Primavera de cada um – por Orlando Fonseca
“As eleições, cuja campanha começou, trazem oportunidade importante”
Vencido o agosto, agora é preciso se preparar para a primavera. Depois de meses sob as águas, o Rio Grande do Sul se esforça para parecer o modelo (a toda Terra) da euforia de cores na canção de Leonardo: “Céu, sol, sul, terra e cor”. O país tenta se equilibrar nas contas e mais do que tudo, diante das eleições municipais, vencer a discussão rasa na polaridade que tomou conta do ambiente político do país. O planeta todo vive a expectativa de uma nova ordem mundial, diante da dificuldade – para além do razoável – em resolver conflitos no Oriente Médio e no Leste europeu. Com todos estes itens na bagagem, qual a essência da primavera que se anuncia no hemisfério sul?
Relatório da Organização Meteorológica Mundial revela que o nível dos mares subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos em partes do Pacífico. Devido ao desmonte dos órgãos ambientais no último período, e na dificuldade em combater o desmatamento com incêndios e o garimpo ilegal, dados do Inpe mostram que, desde janeiro, a Amazônia registrou mais de 61 mil focos de incêndio, enquanto o Pantanal contabiliza quase 9 mil focos.
O céu do nosso Estado apresenta os tons cinza do descalabro. A primavera ideal deve apontar para a solução das urgências, diante da emergência climática em terras gaúchas. Novos desenhos urbanos, que deixem livre as correntes fluviais; o redesenho da produção agropecuária, sem desmatamento, com manutenção das matas ciliares.
As eleições municipais, cuja campanha na mídia começou, trazem uma oportunidade importante para que se tenha uma primavera autêntica a iluminar a razão política. Os discursos de ódio só destroem, e desastres e tragédias já tivemos demais este ano. Tudo o que precisamos é de material para construção e boa vontade. Para isso é preciso base sólida, ao invés de mentiras, de promessas ilusórias e ataques sem fundamento entre as partes em disputa.
O tempo (a natureza) tem seus caprichos, os quais podem ser resultado do mau comportamento humano. Logo, o que é necessário agora é uma tomada de consciência que permita, com os espíritos desarmados, racionalidade para retomar o clima ameno que sempre caracterizou o RS. Mesmo no mais rigoroso inverno, estando preparados, os agostos deixavam de ser temerários. A primavera está na nossa consciência cidadã.
Em poucos anos, enfrentamos e sobrevivemos a uma pandemia mundial, e agora temos os embates titânicos com as mudanças climáticas (que vieram para permanecer, sabe-se lá por quanto tempo). No entanto, como seres dotados de razão, estamos diante de conflitos que não se resolvem nas mesas de negociação, com diplomacia e diálogo coerente.
Não é razoável que, tendo passado por dois conflitos mundiais, não tenham sobrado lições capazes de embasar decisões em favor da paz. Entretanto, olhando retrospectivamente, podemos ver que mesmo não havendo mais a divisão dos blocos formados no pós-guerra, o que permitiu a guerra fria, ainda existem grandes divisões. Os arsenais atômicos e a indústria bélica nunca estiveram tão ativos, como se ganhar dinheiro com essa produção possa levar a um mundo melhor (ao contrário, uma hecatombe nuclear não deixaria ninguém para contar os lucros).
Uma primavera que fosse além do sul global, e adentrasse os gabinetes diplomáticos, seria a reunião em torno de uma nova meta, que levasse em consideração salvar o planeta, livrar as pessoas da fome, tirar do ar tudo o que aumenta o aquecimento (incluindo as fake news, rede social X começou a ser suspensa no início da madrugada deste sábado).
E isso não é pouca coisa, mas exige de todos justamente o que nos significa: humanismo. Serve tanto para que se tenha um novo tempo na política nacional, e uma esperança para a nossa casa, o planeta Terra. Ao menos é o que me ocorre, neste início de setembro.
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela “Da noite para o dia”.
Resumo da opera. ‘Olha como sou legal, quero o bem da humanidade!’. Infantilização que vem com a idade.
‘[…] mas exige de todos justamente o que nos significa: humanismo[…]’. Cascata de sempre, tudo que é de esquerda é ‘humano’, os outros não são.
