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Os bons ventos que sopram da Argentina podem chegar a SM – por Giuseppe Riesgo

“Os hermanos romperam com o populismo e com a demagogia da esquerda”

Sem alternância de poder, sem a possibilidade de romper com continuísmos e com o compadrio político, dificilmente uma sociedade obterá avanços reais. Ao dar de ombros às garantias e liberdades (individuais e de mercado), abrimos mão da possibilidade de construirmos um presente e futuro promissores. É, no mínimo, de se indagar: por qual motivo apostar em medalhões da velha política local ou, então, dar chance a políticos forjados em uma construção meramente midiática?

A Santa Maria que eu conheço e a que eu (con)vivo em meus 28 anos tem um triste saldo: o de ter, a depender da área/do segmento, parado no tempo. Prefeitos entram e saem, outros se apresentam (novamente) sem sequer ter resolvidos os problemas crônicos: obras abandonadas (Centro de Eventos sem desfecho desde 2007), falta de vagas em escolas na educação infantil, licitações lendárias (do transporte coletivo e do lixo), ruas que mais parecem cenários para rally, acessos precários na zona rural, iluminação inexistente e uma crescente onda de violência e crime.

Pensar e crer que o poder público irá prover todas as necessidades de uma sociedade é como vislumbrar uma miragem, e crer que ela seja real. O Brasil, o Rio Grande do Sul e, claro, Santa Maria já tatearam em meio a esses caminhos sinuosos construídos com base em areia movediça. O resultado? Crise econômica e, por tabela, social. Recessão, estagnação, perda do poder aquisitivo, arrocho salarial do funcionalismo público, penalização dos mais pobres e, claro, de quem produz dinheiro e riqueza nesse país: os setores produtivos (do campo à cidade). Esse foi e segue sendo o receituário do lulopetismo.

O caminho, invariavelmente, passa por uma economia liberal sem as amarras e armadilhas dos burocratas do governo. Aliás, a Argentina nos deu uma clara demonstração ao eleger Javier Milei, um liberal e libertário. Os hermanos romperam com o populismo e com a demagogia da esquerda, que só produziu hiperinflação e pobreza.

Não podemos, novamente, permitir que o petismo com sua cartilha de engessamento da máquina e de penalização dos setores produtivos volte ao comando de Santa Maria. É o momento de fazer com que Santa Maria siga um caminho diferente e opte pela eficácia e entrega. Fazer com que os tributos – que não são poucos – retornem em serviços de qualidade e não sejam diluídos em pagamento à companheirada.

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site às quintas-feiras.

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6 Comentários

  1. Santa Maria já copiou Curitiba. Largo da Ordem, Rua 24 horas e até tentaram uma Boca Maldita. Nada resistiu ao tempo. Agora copia outros lugares. ‘Inovação’, ‘start-ups’, muito jogo de luzes e fogos (silenciosos, há uma lei). França tem um geoparque da Unesco. Haute-Provance. Quando alguém vista o pais é ums dos destinos prioritários? Não, obvio. Podem até aproveitar que por lá estão e dar uma esticada. Preservar o patrimonio é necessario, Calourada, Festa do Xis, idem. E o resto das coisas como estão?

  2. Javier Milei sobreviveu aos rotulos dos Vermelhos. Queriam, com ajuda da midia, pinta-lo como ‘extrema-direita’. Utilizou-se também do populismo, era a arma disponivel. Com discurso realista e racional não passaria do primeiro turno quase certamente. Escolhida a ‘receita economica correta’ quase com certeza a situação pioraria antes de melhorar. Problema é que a situação esta muito deteriorada por lá. Entraram em mares nunca navegados depois de uma decadencia centenaria. Donde cabe um resumo do tango, ganhou a eleição e ponto final. Se piorar não é proibido que caia e nem que a esquerda volte. Colocando a culpa de toda a destruição nele, população tem memoria curta.

  3. ‘O caminho, invariavelmente, passa por uma economia liberal sem as amarras e armadilhas dos burocratas do governo’. Primeiro impulso é escrever ‘não, há os desvalidos’. Pensando melhor, para os desvalidos um Estado ineficaz não faz diferença. Criticar o SUS, por exemplo, na frente dos Vermelhos é ouvir ‘não pode falar mal do SUS, querem terminar com o SUS, mimimi’. O assunto sai dos problemas para a possibilidade eterea de privatizarem totalmente a saúde (só uma pista, não passaria no Congresso). Problemas não tendem a desaparecer sozinhos, crescem. E daí aparece a solução magica: ‘precisamos arrecadar mais!”.

  4. ‘Poder publico’ é pouco utilizado. Preferem ‘Estado’. Que se trata de organograma, orçamento, predios e afins e, principalmente, pessoas. O que acontece quando as pessoas são um amontoado de cabeças de bagre? Ou um amontoado de cabeças de bagre que pensam só nos proprios interesses?

  5. Santa Maria não só parou no tempo, cresce como cola de cavalo, decai. Fazer sempre a mesma coisa, dizia o tio Alberto, e esperar resultado diferente é insanidade. Comportam-se como se as circunstancias permanecerão ‘como sempre foram’ e assim vão ficar. Marketing tem diversas funções. Estudo do mercado, marcas, publicidade. Nem todo mundo pode praticar a tal disciplina. Entre os que podem existe uma ‘cadeia alimentar’. Na aldeia alguns querem esconder os problemas atras do marketing mal feito. Pior, marketeiam ‘produtos’ obviamente defeituosos ou ineficazes. Os problemas permanecem como sempre estiveram, inatacados.

  6. ‘[…] políticos forjados em uma construção meramente midiática[…]’. Codigo de Defesa do Consumidor. Artigo 37. ‘É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.’ Mais! ‘É abusiva, dentre outras a publicidade […] explore o medo ou a superstição, […] ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança’. O mercado está mais ‘civilizado’ que a politica. Nesta hora algum(a) imbecil vem com ‘dãããã politico(a) não é mercadoria dããããã’.

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