ECONOMIA. Para repetir o pânico pré-Lula de 2001, Dólar teria que estar cotado a R$ 7,39. Como assim?
Do portal Poder360, com texto de MARIANA RIBEIRO (com foto pública de Rafael Neddermeyer)
Há 16 anos, às vésperas da eleição que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 1ª vez, o país assistiu à uma escalada do dólar. No final de setembro de 2002, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 3,89. Na última 5ª feira (13.set.2018), a menos de 1 mês do 1º turno, o dólar bateu recorde desde a criação do Plano Real, em 1994, e fechou a R$ 4,19.
Apesar da forte desvalorização do real em meio a 1 cenário eleitoral incerto e 1 ambiente externo também desfavorável, levantamento feito pela Austin Rating a pedido do Poder360 mostra que, se a cotação de setembro de 2002 fosse trazida a valores presentes, o dólar valeria, hoje, R$ 7,39.
A série histórica foi corrigida pelo diferencial entre a inflação dos Estados Unidos e do Brasil, considerando os IPCs (Índices de Preços ao Consumidor). O valor foi trazido a preços de agosto de 2018.
Apesar da influência das eleições nos 2 cenários, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, explica que há diferenças entre os 2 períodos. Para ele, lá atrás, a oscilação era mais influenciada por fatores econômicos. Hoje, a política fala mais alto.
“Os fundamentos econômicos eram menos sólidos em 2002. As reservas internacionais eram menores, a corrente de comércio era menos significativa, havia maior exposição à moeda estrangeira na dívida pública”, disse.
O economista explica que, atualmente, a economia brasileira está mais “fortalecida”. O processo eleitoral, entretanto, pesa mais sobre a cotação do real do que no passado.
“O impacto da política atualmente tem sido muito maior. A própria dinâmica da sociedade em termos de informação faz com que as críticas sejam maiores e o mercado financeiro acaba absorvendo mais isso”, afirmou.
Agostini acredita que, apesar de a atualização dos valores mostrar uma cotação menor em 2018, a análise das variações indica que, no cenário atual, a oscilação é mais intensa do que foi na campanha de Lula. Ele acrescenta que, dado o cenário econômico, a cotação do dólar deveria ser mais baixa do que de fato é hoje…”
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Valor é este mesmo, só que a conjuntura era um pouco diferente. Havia crise na Argentina (se lembro bem), o Brasil não tinha o tanto de reservas que tem hoje. Só que uma tempestade perfeita ainda é possível, crise política e crise fiscal.