Sadigão ou Perdisas. Brasil Foods pode ser ótima para o país. Mas não para os brasileiros
Este (nem sempre) humilde repórter, definitivamente, não embarca no ufanismo demonstrado pela mídia grandona com a fusão entre a Sadia e a Perdigão. Ok, ok, ok. O Brasil ganha grande poder de fogo no mercado internacional. Mas cada vez mais me convenço que, aqui, no território pátrio, a situação não é a mesma. Nem para os trabalhadores (quantos irão para a rua?) e menos ainda para os consumidores.
Isso sem falar na interferência mais ou menos óbvia do poder público numa discussão que era eminentemente privada. Agora, só uma perguntinha: você acredita em benefícios para a sociedade ter uma organização que domine, só para exemplificar, 84% do mercado brasileiro de macarrão, 71% do mercado de carnes congeladas e 65% das margarinas, como informa o jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época? Ah, ele também trata de outras questões correlatas e que valem a leitura. Acompanhe, com a foto de Roosewelt Pinheiro, do arquivo da Agência Brasil. A seguir:
Quero ser ex-ministro de Lula
A fusão da Sadia com a Perdigão demonstra que, no governo Lula, ser ex-ministro pode ser melhor negócio do que ser ministro. Luiz Fernando Furlan (foto) foi ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior durante o primeiro mandato de Lula. Deixou o governo no segundo mandato e, em outubro do ano passado, reassumiu o comando da Sadia, empresa de sua família, que dirigia antes de ir para o governo.
A situação era especialmente dramática: graças a um punhado de operações desastradas com derivativos, a empresa amargava um rombo de R$ 760 milhões. Em situação normal, a Sadia seria forçada a fechar as portas ou vender seus ativos para os interessados. A direção seria afastada e novos executivos seriam chamados a recuperar o negócio.
É impossível enxergar algum interesse nacional estratégico na preservação de uma sociedade desse tipo. Nosso poder de produzir e exportar alimentos não perderia um quilo de frango com uma mudança desse tipo. Mas um ex-ministro tem poderes acima dos normais. Após várias viagens e conversas em Brasilia, no Planalto e nos ministérios, Furlan convenceu a governo a bancar o prejuízo da empresa – são R$ 4 bilhões que devem ser honrados, num total de R$ 10 bilhões que vencem nos próximos anos. Parecia impossível mas não foi…
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SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados por Paulo Moreira Leite, da revista Época.
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