LULA. A prisão daquele que foi líder mais popular do Brasil ‘e um dos maiores do planeta’, publica o El País
Na versão brasileira online do jornal EL PAÍS, por XOSÉ HERMIDA, com foto de FRANCISCO PRONER RAMOS/Jornalistas Livres
Pela segunda vez em sua vida, Luiz Inácio Lula da Silva se tornará um presidiário. A primeira ocasião foi há 38 anos, quando a polícia da ditadura militar brasileira o acordou uma noite em sua casa e o levou depois que, como líder de uma greve de operários metalúrgicos da área metropolitana de São Paulo, havia posto o regime em xeque. Quase quatro décadas mais tarde, Lula voltará a ficar confinado entre grades, agora acusado de ter se aproveitado de seu cargo como presidente do país para obter benefícios pessoais.
O herói sindical, o ídolo de massas, o presidente mais popular que o Brasil teve até hoje, dentro e fora de suas fronteiras, entrará agora na prisão sob uma acusação ignominiosa: aceitar como presente um apartamento na praia de uma construtora favorecida com contratos da empresa estatal Petrobras. A imagem vai muito além da de um dirigente político preso. É difícil escapar dos tópicos para defini-la: uma página nos livros de história, o final de uma época, a queda de um herói.
A primeira coisa que Lula fez depois de divulgada a ordem do juiz Sérgio Moro de sua ida imediata para a prisão foi correr para se refugiar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, ali onde tudo começou. Protegido pelos camaradas, incentivado por centenas de fiéis, abraçado por militantes mergulhadas em lágrimas, entre as lembranças de décadas de luta operária. Quase ao mesmo tempo, as agências internacionais de notícias começaram a distribuir um álbum de fotos que resumia os anos gloriosos do outro Lula. Aí já não aparecia o aguerrido líder sindical, mas o estadista que tinha meio mundo na palma da mão. Nessas imagens resplandecia o Lula estrela das cúpulas internacionais, o líder que confraternizava tanto com George W. Bush como com Barack Obama, o que arrancava sorrisos do presidente francês Jacques Chirac, o que desatava a chorar depois da designação do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos.
Lula não só conseguiu se erigir no líder político que consegui os mais elevados índices de aceitação da história do Brasil –mais de 80% no final de seu mandato– como também foi um dos líderes mais unanimemente elogiados no planeta. Por onde quer que fosse, somente provocava aplausos. Entre a direita, por submeter-se à ortodoxia econômica. Entre a esquerda, por ter tirado da miséria milhões de brasileiros até então abandonados à sua sorte pelos sucessivos governantes de um dos países mais desiguais do mundo.
O Lula que volta à prisão, 38 anos depois, ainda conserva muitas coisas do ousado sindicalista capaz de arriscar tudo em plena ditadura militar. Mas agora carrega cargas muito pesadas em suas costas. Primeiro foi…”
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