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O STF e a Democracia em Risco – por Giuseppe Riesgo

“O que foi dito pelo novo governo americano (no X) só ratifica minha posição”

A democracia brasileira tem sido colocada à prova não apenas por crises políticas e econômicas, mas pelo avanço preocupante do ativismo judicial e desrespeito às leis processuais, comprometendo gravemente o equilíbrio entre os Poderes da República. O Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes, assumiu um protagonismo que ultrapassa os limites da Constituição e ameaça diretamente as liberdades individuais e o devido processo legal.

Essa não é a primeira vez que alerto sobre esse problema. Em artigos anteriores, já denunciei o agigantamento e abuso do poder judiciário e o perigo que isso representa para a nossa democracia. O ministro Alexandre de Moraes é o principal expoente desse processo, acumulando poderes que deveriam ser compartilhados com outras instâncias. A concentração de poder nas mãos de um único ministro, que se coloca como réu, investigador, acusador e juiz ao mesmo tempo, não encontra respaldo nos princípios democráticos. O uso de decisões monocráticas para censurar adversários políticos, bloquear redes sociais e perseguir opositores sob a justificativa de combater a “desinformação” evidencia um gravíssimo desvio de função do STF. Um tribunal que deveria garantir direitos e arbitrar conflitos de forma imparcial tornou-se um instrumento autoritário de controle político.

Trago novamente esse assunto por conta da repercussão internacional negativa que o Brasil está exposto. A própria embaixada americana publicou, no X, posicionamento firme criticando as posturas do atual governo do Brasil e do poder judiciário, nos mencionando como um país que tomou atitudes antidemocráticas de censura. O que foi dito pelo novo governo americano só ratifica minha posição de que o STF, que deveria ser o guardião da Constituição, se tornou um tribunal de exceção que define, de forma subjetiva, quem pode ou não participar do debate público. Transformou-se a Corte em um instrumento político, e agora esse problema precisa ser combatido com veemência pela sociedade brasileira.

O que está em jogo não é a defesa de um grupo ou ideologia específica, mas o futuro do Brasil como uma nação livre, onde as instituições respeitam seus limites constitucionais. Se o Supremo Tribunal Federal acredita que pode nos livrar do mal por meio da censura e da perseguição, então ele próprio se torna o mal que ameaça a nossa liberdade. É hora de reagirmos enquanto ainda há tempo.

(*) Giuseppe Riesgo é secretário de Parcerias, da Prefeitura de Porto Alegre, e ex-deputado estadual pelo partido Novo. Ele escreve no site às quintas-feiras.

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7 Comentários

  1. O que passa na cabeça de uma pessoa em pregar Democracia, citando pra isso os EUA, onde 2 bilionários mandam e desmandam, ignorando Poderes… Tchê, alguém em sã consciência imagina Trump fazendo algo em prol do Brasil?? Zelenski já sentiu o gostinho do quanto esse louco laranja é mal!!

  2. Resumo da opera. Rato Rouco fica falando em ‘alternativa ao dolar’. Talvez pense em provocar os ianques e jogar a culpa da economia fora dos trilhos nas possiveis sanções. Talvez ache que seja alguém, não é, no cenario internacional. Talvez só um jogo de cena para ‘parecer forte’. Total zero, economia vai levar um tranco mais cedo ou mais tarde. Não precisa dizer quem vai pagar a conta. Isto é mais importante que a galinhagem.

  3. O que dizer do assunto? Trump, Musk, STF, governo Rato Rouco. Muita galinhagem e pouca ação. Muita pena e pouca carne. Guerra de declarações.

  4. ‘Transformou-se a Corte em um instrumento político, […]’. Não só no aspecto citado. Tribunal deu ganho de causa a várias açoes que aumentaram a arrecadação do governo.

  5. Foi comentado no site que só não iria dar KK porque os atingidos não eram muito fãs dos Direitos dos Manos. Erro de predição. Foram para a OEA e deu o que deu.

  6. Pretorio Excelso arvorou-se o papel de ‘salvador da democracia’. De ‘vanguarda iluminista’. Neste meio tempo cometeu o pecado original. Dobrar as regras democraticas e do Estado Democratico de Direito devido a ‘circunstancias excepcionais’. Ou seja, quebrou o que dizia proteger. Auto atribuindo-se poderes.

  7. Vamos combinar que, para o bem e para o mal, em 90% dos casos o STF funciona como sempre funcionou. Visivelmente o nivel intelectual era outro, bem melhor. Estadistas tanto quanto alguem vestido uma toga é permitido ser. Gente com visão ampla e de longo prazo.

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