Se Trump soltar os invasores do Capitólio o Brasil anistiará os golpistas de 8 de janeiro? – por Carlos Wagner
A novidade perdeu as eleições para presidente dos Estados Unidos. Kamala Harris (democrata), 60 anos, foi derrotada pelo ex-presidente Donald Trump (republicano), 76, nas eleições que aconteceram na terça-feira (5) – a confirmação não oficial ocorreu na madrugada de quarta-feira (6). Contrariando toda a expectativa da imprensa mundial, a apuração não demorou semanas. A rápida contagem dos votos feita pelos estados facilitou a Associated Press, uma agência de notícias independente fundada em 1846, a fazer as contas e projetar o vencedor. Os resultados oficiais devem demorar mais alguns dias. Trump toma posse em janeiro. O que acontecerá agora? Vida que segue. Vamos falar sobre isso.
Antes vamos contextualizar a nossa conversa. O primeiro mandato de Trump na presidência dos Estados Unidos foi conquistado em 2016, quando derrotou Hillary Clinton (democrata), 76 anos. Tentou a reeleição em 2020, sendo derrotado por Joe Biden (democrata), 81 anos. Biden assumiu com a sua vice, Kamala Harris, prometendo que não iria concorrer à reeleição. Quebrou a promessa e foi confirmado como candidato democrata. Mas no primeiro debate contra Trump, em julho, na CNN, em Atlanta, sofreu um apagão mental e a partir de então foi pressionado pelas lideranças do seu partido a desistir da candidatura. Depois de resistir por semanas, Biden finalmente saiu da disputa e indicou a sua vice. Kamala entrou na campanha e conseguiu empatar nas pesquisas de intenção de votos com Trump, que até então liderava. Elegante, com um discurso enxuto e preciso, ela tornou-se uma candidata muito simpática. Tratei do assunto no post de terça-feira (5) Por ser a novidade, Kamala tem mais chance de ganhar as eleições que Trump. Acabou derrotada. O novo presidente ganhou prometendo tornar os Estados Unidos grande novamente, revertendo a globalização da economia que retirou as indústrias da América do Norte e da Europa e as levou para a Ásia. Como fará isso? Ele já tinha feito tal promessa no seu primeiro mandato. Esse e outros assuntos sobre as promessas do eleito vêm sendo esmiuçados com grande competência pela cobertura diária. Vou focar em uma das promessas, que tem a ver com o Brasil. Durante a campanha, Trump prometeu que, caso fosse eleito, iria libertar os 500 presos durante a invasão do Capitólio (Congresso), em 6 de janeiro de 2021. A invasão foi incentivada por Trump para impedir que o Congresso ratificasse a vitória de Biden. Terminou com sete mortes, dezenas de feridos e uma confusão enorme.
Otrabalho de Trump na questão dos presos pode ser facilitado porque ele tem maioria projetada no Congresso e, de concreto, a maioria dos juízes conservadores da Suprema Corte. Ele também será pressionado pela extrema direita a cumprir essa promessa. A extrema direita americana vai ter muito poder no governo Trump porque é uma das mais importantes sustentações políticas do presidente eleito. Adicione-se a essa importância a estrela máxima atualmente dos extremistas, o bilionário Elon Musk, 53 anos, dono do X, ex-Twitter, a quem Trump prometeu um cargo. Não interessa como ele vai resolver essa questão. O simples fato do presidente dos Estados Unidos pretender libertar os que invadiram o Capitólio deverá repercutir muito no Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 69 anos, e seus seguidores na Câmara e no Senado estão tentando enfiar garganta abaixo dos brasileiros o Projeto de Lei 2858/22, o chamado PL da Anistia, que tem a intenção de anistiar as 1,2 mil pessoas que, em 8 de janeiro de 2023, invadiram e quebraram tudo que encontraram pela frente no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Essas pessoas, seus apoiadores financeiros e os responsáveis intelectuais pela organização da tentativa de golpe tinham como objetivo espalhar o caos e, com isso, forçar o governo federal a baixar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A GLO seria cumprida pelas Forças Armadas, onde estavam alojados os militares bolsonaristas que trariam de volta ao cargo o ex-presidente Bolsonaro, que havia perdido a reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos. O PL da Anistia está repousando em uma gaveta da comissão criada para estudar o caso pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), 55 anos. Assim que Trump mexer na história dos condenados de 6 de janeiro de 2021, o caso dos golpistas do 8 de janeiro de 2023 pula para as manchetes dos jornais no Brasil.
