
As contas, e são 8 mil delas, de brasileiros em agência do banco HSBC em Genebra, na Suiça, estão na berlinda. Sobre elas vão se debruçar os senadores que compõem a CPI que pretende investigar a possibilidade de crime de evasão fiscal de quem e quantos, desse contingente.
Se for levada a sério por seus integrantes, pode significar dor de cabeça para um punhado de graúdos nativos. Claro, se funcionar – o que nem sempre acontece com CPIs. Em todo caso, a propósito da Comissão, instalada hoje no Senado, confira material produzido e distribuído pela Agência Brasil. A reportagem é de Karine Melo (texto) e Marcos Oliveira, da Agência Senado (foto). A seguir:
“Senado instala CPI do HSBC
Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) serão, respectivamente, presidente e vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC no Senado. Eles foram eleitos, por aclamação, na manhã desta terça-feira (23). O relator da comissão será o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Com 11 membros e prazo de 180 dias para concluir os trabalhos, a comissão terá o objetivo de investigar quantos correntistas brasileiros do banco, entre os mais de 8 mil, cometeram crime de evasão fiscal.
“Mais do que ser uma caça às bruxas, ela [a CPI] deve, primeiramente, identificar qual são as falhas do sistema tributário brasileiro, que possibilita uma provável evasão fiscal desse tamanho”, disse Randolfe.
O senador, que também é autor do pedido de criação da CPI, adiantou que vai protocolar ainda hoje, na secretaria da comissão, vários requerimentos para ouvir autoridades da Receita Federal e do Ministério Público, além de jornalistas.
Para o relator, Ricardo Ferraço, além da sonegação de impostos, são várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários de brasileiros em contas numeradas na Suíça, que somam aproximadamente US$ 7 bilhões, segundo as primeiras estimativas do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
“A lavagem de dinheiro pode estar ligada a episódios de corrupção, como os apurados na Operação Lavo Jato, da Polícia Federal, envolvendo contratos com a Petrobras. Essa é uma das hipóteses. Isso já…”
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