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BOMBEIROS. Estado libera só R$ 300 mil e deixa Cacism e Funrebom indignados. Troco é insuficiente para repor carro

Em janeiro, a cidade se abalou com o incêndio na Casa de Retiros. Lembrou-se, então, que a Consulta Popular do Governo do Estado de 2006 previa a designação de R$ 485 mil para a compra de um carro. O Palácio Piratini prometeu recursos para a aquisição em março, quando os bombeiros comemorariam 55 anos. Não veio.

A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism), através de seu presidente, Paulo Ceccim (também coordenador do Fundo de Reaparelhamento dos Bombeiros – Funrebom), cobrou, em ofício enviado no início de junho. Agora, o Estado liberou o troco. Quanto? R$ 300 mil, ou dois terços do solicitado e aprovado pela comunidade. E insuficientes para a aquisição do carro tão necessário aos bombeiros de Santa Maria.

A situação deixou indignado Ceccim – “não se pode comprar por partes um carro de combate a incêndio”, disse o empresário. Os detalhes de toda essa situação, de resto absolutamente inaceitável, você encontra em ampla reportagem produzida pela assessoria de Comunicação da Cacism. Confira:

 “Dinheiro liberado para os bombeiros é insuficiente

Urgência e insegurança da comunidade santa-mariense são desconsideradas. Valor anunciado pelo Estado não permite a aquisição de caminhão para combate a incêndio

Após quatro anos de espera, foi anunciada liberação da verba para a aquisição de uma nova viatura de combate a incêndio para o 4º Comando Regional de Bombeiros. A notícia poderia ser o início das soluções para a falta de material e equipamentos evidenciada em 17 de janeiro, no incêndio ocorrido na Casa de Retiro das Irmãs de Maria de Schoenstatt, no bairro Dores. Entretanto, o valor liberado – R$ 300 mil – é incompatível com o custo do veículo e inviabiliza sua aquisição.

A compra de um caminhão auto-bomba tanque para Santa Maria foi definida como prioridade na Consulta Popular de 2006. Na época, a manifestação através de 7.097 votos – a quarta maior votação no Estado -, definiu a designação de R$ 485 mil do Orçamento do Estado, para ser executado em 2007, mas o dinheiro não foi liberado. Este ano, ainda clima de comoção com o incêndio na Casa de Retiros, o caminhão de combate de incêndio foi prometido para março, no aniversário de 55 anos da corporação. O repasse do dinheiro não aconteceu, e a espera foi adiada até abril.

A falta de solução foi cobrada pelo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM), Paulo Ceccim, também presidente do Fundo de Reaparelhamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom). Em resposta a ofício encaminhado no início de junho, o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento Central (Corede), Antonio Carlos Saran Jordão, informou a liberação dos R$ 300 mil por meio do Decreto de Suplementação nº 47,268, com publicação no Diário Oficial do Estado em 11 de junho.

A resposta indigna Ceccim, que entende que a liberação de um recurso insuficiente sinaliza descaso e desrespeito do governo do Estado com Santa Maria. “Não se pode comprar um caminhão de combate a incêndio em partes”, rebate o presidente do Funrebom.  

De fabricação alemã, o caminhão auto-bomba tanque utilizado no incêndio ocorrido dia 17 de janeiro apresentou problemas depois da ocorrência, quando a auto-escada mecânica também não funcionou. Em 2006, o veículo já tinha capotado durante o salvamento de uma pessoa. A causa apontada pela perícia foi a instabilidade do veículo provocada pelo tanque muito alto, que passou por uma redução. Além disso, as peças para manutenção do veículo são encontradas apenas em São Paulo. Isso significa, cada vez que estraga, dias parado na oficina, e a cidade desguarnecida.

Necessidades

Um planejamento das necessidades do Corpo de Bombeiros de Santa Maria para o ano de 2010 inclui três veículos auto-bomba tanque entre as prioridades imediatas. A listagem completa, com necessidades de curto e longo prazo, possui mais de 130 itens diferentes e que totalizam R$ 8.052.895,00. As necessidades vão desde equipamentos básicos, coletes salva-vidas, desfibrilador e aparelho de respiração para mergulho, até um caminhão autoplataforma.