Há outra bronca. A extrema direita brasileira tentará conseguir o apoio de Trump para derrubar a sentença do Superior Tribunal Eleitoral (STE) que declarou Bolsonaro inelegível até 2030. Não vejo como o governo americano se envolverá nessa história. Porém, Musk pode se interessar, porque já esteve envolvido em uma discussão com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que proibiu o funcionamento do X no Brasil até que as leis que regulamentam a atuação de empresas estrangeiras no Brasil fossem cumpridas. Musk tentou resistir. No fim, acabou cumprindo a lei. Agora, aqui tem uma coisa. Se Trump colocar Musk em um cargo, ele perde a sua autonomia de xingar quem lhe interessar e de dizer as asneiras que costuma falar. Por quê? Simples. Tendo um cargo no governo, ele fala pelos Estados Unidos. E tem mais um fato a pesar na balança. Entre os bolsonaristas existe uma competição acirrada entre os possíveis candidatos para ocupar o lugar de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026, entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), 49 anos. Apesar de toda a festa da extrema direita brasileira com a eleição de Trump, na América do Sul os únicos interesses do novo governo americano são os imigrantes ilegais e os traficantes.
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(*) O texto acima, reproduzido com autorização do autor, foi publicado originalmente no blog “Histórias Mal Contadas”, do jornalista Carlos Wagner.
SOBRE O AUTOR: Carlos Wagner é repórter, graduado em Comunicação Social – habilitação em Jornalismo, pela UFRGS. Trabalhou como repórter investigativo no jornal Zero Hora de 1983 a 2014. Recebeu 38 prêmios de Jornalismo, entre eles, sete Prêmios Esso regionais. Tem 17 livros publicados, como “País Bandido”. Aos 73 anos, foi homenageado no 12º encontro da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), em 2017, SP.
Resumo da opera II. Conhecido o apelo a respostas emocianais feito pelos vermelhos, é uma tatica de controle antiga. Ver adultos chorando como crianças por conta de resultado de eleição tanto lá como aqui fica entre o ridiculo e o surreal. Gente passando a noite sem dormir para acompanhar apuração. Infantilização ao extremo.
Resumo da opera. Esquerda perdeu o bonde da historia. Não é o planeta que deu uma ‘guinada para a direita’, vermelhos ficaram para tras. Midia faz o que se acostumou a fazer. Rato Rouco falou que ‘Trump era o nazismo com outra cara’. Mesmo com um genro judeu e uma filha convertida. Agora quer ser ‘amiguinho’ e a midia tupiniquim diz que ele ‘só torceu para Kamela’. Rato Rouco já lançou a campanha de reeleição. Da demonstrações que não esta como Biden. Já afirmou que será necessario para combater a ‘extrema-direita’. Ou seja, qualquer adversário com chances contra ele será rotulado de ‘extrema-direita’.
New York Post publicou um video de um sujeito de centro. Reclamação é que os democratas não deixaram alternativa. O policiamento do identitarismo saturou. Alas, a comedia virou o alcool dos tempos da proibição. Os clubes de stand up viraram os speakeasy. Cereja, anuncios mil, um trilhão para la, um trilhão para cá e nada dos problemas serem resolvidos.
Extrema-direita é todo e qualquer que se opor aos interesses Na Europa é quem critica os problemas criados pela imigração ilegal desenfreada.
Especulações sobre o que vai acontecer é perda de tempo. Discurso anti-Cavalão idem. Tarcisio vai ser candidato a reeleição, ultima vez que comento isto. Vermelho Velho tem o costume de encher o saco repetindo sempre a mesma coisa.
‘Adicione-se a essa importância a estrela máxima atualmente dos extremistas, o bilionário Elon Musk, 53 anos, dono do X, ex-Twitter, a quem Trump prometeu um cargo.’ Como se o sujeito precisasse de cargo. Alas, o bilionário foi doador da campanha de Obama. Alas, aspecto pouco explorado, a quantidade de gente que era democrata e virou republicano é uma grandeza. Tulsi Gabbard do Hawaí. RFK Jr.. Ambos sacaneados em primárias.
‘O trabalho de Trump na questão dos presos pode ser facilitado porque ele tem maioria projetada no Congresso […]’. Presidente tem a caneta para conceder perdão presidencial.
‘A invasão foi incentivada por Trump para impedir que o Congresso ratificasse a vitória de Biden. […]’. Se fosse verdade não teria um mar de votos. Narrativa já foi para o ralo por lá.
‘Kamala entrou na campanha e conseguiu empatar nas pesquisas de intenção de votos com Trump […]’. Ultrapassou na verdade. Depois foi morro abaixo. Discursos só com telepromter e entrevistas só em ambientes altamente controlados com questões enviadas antecipadamente.
‘[…] Biden finalmente saiu da disputa e indicou a sua vice.’ Foi forçado a sair, acharam que a lavada seria grande. Ameaçaram invocar a 25ª emenda.
‘Biden assumiu com a sua vice, Kamala Harris, prometendo que não iria concorrer à reeleição.’ Não procede. Tanto que até o fatidico debate a imprensa mundial dizia que não havia problema nenhuma com as capacidades cognitivas do sujeito mesmo com todos os espisodios mostrando o contrário. Estaria no ‘topo do jogo dele’.
AP? Havia apuração online na maioria das redes de tv.
‘Contrariando toda a expectativa da imprensa mundial, a apuração não demorou semanas.’ Que passa mais tempo chutando, especulando e mentindo do que noticiando.