Maria Eugenia Celso (Maria Eugenia Celso Carneiro de Mendonça, 1886-1963) – por Elen Biguelini
Intelectual de “ativa atuação politica e social na sociedade carioca e brasileira”
Maria Eugenia Celso nasceu no dia 19 de abril de 1886 em São João del Rey, em Minas Gerais. Era membro de uma família fidalga, filha dos Condes de Alfonso Censo (Afonso Celso de Assis Figueiredo Junior, 1860-1938) e sua esposa D. Eugenia da Costa), e neta do Visconde de Ouro Preto (Afonso Celso de Assis Figueiredo, 1836-1912). Ainda criança se mudou com sua família para Petrópolis, onde estudou no Colégio Sion. Seu avô era ministro da Marinha e amigo pessoal de D. Pedro II. Seu pai era historiador, advogado, político, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, tendo fundado o “Jornal do Brasil”.
Carla Bispo de Azevedo, que escreveu uma dissertação sobre sua obra, menciona que a vida familiar possivelmente a tenha colocado em contato com a sociabilidade cultura, social e intelectual a qual participavam seus pais, florescendo assim seus dotes como poetisa.
Casou-se em 23 de agosto de 1917 com Adolpho Carneiro de Mendonça (1884-?)
Faleceu em 6 de setembro de 1963, no Rio de Janeiro, onde morava.
Escreveu poesia e teve textos publicados em periódicos e revistas, tais como: “A Época”, “Diário Carioca”, “Correio da Manhã”, “O Malho”, “Para Todos”, “Revista do Brasil”, revista “Fon fon”, “Revista da Semana, revista “O Cruzeiro”, “O Paiz” “Boletim Ariel”, e as internacionais “Revue de L’Amerique Latine” e “Revue de Géneve”.
Participava também de programas de rádio e foi palestrante no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB no ano de 1928. Também foi sufragista brasileira, tendo integrado a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, no qual foi vice-presidente durante a gestão de Bertha Lutz. Escreveu sobre a libertação feminina em diversos periódicos e se tornou conhecida por suas palestras sobre o assunto.
Através de sua obra, percebe-se uma ativa atuação politica e social por parte da autora na sociedade carioca, mas também brasileira.
A autora escreveu constantemente e, inclusive, por vezes utilizou de pseudônimos, tais como “Baby-flirt” ou “B. F.”, utilizado por ela justamente devido a menor apreciação da autoria feminina no período (Cf. Azevedo, 2015, 48)
Recomendamos a leitura da dissertação de Carla Bispo Azevedo, que apresenta não somente a obra da autora, como também sua relação a Monteiro Lobato. Alguns de seus livros foram editados pela editora do autor e eles trocaram correspondência, que se encontra na dissertação mencionada.
Escreveu:
“… Vicentinho”. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1924. E São Paulo: Editora Monteiro Lobato, 1925.
“A culpada”. Revista da Semana, 1925.
“Alma Vária”,
“Amores de Abat-jour” (peça de teatro) 1925.
“Bolinhas de gude” (poesia infantil). No livro NUNES, Cassiano; SILVA, Mario da. “Poesia brasileira para a infância” de 1968.
“De Relance” (livro de crônicas) 1924;
“Desdobramento”,
“Diário de Ana Lúcia” (romance)”. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1941.
“Em Pleno Sonho” (poemas de amor),
“Fantasias e Matutadas”, livro 1925.
“Folhas de um diário”. Revista da Semana, 1926.
“Jeunesse”,
“Incompatibilidade de gênios”. Revista da Semana, 1927.
“Moça da cidade”. Revista da Semana, 1926.
“O mal irremediável”. Revista da Semana, 1925.
“Orgulho e Covardia”. Revista da Semana, 1924.
“O Solar Perdido”
“O Segredo das Asas”
“Poemas Completos”(1955);
“Ruflos de Asas” (teatro), representada em 1927 sob o título “Por Causa D’Ella” e posteriormente publicada em 1931;
“Síntese Biográfica da Princesa Isabel” (biografia);
“Um momento sincero”. Revista da Semana, 1924.
“Um divórcio”. Revista da Semana, 1925.
“Uma exilada do amor”. Revista da Semana, 1924.
“Uma esquecida”. Revista da Semana, 1924.
“A vida de Eleonora Duse” (biografia). Na revista Carioca, ano VI, número 276. 1941
“Dulce Mal”. In. “Voces femininas de la poesia brasileña”. Goiania, Editora Oriente, sd. (Encontrado no site Falando de Trova)
“O Chafariz Parado” (poesia). In. REZENDE, Edgar. “O Brasil que os poetas cantam”. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958, 6. (Encontrado no site falando de Trova)
“Renouveau” e “Coin de Parc 2”. In. FALCÃO, Annibal (org.). “Poèmes Français d’écrivains brésiliens”. Pèrigueux, France: L´Atelier de Pierre Fanlac, Près Tour de Vésone, 1967. (Encontrado no site falando de Trova)
Coluna “Femina” defendendo os direitos das mulheres no periódico “Jornal do Brasil”.
Textos dela podem ser encontrados em: http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/brasil/maria_eugenia_celso.html
Diversos poemas encontram-se no seite Falando de Trova. Alguns foram listados acima, mas outros podem ser encontrados em https://falandodetrova.com.br/mariaeugeniacelso
Referências Bibliográficas.
AZEVEDO, Carla Bispo. “Maria Eugenia Celso: entre o impresso feminino, a casa e o espaço público (1920-1941)”. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós Graduação em Educação – UERJ – , Rio de Janeiro, 2015 . Acesso via: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10660
AZEVEDO, Carla Bispo. “Maria Eugenia Celso: uma intelectual no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro “. In. Revista Vernáculo n.° 47 – primeiro semestre/2021 , pp. 142-156. Acesso via: https://revistas.ufpr.br/vernaculo/article/view/74803/43146
Celso, Maria Eugenia. Acesso via: https://intelectuais.com.br/catolicos/maria-eugenia-de-assis-figueiredo-carneiro-de-mendonca-maria-eugenia-celso/
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
Observação do Editor: a imagem de Maria Eugenia Celso, que ilustra este artigo, é uma reprodução obtida na internet.
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