Por Claudemir Pereira / Editor do Site
– Desde Dom Ivo Lorscheiter, histórico e combativo bispo católico de Santa Maria, falecido em 2007, não se via tanta movimentação do comando do clero na cidade.
– Sem juízo de mérito, que isso fica para o leitor, nesse caso, o fato é que desde a posse, em 15 de agosto de 2021, o arcebispo Dom Leomar Brustolin, numa linguagem moderna, tem “causado”.
– Vários atos (interferências?) na vida da Igreja e ações na comunidade têm inevitavelmente repercutido. Não falta quem entenda se estar à beira do “culto à personalidade”.
– Nesse período de três anos, ao lado de profundas modificações (e bem vindas, por sinal) na Romaria da Medianeira, o prelado provoca “frisson” por onde passa.
– Assim na UFN, na Economia Solidária (sim, a grande condutora do processo, irmã Lourdes Dill, hoje está na África), e até nos feriados municipais há o envolvimento clerical.
– Não faz poucos dias que, a jato, o Legislativo fez Santa Maria trocar um feriado que festejava a padroeira da cidade por uma rainha dos gaúchos.
– A mais recente manifestação de liderança do arcebispo veio semana passada. Como o escriba tratou na coluna que assina aos finais de semana, no Diário, o assunto é eleição.
– Em carta assinada por Dom Leomar (a íntegra você tem no final desta coluna), o Arcebispado fixa os critérios para a definição do voto, pelos católicos. Uma orientação, digamos assim.
– São seis os critérios (confira no documento) que vão da generalidade do empenho pelo bem comum ao voto contra o aborto (palavra não citada, mas implícita no início da lista).
– O documento também lembra o óbvio: a propaganda eleitoral, “em templos de qualquer culto, é proibida”, bem como é vedado o pedido de votos “implícito ou explícito”, no ambiente das igrejas…”
– E atenção para a determinação final: a carta aprovada pela Assembleia da Arquidiocese deve ser lida em todas as celebrações durante a semana inteira, que começou neste domingo.
– Dito isto, a outro tema: parece ficar cada vez mais clara a estratégia de cada candidato na disputa majoritária. Há um entendimento tácito (escudado por pesquisas internas) definido.
– Acredita-se que uma vaga no segundo turno estaria dada para o candidato de centro-esquerda, Valdeci Oliveira, havendo uma em disputa para ver quem seria o oponente no turno final.
– Assim é que, nos bastidores inclusive, trava-se luta ferrenha (com direito a aumento de intensidade nas manifestações), do centro à destra e a destra mais destra, atrás dessa vaga.
– Não é por acaso, assim, que se perceba um tom mais elevado no trololó eletrônico e na internet, de Rodrigo Decimo, Roberta Leitão, Giuseppe Riesgo e Paulo Burmann (este mais distante).
– Nesse caso, o tucano (o único a fazer críticas mais fortes a Valdeci, provavelmente de olho em apoios no turno final) é o cara “a ser batido”. É o que se vê, hoje, na campanha. Amanhã? Aí é outro papo.
– Para fechar: em menos de um mês de campanha ainda por vir, estratégias podem se modificar, mas o indicativo é claro: vai esquentar. E muito. Só se espera que no limite da civilidade.
A seguir, a ÍNTEGRA da carta da Arquidiocese aos católicos. Confira:
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