PRESSA. Prefeitura, agora com a posse confirmada, quer restaurar Gare da Viação Férrea ainda neste ano
Por MAURÍCIO ARAÚJO (texto) e GABRIEL HAESBAERT (foto), no jornal A Razão
Um dos pontos mais importantes da memória de Santa Maria agora, oficialmente, é do Município: o conjunto de prédios da Gare da Viação Férrea. As edificações não são apenas estruturas emblemáticas. Elas remontam à história da cidade e guardam em suas paredes o início do desenvolvimento do Coração do Rio Grande no começo do século passado. Na quinta-feira, o prefeito Cezar Schirmer assinou documento que transfere a área à cidade e, agora, a Prefeitura poderá trabalhar na recuperação dos prédios e desenvolver projetos de revitalização completa do Centro Histórico de Santa Maria. Assim, o lugar que trouxe tantos progressos ao município poderá, novamente, ser palco da construção de novas histórias.
Com a proposta de modernizar o espaço, a Prefeitura já tem tudo pronto para colocar a mão na massa e transformar a Gare da Viação Férrea, respeitando o patrimônio histórico. Na verdade, os projetos já estavam prontos há algum tempo, quando o então Escritório da Cidade conseguiu aprovar junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) projetos de recuperação do espaço, conforme a Secretaria de Cultura.
Na proposta, que já deve ser colocada em prática, são previstas restauração e recuperação dos prédios, espaços para o Museu do Ferroviário, sala de reuniões, consolidação da Secretaria de Cultura e outros ambientes voltados a atividades culturais e de turismo.
Outro passo que a Prefeitura quer dar é conseguir parceria público/privada, incentivando as entidades empresariais a participarem do projeto, que visa caracterizar o ponto como polo gastronômico, com restaurantes, bares e outros estabelecimentos da iniciativa privada.
“Essa é uma grande conquista para a cidade. Não podíamos fazer nada porque o prédio não era nosso. Agora faremos projetos e desenvolveremos o espaço. Buscaremos parcerias para que surjam restaurantes, arte e, claro, muita cultura em todo centro histórico”, destaca o prefeito Cezar Schirmer.
INVASÃO
A área aos fundos da Gare também fazia parte de outros projetos da cidade. Havia propostas para a construção do Parque do Ferroviário. Entretanto, uma ocupação irregular – hoje consolidada – ocorreu nos anos 2000. No local, dezenas de famílias construíram casas em uma área de seis hectares, pertencente ao município. A intenção era tornar também Aquela área em zona turística. A área está muito tempo em disputa judicial aos cuidados da Procuradoria-Geral do Município.
Desenvolvimento da área pública
Em abril deste ano, a Prefeitura sancionou Projeto de Lei Complementar do Executivo que transforma o Centro Histórico de Santa Maria em Polo Histórico, Cultural, Turístico, Gastronômico e de Lazer. A finalidade da proposta é preservar a história e a cultura, bem como valorizar os bens patrimoniais e arquitetônicos, de convívio social, de entretenimento e de lazer da Vila Belga, da Avenida Rio Branco e da Gare da Viação Férrea. A iniciativa visa o desenvolvimento das potencialidades econômicos do local com geração de emprego e renda.
A cedência da área da Gare foi comemorada pelas secretárias de Turismo e Cultura do município, Norma Moesch e Marília Chartune, respectivamente. “Desde o início da atual gestão buscamos a valorização e a memória do passado do município. Esse passo será fundamental para ampliação do turismo na cidade”, destaca Norma.
Já a secretária de Cultura lembra que iniciativas voltadas à arte, turismo e gastronomia, entre outros, nesses locais, recebem incentivos fiscais, com isenção tributária. Ela ressalta que a restauração que será feita atenderá as especificações do Iphae, já que o prédio é tombado. Na sexta-feira, os prédios da Gare já estavam sendo pintados.
“Sempre buscamos trazer a cultura para a Gare, com festivais, exposições, Tertúlia Musical Nativista. A partir de agora será ainda mais forte essas iniciativas. É um ganho para o município e ela só tem a valorizar nosso patrimônio”, comemora Marília.
A expectativa é que o projeto de recuperação do espaço seja desenvolvido ainda este ano, já que 2016 é o último da gestão do prefeito Cezar Schirmer. Na atual administração foram revitalizadas a Avenida Rio Branco e a Vila Belga.
VALORIZAÇÃO
A presidente da Associação dos Moradores Ferroviários da Vila Belga, Myrna Lena Floresta, também vibrou com a conquista do município. Ela destaca que ainda há muito a ser feito, em especial na Vila Belga, como melhoria das ruas e outras infraestruturas, mas destaca a importância de revitalizar o centro histórico e cultural do município. “Apoiamos todas as iniciativas, porque é um bem da cidade”, diz Myrna Floresta.
A Vila Belga, com 84 casas históricas, sempre foi um ponto turístico de Santa Maria. Com a chegada do Brique da Vila Belga em alguns finais de semana, ganha ainda mais notoriedade, já que milhares de pessoas percorrem suas ruas nos dias da feira.
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Ou o serviço de “restauração” é pouco ou vão fazer uma meia-sola rápida para “inaugurar” ainda neste governo.