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O Brasil pune quem quer empreender – por Luís Henrique Kittel

Por aqui ‘seguimos outro caminho. O da confiança, da parceria e do apoio real’

Na última semana, participei do Jantar do Empreendedor, promovido pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Agudo (Acisa), que reconheceu empresas com mais de 60 anos de atuação no município. Seis décadas é o tempo de uma vida inteira dedicada a gerar empregos, pagar impostos, enfrentar crises, atravessar governos, e ainda assim continuar acreditando que vale a pena empreender no Brasil.

Foi um momento muito especial, pois esses empreendedores merecem mais do que uma homenagem. Eles merecem respeito. Porque, convenhamos: no país onde abrir e manter uma empresa é um ato de coragem, ser empreendedor é um gesto de persistência.

Mesmo diante de um cenário nacional cheio de burocracias, custos e inseguranças, Agudo vem mostrando que é possível fazer diferente. Hoje temos 1.573 empresas ativas, segundo dados do Sebrae RS, e mais de 900 microempreendedores individuais que encontraram na formalização um caminho para crescer com dignidade.
São pessoas comuns que decidiram transformar seu talento em sustento – e que encontraram, na nossa renovada Sala do Empreendedor, um apoio que simplifica o que o sistema insiste em complicar.

Por isso é significativo que Agudo esteja, neste momento, entre as 5 cidades com maior número de atendimentos de empreendedores na região central do Estado, segundo o ranking do Sebrae. Além de um dado técnico, é o retrato de que acreditamos na liberdade de empreender e que recusamos ter a prefeitura como um obstáculo para quem quer trabalhar.

Mas é impossível falar de empreendedorismo sem olhar o outro lado da moeda.
Enquanto municípios como o nosso se esforçam para apoiar, desburocratizar e incentivar, o empreendedor brasileiro continua lutando contra um sistema tributário arcaico, licenças demoradas, obrigações infindáveis e um crédito que, muitas vezes, chega tarde ou caro demais.

Não falta vontade ao cidadão. Falta um país que confie mais em quem produz e interfira menos em quem quer gerar oportunidades. O Brasil não precisa de mais obstáculos, precisa de governos que libertem a força criativa e produtiva do seu povo.

Por aqui, seguimos outro caminho. O da confiança, da parceria e do apoio real. E é por isso que o reconhecimento aos nossos empreendedores é um compromisso de gestão. Porque não existe desenvolvimento social sem desenvolvimento econômico, e não há economia forte sem quem tem coragem de abrir as portas todos os dias, mesmo diante das dificuldades.

Empreender é acreditar que trabalhar ainda vale a pena, e nós, como gestores públicos, temos o dever de provar que vale mesmo.

(*) Luís Henrique Kittel, 40 anos, é jornalista formado pela então Unifra, atual UFN). É prefeito reeleito do município de Agudo (o único do PL na região), foi vice-presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia e atualmente é vice-presidente da Associação dos Municípios da Região Central (AM Centro). Ele escreve no site às quintas-feiras.

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