POR MAIQUEL ROSAURO
Pacientes do setor de Cardiologia do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) que necessitam do diagnóstico por imagem enfrentam problemas para realizar alguns exames na instituição. Pelo menos três equipamentos estão estragados, fazendo com que os pacientes sejam transferidos para outros setores da UFSM ou para a rede privada através de tomada de preço.
É o caso do Ecocardiograma Transesofágico, cujo aparelho está inutilizado desde o dia 5 de janeiro. O exame consiste numa ecografia do coração através das paredes do esôfago e estômago.
Conforme o físico médico e chefe da Unidade de Diagnóstico por Imagem, Guilherme Lopes Weis, o equipamento já havia apresentado problemas, foi consertado e estragou de novo.
“Estamos pressionando a Philips para que eles venham resolver o problema, pois exigimos garantia do conserto anterior”, destaca.
Com o mesmo equipamento é possível fazer o Ecocardiograma Transtorácico, técnica não invasiva baseada na utilização de ultra-sons para o estudo da anatomia do coração. Há na instituição um aparelho semelhante que faz o exame, porém com qualidade de imagem inferior.
Outro exame que está indisponível é a Cintilografia do Miocárdio (tem por objetivo verificar se há risco de infarto no paciente) que está sem radioisótopo há duas semanas. A direção do HUSM afirma que o recurso orçamentário para resolver a situação foi liberado na quinta-feira, mas uma rubrica que veio trocada de Brasília atrasou o repasse. A previsão é de que o problema seja solucionado na próxima semana.
Os pacientes também deixaram de realizar no HUSM o exame de Ergonometria, que visa complementar o diagnóstico cardiológico feito com o paciente em uma esteira ergométrica. O equipamento está estragado desde o dia 23 de setembro. Enquanto um novo aparelho não é adquirido, a solução é usar o equipamento localizado no Centro de Educação Física e Desporto da UFSM.
Situação desagrada profissionais da saúde
O problema nos aparelhos de cardiologia tem provocado indignação em diversos profissionais do HUSM. Conforme Weis, há um projeto de revitalização de toda a Cardiologia da instituição.
“Temos um processo para aquisição de dois equipamentos fixos de ecorcardiografia e dois portáteis. Com eles, conseguiríamos fechar todo o circuito de exames na Cardiologia”, ressalta Weis.
Ainda não há previsão de quando os equipamentos devem ser adquiridos. Não há previsão de quando o equipamento de Ecocardiograma Transtorácico seja consertado.
Segundo cardiopediatra Mateus da Silva Lima, a renovação dos equipamentos precisa ser urgente.
“O pré-natal e a UTI neonatal estão desassistidas, pois não há como fazer na instituição o Ecocardiograma Fetal”, explica Lima.
HUSM garante que pacientes não ficam sem exames
A crise econômica e a grande demanda de pacientes para o HUSM são apontados pelo chefe da Divisão Médica da instituição, Larry Argenta, como os principais motivos para a falta de materiais na Cardiologia. Segundo ele, mesmo com os problemas, os pacientes não irão ficar sem realizar os exames.
“Nenhum paciente vai deixar de ser tratado”, garante.
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Garantia tem prazo, seja legal, seja por contrato. Vencido o período, “exigências” são estéreis.
Do bilhão da UFSM, celeiro de cérebros, uns 170 milhões anuais são do HUSM. 118 milhões para atendimento. Quase 10 milhões por mês. Fora os salários.