
Reproduzido do Site do Correio do Povo / Texto de Guilherme Sperafico, com foto de Pedro Piegas
A Polícia Civil ainda busca esclarecer pontos cruciais sobre o acidente com o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que deixou sete mortos e 26 feridos em Imigrante, no Vale do Taquari, no início de abril. Segundo o delegado José Romaci Reis, que conduz a investigação, o inquérito da Polícia Civil avança com o cruzamento de informações técnicas, documentais e testemunhais. Além disso, uma mudança de versão também está em análise.
O motorista do ônibus, ouvido pela polícia, afirmou em depoimento formal que houve falha mecânica, mas negou que tinha conhecimento de que o veículo já apresentasse problemas anteriormente. No entanto, conforme o delegado, a declaração difere do que ele havia relatado informalmente, ainda no hospital, logo após o acidente. “Ele omitiu o que tinha dito antes, que sabia de problema nos freios do veículo, mas isso precisa ser analisado”, afirmou Romaci.
A polícia recolheu, no dia após o acidente, os discos do tacógrafo, que ainda estão em análise. Também foi solicitada perícia no próprio equipamento, para verificar se ele funcionava corretamente.
O delegado apontou que, com base em relatos e nas circunstâncias, estima-se que o ônibus descia a rodovia a mais de 100 km/h. A dúvida agora é qual era a velocidade no momento da queda, após o veículo cruzar uma lavoura. “Precisamos ver as condições do ônibus e se houve falha humana”, explicou.
Estão previstas, ainda, oitivas de um técnico especializado em sistemas de freios e do responsável pelo transporte da universidade. A Polícia Civil aguarda, também, os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que devem ser entregues até o fim do mês. “Não há prazo exato, mas acredito que em até 30 dias a partir da realização da perícia”, informou o delegado.
UFSM afirma que manutenção estava em dia
Em coletiva realizada nesta semana, a UFSM afirmou que o ônibus envolvido no acidente havia passado por inspeção em janeiro e estava com o laudo técnico regular emitido por empresa credenciada. O reitor da universidade, Luciano Schuch, afirmou que a frota está “envelhecida” e composta, em grande parte, por veículos doados pela Receita Federal. “Estamos estudando a possibilidade de que não tenhamos mais transporte próprio na universidade. Vamos fazer essa avaliação após a liberação dos laudos”, afirmou.
A instituição também abriu uma sindicância interna com prazo de 30 dias para apurar as possíveis causas do acidente e anunciou revisão nos seus fluxos internos de segurança. Um dos pontos levantados foi a lista de passageiros, que atualmente permanece apenas com o motorista. A UFSM pretende manter cópias dessas listas com a equipe administrativa, para evitar desencontros em situações emergenciais.
Enquanto as investigações prosseguem, os 26 sobreviventes recebem acompanhamento de uma equipe multiprofissional, incluindo fisioterapeutas, médicos e terapeutas ocupacionais. Também foi disponibilizado transporte para os familiares e criado um grupo de WhatsApp para facilitar a comunicação com a equipe do Colégio Politécnico.
As aulas do curso técnico em Paisagismo seguem suspensas até o fim de abril. Um novo calendário acadêmico será elaborado para reorganizar o semestre. O transporte institucional da UFSM permanece suspenso até a conclusão das investigações.
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