‘[…] incluindo as fake news, rede social X começou a ser suspensa no início da madrugada deste sábado […]’. De onde se ve o objetivo do discurso das ‘fake news’. Rede social X é bloqueada na China, no Irã, no Turquemenistão, na Corea do Norte, Mianmar, na Russia, no Paquistão e na Venezuela. Nesta hora algum(a) imbecil vai dizer ‘mas tem que seguir a legislação do pais’. Donde se responde: inclusive Xandão e o STF (onde a lei é o que eles dizem que é). Depois vem o ad hominem contra Musk, hipocrisia, etc. China não afirma ser democratica.
‘[…] e adentrasse os gabinetes diplomáticos, seria a reunião em torno de uma nova meta, que levasse em consideração salvar o planeta, livrar as pessoas da fome, tirar do ar tudo o que aumenta o aquecimento […]’. Sim, os burrocratas salvarão o planeta.
‘[…] tendo passado por dois conflitos mundiais, não tenham sobrado lições capazes de embasar decisões em favor da paz.’ As gerações que lutaram já não existem mais com exceções de praxe. Presunção é que os livros, o conteudo escrito, condicionaria os rumos da historia. Na pratica a teoria é outra.
‘[…] enfrentamos e sobrevivemos a uma pandemia mundial, […]’. Se alguém sair na rua e perguntar “quanto tempo faz que Trump levou um tiro na orelha?’. Maioria vai achar que passou muito tempo. Perto de um mes e meio.
‘Os discursos de ódio só destroem,[…]’. Maduro vive pedindo o fim do odio e intolerancia na Venezuela. ‘Discurso de ódio’ é qualquer critica ao governo. E o que muitos desejam aqui.
‘As eleições municipais, cuja campanha na mídia começou, trazem uma oportunidade importante para que se tenha uma primavera autêntica a iluminar a razão política.’ Teatro de má qualidade quando não vira um circo. Vide debates. Quem assiste? Uns poucos aficionados, envolvidos em campanhas, militancia e a midia. Candidatos fazem propostas vazias (ou impossiveis) que não tem a menor preocupação em cumprir porque não serão cobrados nem pela imprensa. Alguém já viu jornalista com programa de governo cobrando politico? ‘Prometeu resolver, está parado?’. Até porque a resposta vai ser generica como a promessa, trocam o assunto para outra coisa que esta sendo feita para dar um toque ‘positivo’.
‘Novos desenhos urbanos, que deixem livre as correntes fluviais; o redesenho da produção agropecuária,[…]’. Mentalidade ‘revolucionaria’ é a chave para outra catastrofe. E o stalinzinho que mora dentro de todo vermelho.
Seca na Amazonia é a maior da historia recente. Incendios não faltaram por falta de burocratas e repartiçoes publicas. Amazonia Legal é quase 60% do territorio nacional. Cerrado outros 25%. Quem olhar um mapa com a densidade demografica do pais vai notar grande concentração no Sudeste, no Sul (Paraná e Santa Catarina principalmente) e litoral do Nordeste. Vamos ver o que acontece com a elevação (‘suba’ doi no ouvido) do nivel dos mares. Lembrando que o nivel do Pacifico é pelo menos 20 cm mais alto que o Atlantico mesmo antes da declaração bombastica.
Nivel do mar? Maioria está c@g@ndo pro assunto.
‘[…] o nível dos mares subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos em partes do Pacífico.’ Anos atras um documentario de Al Gore dava conta que em 2014 não haveria gelo no polo norte. Catastrofismo só leva a descrença e mais teorias das conspiração.
‘O planeta todo vive a expectativa de uma nova ordem mundial, […]’. Cientista politico no programa do William Waack comentou que os tratados ambientaris não eram respeitado e ‘se torna necessário uma “governança global”‘. No que o âncora retorquiu ‘você está dando munição para as “teorias da conspiração” dos que combatem o “globalismo”‘. Maioria das pessoas que ouço e com as quais falo não tem expectativa nenhuma. São inteligentes o suficiente para saber que eventos historicos não data marcada.