O valor para reaparelhar o 4º Comando Regional de Bombeiros foi pedido, em fevereiro, pela CACISM, durante audiência no Ministério da Justiça, em Brasília. Na ocasião, Ceccim se encontrou com o chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Daniel Rocha. Na busca por apoio para que o recurso federal para o caminhão autoplataforma viesse para os Bombeiros, foram realizadas outras reuniões. Em abril, Paulo Ceccim, participou de uma série de audiências no Distrito Federal, com o Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, e com Rocha. Já em Porto Alegre, esteve com o secretário estadual de Segurança Pública, Edson Goularte. De concreto, no entanto, a cidade ainda não obteve retorno.

Autoplataforma

O caminhão autoplataforma pode trazer mais agilidade ao atendimento. Os bombeiros não têm equipamento para atender prédios com mais de seis andares, e a cidade permanece desassistida no caso de incêndio em grandes proporções ou em edifícios altos. Hoje, a escada mecânica da viatura, de 1973, atinge apenas 22 metros, e várias vezes não funcionou adequadamente. A cidade possui mais de 60 edifícios com altura superior a 25 metros.

A autoplataforma solicitada custa R$ 5 milhões, um recurso que pode ser obtido junto a esferas nacionais, e permite que os bombeiros atinjam mais altura nas ações. O seu alcance é de 66 metros, o que representa 22 andares. Ela também possui cesto para combate a incêndio e salvamento, o tanque de água armazena 5 mil litros e é capaz de transportar oito pessoas.”

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Um Comentário

  1. Talves a República de Santa Maria, não interessa muito ao ESTADO. Situação bem diferente em Caxias do Sul,que na ultima quinta-feira recebeu do Governo: TRÊS caminhões para o Corpo de Bombeiros. Será que Caxias é melhor que Santa Maria no cenário POLITICO. Tenho as minhas dúvidas.

  2. A indignação da CACISM(via Paulo Ceccin) e FUNREBON deveria ser acompanhada por toda a população santamariense. Não consigo entender(também sou meio bestunto,desculpem) como uma cidade do porte de Santa Maria, com a posição política que ocupa(ou pensa ocupar) precisa mendigar, de forma heróica e isolada, por um caminhão de bombeiros. Onde fica a segurança das pessoas na visão governamental? Não fica! O que deveria ser prioridade de governo, em respeito ao cidadão, passa a ser ação isolada de entidades ou poucas pessoas com visão comunitária. Onde estão aqueles que se agarram na governadora a cada visita na terrinha? Concordam com isso ou aceitam por conveniência e incompetência? Santa Maria ser orgulha de sua representação política, com ministros, deputados e o diabo a quatro, mas será que isso tem sido suficiente? Parece que não. Muito papo e pouca ação. Muitos sorrisos e tapinhas nas costas e pouca gente de manga arregaçada. Nem conheço o Paulo Ceccin, mas admiro sua luta, sua seriedade e sua visão coletiva. É um João de Barro no meio de corvos. Um abraço.

  3. Eu tenho a solução. Pode até parecer pretensioso da minha parte, mas acho que neste momento, um esforço de todos é o ideal. Como não tenho os recursos necessários aos bombeiros, participo com uma ideia.
    Como a RBS é uma empresa que pensa muito no social, ela poderia altruisticamente abrir mão de uma parte da verba que a Yeda está botando lá agora neste momento eleitoral. Verba que, vejam como ficaria bonito, a RBS exigiria que fosse usado especificamente para este fim. Já pensaram? A cada sinistro onde os bombeiros conseguissem salvar vítimas ou minimizar os danos materiais, lá estaria a RBS sendo lembrada.
    Claro que a prioridade para governo do estado é mil vezes a publicidade do que esta questão dos bombeiros. Então viria uma empresa privada e solucionaria o problema. Já posso até ver. Que coisa linda!!! Emocionante!!!
    Penso que seria o caso até de uma nota oficial da empresa, recomendando ao governo Yeda que utilize melhor os recursos públicos, afinal a RBS já levou tanto durante o mandato que poderia aliviar um pouco agora que os bombeiros estão precisando.

    Será que Yeda não está fazendo como aqueles políticos que compram voto? Antes da eleição dão ao eleitor metade da nota de cinquenta. Se ganhar, vai a outra metade.
    O Funrebom pode comprar um pedaço do caminhão agora, se Yeda ou Fogaça (é tudo a mesma coisa) ganharem, os bombeiros recebem o outro pedaço.
    Me desculpem a palhaçada. Mas não foi eu quem começou. Não vejo outra palavra para este caso.

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