Uma mulher concorrendo a presidência americana e o que temos a ver com isso – por Elen Biguelini
Escolhemos pausar mais uma vez nossa continua catalogação de autoria feminina brasileira para discutir um tema recente: o porquê de uma temática aparentemente tão distante da vida dos brasileiros, tornar-se um tópico tão importante para alguns.
Bem, primeiramente, a eleição americana tem relevância mundial. Por mais que atualmente a grande maioria das pessoas opte por fugir de tendencias colonialistas, e discutir potências como grandes salvadoras (o que não são e nunca foram); não podemos ignorar a realidade de que países como o Estados Unidos ainda comandam muito da política e relações internacionais.
Assim, tratar da eleição deste país é sempre relevante.
E então, porquê focamos tanto na eleição de uma mulher negra, com mãe indiana e ai jamaicano? Porque as mulheres, especialmente as não brancas, precisam de representação política. É a mesma razão que devemos celebrar campanhas de Marina Silva, ou lembrar saudosamente de Marielle Franco. Mulheres de cor também merecem ter lugar na política.
E o comando de um país como os Estados Unidos nas mães de uma mulher que sabe o quê são os preconceitos de raça e cor que a sociedade impõe sobre ela, poderá mudar muito a vida de outras como ela. Irá ser um exemplo para meninas de todo o mundo.
Nós brasileiros já tivemos uma presidentA. E alguns outros países também, ao longo das últimas décadas. Mas nenhuma teve o poder que Kamala Harris pode ter. Talvez apenas Margaret Tatcher.
Notamos, antes de finalizar, que assim como todas aquelas que já foram presidentes ou concorreram a uma presidência, esta senhora ainda sentirá muito preconceito. Especialmente em meio aos políticos.
Assim, como mulher brasileira, observo com esperança as eleições americanas. Pois sei que, apesar de longe, as mudanças simbólicas relacionadas a uma presidenta negra dos Estados Unidos, são enormes.
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
Resumo da opera. Imperio ianque está em decadencia. Pais dividido. Como aqui os partidos não conseguem produzir candidatos(as) a altura dos cargos.
‘[…] esta senhora ainda sentirá muito preconceito.’ Padrão vermelho. Colocam alguém num cargo que não tem condições de ocupar. Erros acontecem, situações pioram. Ninguém pode criticar porque é ‘preconceito’. Não pode tirar do cargo porque é ‘preconceito’.
‘E o comando de um país como os Estados Unidos […] Irá ser um exemplo para meninas de todo o mundo.’ Alguns se preocupam com ‘simbolico’ e ‘representatividade’. Resultados são coisas secundarias. Pois bem, o que acontece se os problemas do pais se agravarem? Vide Dilma, a humilde e capaz. Alas, diretora do Serviço Secreto porque um dos maiores fiascos da instituição aconteceu na mão dela. Problema não foi ser mulher, há mulheres capazes no Serviço. Mas tinha sido da segurança de Biden quando este era vice presidente, ganhou medalha dele, etc. O que acontecerá se os problema se agravarem na mão dela? Ou se o sistema a engolir?
‘[…] porquê focamos tanto na eleição de uma mulher negra, com mãe indiana e ai jamaicano?’ Porque a ideologia e a estrategia politica diz para usar as minorias como escudo. Por lá até o ‘Black Lives Matter’ é contra a indicação.
‘[…] atualmente a grande maioria das pessoas opte por fugir de tendencias colonialistas […]’. A grande maioria das pessoas está c@g@ndo para ‘colonialismo’. E 2024, não o século passado.