuela tanto Maduro quanto Capriles. A empresa foi investigada pelo Departamento de Justiça Americano (ao que algum vermelho gritara ‘mente colonizada’, sem argumento é desqualificação ou carteiraço) e concluiram que a corrupção abarcou pelo menos os ultimos 20 anos e envolveu presidentes e funcionarios de pelo menos 12 paises (incluindo EUA, Angola, Guatemala, Moçambique).
Odebrecht não teve problemas so no Brasil. Alas, tem casos de doações ilegais envolvendo Vacari Neto e Dirceu também. Envolveu-se em eleições no Peru, Ollanta Humala (de um partido equivalente ao PDT; sim, há militares ‘nacionalistas’ por la também, melancias). Tinham uma offshore em Antigua e Bermuda. Envolveu-se na eleição de Juan Manuel Santos (de partidos liberais que na pratica estão mais para social democratas). Há evidencias de suborno de um ministro das finanças e um dos transportes colombianos também (governo Alvaro Uribe, centro direita; corrupção não tem ideologia). Subornos admitidos na Republica Dominicana. Ecuador, além de Rafael Correa (condenado a 8 anos), um vice-presidente e um ex-prefeito de Quito. Na Guatemala um ministro dos transportes. No Mexico Enrique Pena Neto (alem de um ex-presidente da Petrobras mexicana).
Há que se tomar cuidado com os comentarios, existe a probabilidade não nula de ser preso por criticar o judiciario (que nos 99% triviais funciona; STJ voltou retomou até o envio de jurisprudencia por correio eletronico). Bueno, pessoal do juridico, não só ele, vive em Narnia. Acha que o que acontece nos foruns e palacetes dos tribunais ‘vincula’ a opinião publica. Ledo engano. Os vermelhos, com a ‘inteligencia’ e ‘esperteza’ habituais sairão com um ‘viu só como tinhamos razão’. A direita e o centro (dito ‘lavajatista’) criticarão o judiciario. O pessoal do juridico sairá, como costume, com uma explicação ‘burocratica’. Algo como ‘processo é garantia’ ou ‘anulação não significa inocencia, basta arrumar outras provas e refazer o processo’. Prazos prescricionais de praxe.